CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 10 de abril de 2021

5 395 - A morte, há um ano, do capitão miliciano médico Manuel Leal!

  

Os alferes milicianos António Garcia (falecido a 01/11/1979) e Jaime Ribeiro, capitão Manuel
 Leal (falecido há um ano) e o então tenente e agora capitão Acácio Luz no Quitexe e em 1974 
Os capitães Manuel Leal e Acácio Luz no encontro
da CCS de 2016, em Custóias (Matosinhos)



O capitão miliciano médico Leal faleceu há precisamente um ano, a 10 de Abril de 2020, na Póvoa do Varzim, aos 91 anos. Faria 92 a 3 de Outubro seguinte.
Manuel Soares Cipriano Leal, licenciado em medicina e oficial miliciano das Forças Armadas Portuguesas, concluiu a sua comissão militar Novembro de 1974, regressando a Fafe, onde residia e exercia medicina - que continuou até há bem poucos anos, antes de fixar residência na Póvoa do Varzim.
O prestígio e a popularidade que tinha na guarnição multiplicaram empatias com os jovens Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, depois de já ter servido o BCAÇ. 4211. Também pelo cavalheirismo que assumia e sempre partilhou e a competência dos seus diagnósticos, o virtuosismo e eficácia do receituário e trato afável e a permanente jovialidade, a boa piada que sempre soltava, brincalhando o seu e nossso dia-a-dia puseram o dr. Leal no altar da nossa admiração
Havia necessidade de uma graça para o momento, aí estava a irreverência amadurecida do dr. Leal. Era preciso acudir a um civil adoentado, lá estava o dr. Leal a correr para a enfermaria ou galgar as picadas uíjanas, para ir às sanzalas «ver» o povo. De auscultadores operacionais e maleta na mão, sempre estava disponível para testar qualquer febre ou suspeita que adoentasse o cidadão - militar ou civil.
Era preciso ir às fazendas e aldeias de mata afora, lá íamos nós de arma entre os joelhos, de olhos bem abertos e a espreitar para os adiantes das picadas, sentados nos «burros de mato», a comer pó e a temer perigos, mas sempre com a enorme alegria de servir e por escoltarmos o dr. Leal, o «nosso» capitão médico..., para que acudisse ao povo sofrido.
A filha do dr. Manuel Leal, a escritora Benedita Stingl,
recebeu, em 2018, o «Prémio Carreira» com que foi
homenageado pelo «Notícias de Fafe». Em fundo, a
imagem do «nosso» capitão médico miliciano

Competência profissional
e condecoração militar !

O comando do BCAV. 8423 fez-lhe memória e elogio da sua competência profissional, porquanto, e citamos o louvor oficial de Setembro de 1974, «servindo no Subsector do Quitexe há cerca de dois anos, sempre demonstrou a maior competência profissional na resolução de todos os casos clínicos que he surgiram, com elevado espírito de servir, no que evidenciou perfeita identidade com a missão que lhe foi solicitada, nunca se poupando a sacifícios, nem olhando a horas de descanso, apoiando permanentemente as populações civis, africanas e europeias».
O dr. Leal, e disso eu sou testemunha pessoal (como se fosse preciso...), não poupava a sua generosidade para servir, custasse-lhe isso centenas de quilómetros de picada, ou apenas as centenas de metros que o separavam da messe da oficiais até à enfermaria militar e à Delegação de Saúde do Quitexe, de que era responsável.
Foi condecorado com a Medalha Militar Comemorativa das Campanhas do Exército Português, com a legenda ANGOLA 1972-1973-1974. Deixou o Quitexe, com missão cumprida, em Outubro de 1974.

Fafe homenageou-o com
o Prémio Carreira !

O capitão médico miliciano Manuel Leal regressou à vida civil e, sacerdotalmente, dedicou-se à medicina, privada e social, sendo homenageado, aos 89 anos, na 6ª. Gala Ardina d´Ouro, do jornal «Notícias de Fafe»,  a 17 de Março de 2018, e recebendo o Prémio Carreira - que galardoou «um notável percurso de vida, de exemplo de entrega aos outros» e a cerimónia teve lugar no Teatro-Cinema de Fafe, lotado, perante mais de 300 pessoas.
Nao teve a sua presença- imprevistamente hospitalizado, poucos dias antes, tendo a filha, a escritora Benedita Stingl, recebido o prémio. Recebeu-o no hospital, depois e «com a emoção no olhar», expressando gratidão ao jornal «pela iniciativa de homenagear alguns fafenses de sangue, ou de coração, como eu» e, depois, disse, a Fafe e aos fafenses, «pela hospitalidade imensa com que me receberam».
«Famílias inteiras, de avós a netos, confiaram em mim como médico e tornaram-se verdadeiros amigos. A todos, bem-hajam. Estão para sempre comigo», disse o dr. Manuel Leal, exibindo o (seu) Prémio Carreira.

A última vez que participou nos encontros da CCS foi em 2016, em Custóias (Matosinhos), sempre jovial e bem-disposto.
Todos perdemos uma grande referência de vida, pela nossa jornada africana do Uíge angolano! E de cidadão! O capitão miliciano médico Manuel Leal ficará para sempre nas nossas memórias! 
A família manda hoje celebrar a missa do primeiro aniversário lutuoso, às 18,15 horas, na Igreja Paroquial de Revelhe, em Fafe, RIP!!!
- Ver AQUI
AC Medeiros
1º. cabo OP

Medeiros, 1º. cabo da
CCS, faleceu há 18 anos !

O 1º. cabo António Carlos Fernandes de Medeiros, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu de doença a 10 de Abril de 2003.
Operador-cripto de especialidade militar, era natural da freguesia de Bonfim, na cidade do Porto, onde residia e aonde regressou a 8 de Setembro de 1975, no final de sua (e nossa) comissão de serviço em Angola, por terras uíjanas do norte - a vila do Quitexe e a cidade de Carmona. 
Hoje aqui dele fazemos memória, lembrando, com saudade, um bom companheiro que cedo partiu, aos 52 anos. RIP!!! 
J. Sequeira,
o Ligeira

Sequeira de Aldeia Viçosa,
69 anos em Vialonga !

O soldado João Sequeira da Silva, combatente da 2ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 10 de Abril de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, este Cavaleiro do Norte era, pela jornada africana do Uíge angolano conhecido como Ligeira e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, fixando-se em Pegões Velhos, freguesia de Pegões, no concelho do Montijo.
Vive agora na Vialonga, concelho de Vila  Franca de Xira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

Marta Garcia e João Pedro Garcia
Tracana,  filha e neto do alferes Garcia

Marta, a filha de Garcia, 
43 anos em VN de Gaia !

Marta, a filha do nosso saudoso alferes miliciano Garcia, está em hoje em festa: completa bonitos e viçosos 43 anos, que ele, infelizmente, não viu crescer e amar.
Garcia era um dos nossos melhores e maiores, comandante do PELREC e Cavaleiro do norte sem medos. Oficial  
Os alferes Garcia e Almeida. Atrás,
os 1ºs. sargentos Barata e Aires 
 que, como se lê no louvor do comandante Almeida e Brito, «sempre demonstrou o maior desembaraço e competência no seu comando, possuindo alto espírito de sacrifício em todos os momentos difíceis em  que foi necessária a sua acção».
O louvor enfatiza os trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975, na cidade de Carmona e «aquando dos graves incidentes aí verificados» e sublinha que o alferes  Garcia era «possuidor de boas qualidade morais, humanas e militares», constituindo com os militares que comandava «um todo coeso, que muito contribuiu para que a Companhia mantivesse perfeita disciplina e respeito pela hierarquia, facilitando a missão de comando (...)».
Marta nasceu do seu romance de amor com Olga, sua paixão de sempre, tragicamente abalada pela morte de 2 de Novembro de 1979 - quando, investigando o caso Ferreira Torres, enquanto inspector da Polícia Judiciária, sofreu brutal e mortal acidente de viação, entre Viseu e Mangualde.
Não «viu» crescer Marta, mas a Marta mulher que hoje festeja 43 anos, foi semente e é mãe de João Pedro, o neto que seguramente Garcia adoraria.
Parabéns para ela! Um «até já» para o saudoso e imortal Alferes Garcia!

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