sexta-feira, 24 de setembro de 2021

5 562 - Do saudoso Quitexe, à cidade de Carmona, capital do Uíge angolano. Há 2 anos!


O furriel Viegas em frente ao edifício do Bairro Montanha Pinto, que foi
messe de oficias de Carmona e, em 1975, messe dos sargentos da CCS dos
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423

O edifício da Administração do Quitexe, a 24 de Setembro de
2019, há precisamente 2 anos..., quando lá passou o furriel Viegas.
Um edifícío muito bem conservado, em frente ao jardim da vila


A 24 de Setembro de 2019, há 2 anos..., o tempo de paragem no Quitexe foi emotivo e grávido de revivência de memórias da nossa jornada africana de Angola.
Olhamos o espaço do quartel, da parada e do refeitório e da cozinha, as casernas e oficinas-auto (tudo desaparecido), as ruínas do que sobra do edifício do comando e as secretarias, as casas de oficiais e sargentos, o bar dos praças, a enfermaria, a cantina dos praças, os depósitos de género, a casa do comandante, tudo o que foi chão militar dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foi (re)vista em memória e no real.
O condutor Nogueira, do Liberato, e o
furriel Viegas, com crianças do Quitexe, 
a 24 de setembro de 2019
O jardim e edifício da administração civil (excelentemente cuidado, com o se vê ma imagem), os restaurantes do Rocha, o Topete e o Pacheco, o Chiadinho, os Correios (aonde nos chegaram tantas saudades em forma de papel...), a escola primária, o hospital, em todos estes espaços remomorei os 9 meses em que por lá jornadeámos.
A Igreja de Santa Maria de Deus, onde tantas vezes, no seu sacro silêncio, busquei  a paz e serenidade espiritual. 
Tudo foi um emotivo regresso ao passado!
A conversa com alguns naturais, os mais velhos, deu para que se lembrassem do tempo da colonização portuguesa e dela falaram com saudade, nostálgicos: «Nós não tinhas fome, havias médiiiico e os medicamento..., os boleia!!!...».  
O adeus daquele dia de há 2 anos, até ao seguinte, foi o de partida para Carmona, a agora cidade do Uíge, a galgar a Estrada do Café, agora EN 120 - quase igual ao tempo aa colonização... -, passando a sanzala do Talabanza, a Qual, o Quimassabi e Pumbaloge, o Quitoque e por aí fora.
As páginas 5 e 6 da reportagem do jornal «Sol» e do
suplemento «B.i», de 1 de Fevereiro de 2020, sobre
a viagem do furriel Viegas ao Uíge, há 2 anos!

O adeus ao Quitexe
e o alô a Carmona !

O campo de futebol do Futebol Clube do Uíge, à esquerda, à entrada de Carmona e infelizmente degradado e com capim que lhe sobe acima muros muros, já ficou para trás e a capital uíjana já estava na nossa frente, passando a rotunda (reformada) e una nova, do lado do Quitexe e já a cortar para praça central, onde reencontro os edifícios coloniais do Comando do Sector e Zona Militar Norte (agora Tribunal Militar), a Câmara, os CTT, o Tribunal, o jardim bem cuidado e a avenida Capitão Pereira, agora Agostinho Neto, e com um edifício novo - o de apoio dos deputados provinciais. O Banco de Angola, a mítica Pensão Moreno - que ainda tem a mesma cobertura de chapa.
O cheiro uíjano era o mesmo de há 46 anos, senti-o…, e a emoção reavivou a memória, recuando no tempo, a 1 de Junho de 1975, quando, enlutada em guerra aberta, com ferozes e sangrentos combates entre FNLA e MPLA, os Cavaleiros do Norte acudiam a todos, sem diferença de cor e de ideologia.
«A matança prossegue em Carmona (...). As ruas estão cheias de cadáveres (...)», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando: «Comandos da FNLA invadiram e destruíram as casas de dezenas de simpatizantes do MPLA; os que escaparam refugiaram-se no Paço Episcopal e no aquartelamento Português» - o BC12.
Os trágicos combates de Carmona tornaram os Cavaleiros do Norte homens sem sono, em missão permanente e sem um recuo. Sem descanso, sequer fome, nesses 6 dias de guerra aberta, rasgada e multiplicada pelos cantos da cidade. Referia o jornal: «O Exército Português procura impedir os raids dos homens de Holden Roberto, que retomaram tragicamente, os métodos da UPA, em 1961». (continua)
Furriel Américo J.
da Silva Rodrigues

Rodrigues, furriel de Zalala,

faria hoje 69 anos em Famalicão!

O furriel miliciano Rodrigues, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Zalala, faria 69 anos a 24 de Setembro de 2021. Faleceu, de doença, a 30 de Agosto de 2018!
Américo Joaquim da Silva Rodrigues foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e foi louvado pela «maneira eficiente e dedicada como desempenhou as funções de vagomestre», funções fora da sua especialidade mas «para as quais houve que ser nomeado», sendo, como se sabe, «uma missão espinhosa», a de alimentar homens em frentes de combate.
«Apreciado pela colaboração prestada aos seus superiores, nõ é menos verdade que de igual modo viu os seus serviços sempre desejados e compreendidos pelos seus subordinados», lê-se no louvor oficial, publicado na Ordem de Serviço nº. 165.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se em Via Nova de Famalicão, a sua terra natal. Foi sempre um dos grandes animadores dos encontros do BCAV. 8423 e, infelizmente, faleceu de doença há 3 anos.
Hoje o recordamos com saudade, fazendo memória de um grande e bom companheiro da nossa jornada africana pelas terras uíjanos do norte de Angola. RIP!!!

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