sábado, 17 de abril de 2021

5 403 - O bem-bom por terras do Huambo! Os patrulhamentos mistos em Carmoma!

 O furriel Viegas em Nova Lisboa, actual Huambo, em Outubro de 2019, 44 anos
 depois das férias angolanas. Acompanhado pelo condutor Nogueira, da CCAÇ.
209/RI 21 (a da Fazenda do Liberato, à direita e de azul) e por Mário Ribeiro,
o anfitrião da jornada de saudade aos chãos dos Cavaleiros do Norte

O furriel Viegas em Nova Lisboa, há 46 anos,
com a madrinha Isolina e as (dela) netas
Isolina de Fátima e Maria Idalina

A 17 de Abril de 1975, iam os dias de férias no seu melhor bem-bom, por Nova Lisboa e arredores huambanos, embrulhados (o Cruz e o Viegas) no afecto da família Neves Polido, que lá geria o Hotel Bimbe, e dos familiares Manuel, José e Aníbal Viegas, Sérgio e Ivone Viegas, dos conterrâneos Orlando Rino, Arnaldo Figueiredo e Alberto Miranda.

A cidade era excelente e magnífico o ambiente social que se vivia, ainda muito longe de os moradores locais suporem os dramáticos dias que se aproximavam, na tribalesca luta armada que opôs angolanos irmãos de sangue, mas inimigos ideológicos.
Ao tempo de há 42 anos, Nova Lisboa era um paraíso. Muito mais se comparada com Luanda. Ou mesmo com Carmona, onde continuavam os patrulhamentos mistos, mas em crescente azedume entre militares da FN LA e do MPLA, o que levou o comando militar português a «procurar soluções para todos os problemas» em repetidas reuniões com os responsáveis políticos e militares dos dois movimentos. 
Patrulhamento das Forças Militares Mistas pronto 
para sair em serviço, do BC12, em Carmona -
a actual cidade do Uíge

A violência que matava
no norte da Angola !...


O reporte da situação em Carmona era dado ao telefone pelo furriel Francisco Neto e era essa imagem que tentávamos passar em Nova Lisboa. Em alerta!
«Preparem-se para ir embora, aquilo lá para cima está muito mau...», por várias vezes «avisei» familiares e amigos ao Huambo angolano, sem ser tão convincente que os convencesse a mudar de ideias e de confiança.
«Isto aqui não chega nada!!!...», repetia-se Cecília Neves, que meses antes deixara a sua fazenda da Gabela e se aventurara, com o marido Rafael e família, a gerir o Bimbe, negociado com outro conterrâneo - Armando Reis, que regressara a Portugal. O seu futuro, acreditava ela, era em Nova Lisboa.
Referia-se à violência que, a norte, matava centenas de pessoas e o destino, depois, levou-os a mandar filhos e mãe para Portugal, para fugirem da guerra que regou de sangue o chão do Huambo angolano. Depois, chegou a vez do casal e de milhares e milhares de pessoas.

Frieza em Luanda a
receber OUA e ONU

Luanda, a 15 de Abril de 1975, a terça-feira anterior, recebera com «bastante frieza» a delegação conjunta da Organização de Unidade Africana (OUA), a actual União Africana (UA), e da Organização das Nações Unidas (ONU). 
Chefiada por Abdul Farah, adjunto do secretário geral da ONU (Kurt Wald-
heim), a delegação foi recebida apenas por um oficial português e pelo embaixador do Gabão no Zaire e, sublinhava o Diário de Lisboa, entre «uma verdadeira tempestade de protestos públicos e oficiais».
MPLA e FNLA continuavam sem se entenderem e, referia o mesmo jornal lisboeta de 17 de Abril de 1975, «a UNITA tem-se mantido alheia aos embates» entre aqueles movimentos. Diligenciava, aliás, «apoio para o seu movimento, como possível solução para a rivalidade entre MPLA e FNLA»
Joaquim Mendes
Mendes de Aldeia Viçosa
faz 69 anos em Vila de Rei !

O atirador de Cavalaria Mendes, da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliiano José Manuel Cruz, festeja 69 anos a 17 de Abril de 2019.
Joaquim Gaspar Mendes foi Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, e mais tarde de Carmona (no BNC12), regressou a Portugal no dia 10 de Setembro, quando terminou a sua comissão militar em Angola. 
Natural do lugar de Souto, da freguesia de Fundada, no concelho de Vila do Rei, a vida levou-o para um bocadinho mais para o lado, para Estevais - a terra de Vicente José Alves, condutor-auto da CCS. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns! 


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