segunda-feira, 12 de julho de 2021

5 490 - Prevenção simples em Carmona, por causa de escaramuças e veladas ameaças da FNLA!

 

O sargento ajudante Luís Machado, em primeiro plano, faleceu a 12 de Ju-
 lho de 2000, aos 80 anos e em Évora. Na foto, vêem-se os alferes José Leonel
Hermida (de bigode e a sorrir) e António Albano Cruz (de óculos), com as
respectivas esposas. Em primeiro plano e à direita, o neto do capitão António
Oliveira, ao colo da mãe, no Natal de 1974, no Quitexe 
A parada do BC, vista da varanda do Comando. Ao
fundo, o refeitório e cozinha. à esqueda, as oficinas


O dia 12 de Julho de 1975, há 46 anos, pelas bandas de Carmona, foi tempo de início de um «período de prevenção simples», que acabou no dia 18 e foi motivado pelas escaramuças da FNLA na cidade.

O movimento de Holden Roberto achava-se «senhor da guerra no Uíge», depois de ter «corrido» o MPLA durante os graves incidentes e trágicos combates da primeira semana de Junho.

As provocações repetiam-se, assim como veladas ameaças aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. «Houve que aguentar a provável ressaca da FNLA, face aos seus desaires em Luanda, Salazar e Malanje», lê-se no livro «História da Unidade» - o dito BCAV. 8423.
A prevenção justificou-se plenamente, exigindo maior e mais sacrifício dos Cavaleiros do Norte, muito mais exigente, e às subunidades que operacionalmente dependiam do BCAV. 8423. Logo no dia seguinte, 13 de Julho de 1975, dirigentes da FNLA (e do seu ELNA - o Exército de Libertação Nacional de Angola) proferiram graves acusações num comício de Carmona. E no Negage, imagine-se, cercaram o quartel da CCAÇ. 4741 - pedindo armas, para não se dizer que as «exigiam». No mesmo dia, impediram a saída de uma coluna (MVL) para Luanda - «operação» que repetiram a 23 desse Julho de 1975.
A 15, em Carmona e ao Comando dos Cavaleiros do Norte, quiseram («exigiram») armas que o BCAV. 8423 retia (em depósito) no BC12 e que tinham pertencido a outras forças portuguesas - casos da OPVDCA e dos Flechas, presumidamente também dos já extintos GE's.
Não foram fáceis estes tempos da nossa jornada africana do Uíge angolano!

Notícia do Diário de Lisboa de 12 de Julho de
1974, sobre os incidentes de Luanda

Calma em Luanda,
depois de 3 mortos
e 27 feridos

Um ano antes (em 1974) e depois dos incidentes provocados pela morte de um taxista europeu (branco), em Luanda, «o ambiente na cidade era de sossego». A maioria da população apenas deles (dos incidentes nos Bairros do Cazenga e da Cuca), apenas deles soube e segundo relatava o Diário de Lisboa, pela «leitura dos jornais».
«A polícia e o Exército tomaram imediatamente rigorosas medidas de segurança nalguns bairros do subúrbio, para evitar actos de retaliação», adiantava o jornal vespertino de Lisboa - há precisamente 47 anos.
Soube-se, entretanto, a identidade do taxista assassinado e com vestígios de estrangulamento: António Salgado, natural de Bragança. O cadáver foi encontrado dentro do táxi, junto à cápsula de uma bala e conservando o dinheiro e documentos. Daí, concluir-se que o móbil do crime não foi o roubo. 

Luís Machado, sargento
ajudante do BCAV. 8423

Machado, sargento-ajudante,
faleceu há 21 anos !

O sargento ajudante Machado, da CCS do BCAV. 8423, faleceu a 12 de Julho de 2000, de doença e em Évora.
Luís Leite Ferreira Machado, ao tempo com 54 para 55 anos - nascido a 15 de Maio de 1920 -, era, presumidamente, o mais velho entre todos os Cavaleiros do Norte. Trabalhava na Secretaria do Comando, chefiada pelo tenente Acácio Luz, e era respeitadíssimo por toda a guarnição e, em particular, pelos furriéis milicianos, que com ele partilhavam o bar e a messe da sargentos do Quitexe.
Voltou a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e continuou a carreira militar. Faleceu há precisamente 21 anos, aos 80 de idade e de doença, na sua Évora natal. Hoje o recordamos, evocando-o com saudade!
RIP!!!

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