O alferes miliciano João Machado e os capitães José Paulo Falcão e José Diogo Themudo (2º. comandante do BCAV. 8423) na varanda do BC12, em Carmona e em 1975 |
A situação militar em Carmona, há 46 anos, evoluiu de forma rápida, na sequência das posições da FNLA, cada vez mais extremistas e de dedos apontados às tropas portuguesas. A Cavaleiros do Nofrte do BCAV 8423, no caso do Uíge.
Santo António do Zaire, na fronteira com o Zaire de Mobutu Sese Seko - a actual República Democrática do Congo -, já era considerada indefensável e, relativamente a Carmona e Negage, seria «imperioso desencadear uma operação de grande envergadura» que permitisse à NT controlar as duas cidades».
O livro «Segredos da Descolonização de Angola», de Alexandra Marques, que citamos, refere que, quanto às três localidades, a opção seria «abandono ou reforço de posições», pois os efectivos eram manifestamente «insuficientes para atender a todos os pontos importantes».
Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, Queirós e Victor Costa (de pé), Rodrigues, Barata, José Louro e Manuel Dias. Eusébio, Dias, Barata e Rodrigues já faleceram! RIP!!! |
O ultimato inaceitável e uma
coluna militar poderosa !
Costa Gomes, ainda segundo Alexandra Marques, considerou «inaceitável» os termos do «ultimato relativo às condições de saída» de Carmona e do Negage, mas aceitava que «uma coluna militar poderosa», envolvendo «tropas especiais, artilharia, blindados e todo o apoio aéreo possível» evacuasse as duas cidades. A operação deveria processar-se com «algum tempo e demora».
A FNLA era a «senhora do Uíge» e queria forçar a entrada em Luanda. A 24 de Julho de há 46 anos, tomou a Barra do Dande e Caxito, mas continuava cercada no Forte de S. Pedro da Barra e no Cazenga. Luanda, aliás, acordara na véspera com combates nos bairros da CUCA e Cazenga. E prosseguiam os do Caxito, a 50 quilómetros, e especulava-se sobre a eventualidade de Daniel Chipenda estar à frente de uma coluna de blindados para forçar a reentrada na capital. Chipenda, recordemos, estava há vários dias em Carmona.
Os Cavaleiros do Norte continuavam de armas aperradas, prontos para tudo o que desse e viesse, sem se deixarem intimidar pelas permanentes ameaças da FNLA. A reunião da véspera, entre os Comandos Militares portugueses e os responsáveis da FNLA, tinha sido muito tensa - numa altura em que as NT encaravam, também, a continuada e crescente hostilidade de grande parte da população civil branca.
Manuel Lopes |
69 anos em Alcanede
O soldado atirador de Cavalaria Lopes, combatente da 2ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423, festeja 69 anos a 25 de Julho de 2021. Hoje, precisamente.
Manuel Fernando de Jesus Lopes, de seu nome completo, era Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e ao tempo residente (e ainda actualmente morador) na Aldeia de Além, freguesia de Alcanede, no concelho de Santarém. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975, depois de cumprir a sua (e nossa) comissão militar no nortenho Uíge de Angola, dividida entre Aldeia Viçosa e a cidade de Carmona.
Parabéns! E que a data se repita feliz, por muitos e bons anos, lá pelo ninho familiar da sua Praceta da Minho do Vento!
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