sexta-feira, 25 de junho de 2021

5 473 - A proteção aos refugiados do BC12: relato do estudante e agora engº. Eugénio Silva

Parada do BC12, em Carmona, já depois da primeira semana de Junho de 1975, a dos sangrentos combates entre forças do MPLA e da FNLA. A imagem mostra  tropa a sair para a cidade e já alguns civis refugiados no quartel e a preparem-se para a evacuação da cidade

Eugénio Silva com um irmão (à esquerda), a sobrinha
Euridice e o vizinho Cláudio. Atrás, o vizinho Manu-
cho, agora oficial do Exército Angolano


Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 25 de Junho de 1975, ainda se refaziam (no que podiam) dos graves e sangrentos incidentes da primeira semana do mês.
Os refugiados que ali tinha achado proteção da tropa portuguesa - afectos ao MPLA, no geral... -, tinham começado a sair para Luanda (eventualmente para outros destinos), como se vê na imagem, no geral por via aérea e para Luanda.
Uma das das famílias nessa situação foi a do agora aposentado engº. Eugénio Silva, quadro da Sonangol, que, há 4 anos e na primeira pessoa, relatou as peripécias desse dia de há 46 anos:
«Hoje, 25 de Junho de 2017, são passados 42 anos desde

O engº. Eugénio Silva e o furriel Viegas, ao
centro e no (re)encontro de 22 de Setembro
de 2019. À esquerda, o luso-angolano Mário
Ribeiro; à direita, o condutor Nogueira,
da companhia do Liberato
que abandonei Carmona, por força das circunstâncias que se viviam naquela cidade e em todo o distrito do Uíge.
Depois de termos saído do BC12, escoltados por forças portuguesas e com destino a Luanda, fomos impedidos, no Negage, de prosseguir viagem. Depois de muitas conversações, chegou-se a um entendimento e, a partir daí, a caravana já estaria apta a prosseguir viagem, embora sob certos riscos!
O meu pai pensou não ser recomendável que seguisse toda a família! Era importante que a vida fosse preservada! Alguns irmãos foram mas eu e os meus pais e irmãos mais pequeninos tivemos de regressar a Carmona, transportados numa Berliet da tropa, que gentilmente acedeu deixar-nos num local relativamente seguro! Já não regressámos ao BC12 e muito menos a nossa casa!
Já nesse local e no dia seguinte, o meu pai encomendou a alguém comprar bilhetes de avião e, assim, tivemos de esperar até 25 de Junho, altura em que conseguimos embarcar para Luanda, tendo meu pai deixado tudo o que havia conseguido com bastante sacrifício, incluindo uma carrinha - ao mesmo tempo que um território luso nas bandas do Índico (Moçambique) proclamava a sua independência!
Já em Luanda, em Julho de 1975, tivemos mais um tiroteio, sendo este de grande envergadura!
Hoje, continuamos em Luanda!».
- Ver AQUI


Condutor Serra, 65 anos
D. Serra em 1974

em S. Pedro da Cova!

O condutor Serra, da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, está em hoje em festa, 25 de Junho de 2021: comemora 69 anos!
Delfim de Sousa Serra era da Rua do Poço de Fátima, em S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar. E lá voltou a 8 de Setembro de 1975, concluída a sua (e nossa) jornada africana de Angola. Por lá fez vida e lá continua, agora reformado e a viver na Rua das Mimosas.
É participante de sempre dos encontros da CCS (não falta a nenhum e é leitor diário deste blogue) e neste dia feliz do seu aniversário, para ele vai o nosso abraço de parabéns!

Cozinheiro Alcino
faleceu há 27 anos

O cozinheiro Alcino, da CCS do BCAV. 8423, faleceu há precisamente 27 anos - no dia 25 de Junho de 1994.
Alcino Fernandes Pereira, de seu nome completo, era natural do ligar da Benfeita, freguesia de Cortegaça, no concelho de Mortágua - onde nasceu a 5 de Julho de 1952 e aonde voltou a 8 de Setembro de 1975. A vida profissional e familiar levou-o para para a grande Lisboa e faleceu aos quase 42 de vida, em Idanha (Sintra). Nada mais sabemos dele.
Hoje, 27 anos depois do seu passamento, recordamo-lo com saudade! RIP!

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