CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 25 de julho de 2021

5 503 - O inaceitável ultimato da FNLA e uma coluna militar poderosa para operação de grande envergadura!

Cavaleiros do Norte da CCS na parada do Quitexe. Atrás, de pé, José Rebelo, Wilson Moreira 
(?), furriéis Mosteias (de cabelo rapado), Neto (de bigode), José Pires e Rocha (de
 boina),   dra. Graciete Hermida, NN, alferes Hermida (de bigode e quico) e... Os
3 últimos da direita são os 1ºs. cabos  Pires (Fecho-eclair, mais atrás), Oliveira
(de boina e braços esticados) e o Couto Soares (de quico). Na segunda fila, o
Madaleno, um sapador (?), 1º. cabo Luciano, Silva (rádio-montador), 1ºs. cabos Coelho
(Buraquinho) e Gomes (à civil) e... quem os identifica? À frente, 1º. cabo Florindo (de
 pernas para a frente) e Costa (?, rádio-telegrafista), NN, Cabrita, NN, furriel
furriel Cândido Pires e... quem é? Quem ajuda a identificar os não identificados?

O alferes miliciano João Machado e os capitães
José Paulo Falcão e José Diogo Themudo (2º.
coman
dante do BCAV. 8423) na varanda do
BC12, em Carmona e em 1975

A situação militar em Carmona, há 46 anos, evoluiu de forma rápida, na sequência das posições da FNLA, cada vez mais extremistas e de dedos apontados às tropas portuguesas. A Cavaleiros do Nofrte do BCAV  8423, no caso do Uíge.
Santo António do Zaire, na fronteira com o Zaire de Mobutu Sese Seko - a actual República Democrática do Congo -, já era considerada indefensável e, relativamente a Carmona e Negage, seria «imperioso desencadear uma operação de grande envergadura» que permitisse à NT controlar as duas cidades».
O livro «Segredos da Descolonização de Angola», de Alexandra Marques, que citamos, refere que, quanto às três localidades, a opção seria «abandono ou reforço de posições», pois os efectivos eram manifestamente «insuficientes para atender a todos os pontos importantes».
A guarnição do Uíge, de todo o Uíge, estava praticamente reduzida aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e a pouco mais de meia-dúzia de especialistas, não operacionais, que «sobravam» no edifício da Zona Militar Norte (a ZMN) e Comando do Sector do Uíge (CSU) Para se ter uma ideia, de comparação não mais de 500 homens para uma área de 58 698 quilómetros, bem mais de metade de Portugal.
A 24 de Julho, o Presidente da República Costa Gomes recebeu mensagem de Silva Cardoso, o Alto Comissário de Portugal em Angola: era «absolutamente necessário evacuar, também e em simultâneo (com Santo António do Zaire), a tropa e a população de Carmona e Negage, pela força, se necessário fosse».

Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, Queirós
 e Victor Costa (de pé), Rodrigues, Barata,
José Louro e Manuel Dias. Eusébio, Dias,
Barata e Rodrigues já faleceram! RIP!!!


O ultimato inaceitável e uma
coluna militar poderosa !

Costa Gomes, ainda segundo Alexandra Marques, considerou «inaceitável» os termos do «ultimato relativo às condições de saída» de Carmona e do Negage, mas aceitava que «uma coluna militar poderosa», envolvendo «tropas especiais, artilharia, blindados e todo o apoio aéreo possível» evacuasse as duas cidades. A operação deveria processar-se com «algum tempo e demora».
A FNLA era a «senhora do Uíge» e queria forçar a entrada em Luanda. A 24 de Julho de há 46 anos, tomou a Barra do Dande e Caxito, mas continuava cercada no Forte de S. Pedro da Barra e no Cazenga. Luanda, aliás, acordara na véspera com combates nos bairros da CUCA e Cazenga. E prosseguiam os do Caxito, a 50 quilómetros, e especulava-se sobre a eventualidade de Daniel Chipenda estar à frente de uma coluna de blindados para forçar a reentrada na capital. Chipenda, recordemos, estava há vários dias em Carmona.
Os Cavaleiros do Norte continuavam de armas aperradas, prontos para tudo o que desse e viesse, sem se deixarem intimidar pelas permanentes ameaças da FNLA. A reunião da véspera, entre os Comandos Militares portugueses e os responsáveis da FNLA, tinha sido muito tensa - numa altura em que as NT encaravam, também, a continuada e crescente hostilidade de grande parte da população civil branca.

Manuel Lopes

Lopes de Aldeia Viçosa,
69 anos em Alcanede

O soldado atirador de Cavalaria Lopes, combatente da 2ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423, festeja 69 anos a 25 de Julho de 2021. Hoje, precisamente.
Manuel Fernando de Jesus Lopes, de seu nome completo, era Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e ao tempo residente (e ainda actualmente morador) na Aldeia de Além, freguesia de Alcanede, no concelho de Santarém. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975, depois de cumprir a sua (e nossa) comissão militar no nortenho Uíge de Angola, dividida entre Aldeia Viçosa e a cidade de Carmona.
Parabéns! E que a data se repita feliz, por muitos e bons anos, lá pelo ninho familiar da sua Praceta da Minho do Vento!

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