sábado, 24 de julho de 2021

5 502 - Coluna a Salazar em 3ª. tentativa! Chipenda em Carmona e combates em Luanda!

O PELREC (na Berliet) pronto para sair do Quitexe, para mais uma operação,
ou escolta. Reconhece-se, todos milicianos, os alferes Carlos Sampaio (ofi-
cial de dia) e António Garcia (comandante do PELREC) e furriel Viegas

Quitexe em 2005 (da net): secretaria e Comando na CCS (à
 esquerda), casa de João Garcia (caiada de branco) e, à di-
reita, a frente da árvore, o que então restava do edifício
do Comando do BCAV. 8423


As tensas relações entre as NT e a FNLA, que se agravaram por este tempo de há 46 anos, provocaram várias reuniões, uma delas a 23 de Julho.
«Desanuviado o ambiente, conseguiu realizar-se, a 25 de Julho, a desejada coluna a Salazar, em terceira tentativa», relata o Livro da Unidade, acrescentando que «fez-se o seu regresso a 26,
assim como o do pessoal que tínhamos em Luanda» e que, por não poder passar no Caxito - devido aos violentos combates que ali ocorriam, entre FNLA e MPLA - teve de fazer a volta pelo Dondo, passando pelo Negage, Samba Caju, Salazar (actual N´Dalatando).
A viagem pela Estrada do Café, de Carmona a Luanda, estava impossível. No Caxito, a 50 quilómetros de Luanda, os combates envolviam carros blindados e a vila, ocupada pelo MPLA desde 28 de Maio, «caiu» nas mãos da FNLA
A memória faz recuar aos dias 13 e 21 de Julho imediatamente anteriores, quando a FNLA «impediu» a saída da(s) coluna(s), o que motivou (e obrigou) um posição de força das NT. A 25, a coluna do MVL iria avançar, a que custo fosse. Nada e ninguém a iria impedir.

Daniel Chipenda disse em Carmona, há exac-
tamente 42 anos, que a FNLA ia entrar
 em Luanda e... governar Angola


Chipenda em Carmona
e combates em Luanda

A luta entre o MPLA e a FNLA continuava em Luanda, nomeadamente em S. Pedro da Narra e nos Bairros da Cuca e do Cazenga.
Daniel Chipenda, então secretário geral adjunto da FNLA, falou ao país, em entrevista ao enviado da AFP e a partir de Carmona, anunciando que o ELNA (o seu exército) «tinha recomeçado a encaminhar-se para Luanda com o intuito não de negociar mas de conquistar o poder».
«As nossas forças marcham para Luanda e esperamos a sua entrada na capital de Angola nos próximos dias», disse Daniel Chipenda, que era dissidente do MPLA, acrescentando que «apesar de algumas declarações de algumas entidades do Governo de Lisboa, as forças portuguesas não se oporão, realmente, ao avanço das tropas da FNLA» e que «não tememos uma eventual intervenção da aviação portuguesa».
Daniel Chipenda afirmou também que «só muito dificilmente se poderia pensar em novas negociações com o MPLA», pois, explicou, «todos os acordos foram violados» pelo movimento de Agostinho Neto. «Vamos a Luanda não para negociar, mas para dirigir», acrescentou, confirmando que Holden Roberto estava em Angola.
Recusou a intenção de a FNLA se acantonar no norte - no Uíge e Zaire, onde era dominadora -, sublinhando que, isso sim, o objectivo era «instalar-se em Luanda e de manter na capital o seu quartel-general». Muito menos pensava em «proclamar um Estado do Norte», como lhe perguntou o enviado da AFP.
«Não queremos balcanizar o nosso país. A nossa capital não é Carmona ou S. Salvador, mas, sim, Luanda», disse Daniel Chipenda.
A Fazenda Chandragoa, que Almeida
e Brito visitou há 47 anos !


Cavaleiros do Norte
em várias fazendas

Um ano antes, o BCAV. 8423, com comando instalado no Quitexe, celebrou o Dia do Exército, com «cerimónias simples».
O comandante Almeida e Brito, nesse mesmo dia de há 47 anos, visitou várias fazendas da ZA dos Cavaleiros do Norte: Guerra, Chandragoa (foto ao lado), Buzinaria e Isabel Maria.
A coluna incluía as autoridades administrativas e eclesiásticas do Quitexe e a escolta foi assegurada pelo PELREC, comandado pelo alferes miliciano António Garcia.
A altura era de «garantir a segurança das populações», estando as «acções contra bandos armados que possam ainda ser hostis limitadas a defesa própria e a preservar a vida e os bens dos habitantes pacíficos», como proclamou a Junta Governativa, no entanto frisando que «devendo, nesse caso, serem usadas, se necessárias, as maiores determinação e firmeza».
João P. Silva

Silva de Zalala, 69
anos em Vila Verde!

O soldado João Pereira da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, festeja 69 anos a 24 de Julho de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi Cavaleiro do Norte também de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, por lá conhecido como João Pereira,
Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, fixando-se em Assento, lugar da freguesia de Lage, em Vila Verde. Esteve alguns anos emigrado em França e agora reside em Moure, também no município vilaverdense.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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