O furriel Viegas em frente à antiga Portugália, na baixa de Luanda, no dia 9 de Setembro de 2019 - aquando da sua vage de memórias às terras angolanas da nossa jornada africana do Uíge |
A 7 de Março de 1975 e com viagem aérea marcada para Nova Lisboa (no dia seguinte) as «despedidas» de Luanda foram no popular Vilela, restaurante especializado em bacalhau, para as bandas do bairro da Cuca - que já conhecia das férias de Setembro e de alguns «desenfianços», do Quitexe à capital.
O tempo, depois de uma tarde de saboreio dos prazeres das praias da Ilha de Luanda, foi de confortar os estômagos, é verdade, mas também de lavar a alma de emoções, as que todos por lá íamos sentindo, baralhados com a dimensão e pujança da Angola que caminhava para a independência e as lutas fratricidas que dividiam os (seus) movimentos de libertação.
Não imaginávamos, mas o regresso à baixa e ao Katekero, foi «abrilhantada» pelo som (ainda assim distante) de fartos tiroteios e rebentamentos - que mais tarde viemos a saber terem sido contra delegações partidárias e até contra um avião Boeing 707 da South Africa Airways (SAA) - que, por isso, deixou de voar para Luanda.
O avião aterrou normalmente, apesar de tudo, depois de sobrevoar o Bairro Popular, mesmo ao lado do aeroporto, e tinha 287 passageiros a bordo. Fazia a viagem Joanesburgo-Londres, com escalas em Salisbúria e Luanda.
Albano Resende (civil), Viegas (furriel miliciano) e Domingues (capitão da ZMN) |
Grupos armados e Luanda
e bacalhau no Vilela!
O Toyota do Albano Resende voou pela cidade fora, passando por um grupo armado (da FNLA, do MPLA?) no bairro de S. Paulo e dele se alheando, quando nos fez sinal para pararmos.
O Toyota do Albano Resende voou pela cidade fora, passando por um grupo armado (da FNLA, do MPLA?) no bairro de S. Paulo e dele se alheando, quando nos fez sinal para pararmos.
Não parámos!
Ainda nos refrescámos na esplanada da Biker, já sem som de disparos a atroar na noite, já sem o suor dos medos que sempre levedam nestes momentos, e fomos para o Katekero, no Largo Serpa Pinto - de onde acabámos por subir ao Danúbio Azul, ali bem perto, para repousar os olhos nas raparigas que por ali desnudavam os corpos e nos «davam» as atenções que procurávamos para divertir a noite.
Novidade do dia era, afinal, não ter sido assinado o acordo preliminar sobre a banca, por a FNLA, à última hora, ter apresentado uma proposta alternativa. Da véspera, dia 6 de Abril de 1975, havia notícia, do Diário de Lisboa, de «novos incidentes, embora pouco numerosos, pelo que é ainda de tensão o ambiente da capital».
Era segunda-feira e véspera de eu e o Cruz continuarmos a digressão turística pela imensa Angola. De férias, num território a caminho da independência mas em... guerra!
Era segunda-feira e véspera de eu e o Cruz continuarmos a digressão turística pela imensa Angola. De férias, num território a caminho da independência mas em... guerra!
A 3ª. CCAV. 8423 |
Santos de Santa Isabel, 69
anos no Laranjeiro de Almada!
O soldado Carlos Alberto de Jesus Fernandes dos Santos, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 7 de Abril de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, jornadeou pela Fazenda Santa Isabel e depois pelo Quitexe e por Carmona. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se em Fernão Ferro, da freguesia e município do Seixal, do outro lado lisboeta do Tejo.
Sabemos que, actualmente, mora na Rua do Eucalipto, no Laranjeiro, município de Almada, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
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