domingo, 16 de janeiro de 2022

5 684 - O Acordo do Alvor de 1975 e a esperança d´Angola! O novo comandante do RC4 em 1974 !

 

Acordo do Alvor, há 47 anos: Almeida Santos, Mário Soares, Jonas Savimbi (UNITA),
 Holden Roberto (FNLA), Costa Gomes, Agostinho Neto (MPLA) e Rosa Coutinho
 


Primeira página do Diário de Lisboa de
 de 16 de Janeiro de 1975, há 47 anos
e com a notícia da Cimeira do Alvor

Capa da revista «Notícia»


Aos 16 dias de Janeiro de 1975, chegaram ao Uíge notícias, em papel de jornal, da assinatura do histórico Acordo do Alvor. Acordo que abria portas para a independência de Angola e sobre o qual, na véspera, ansiosamente ouvíramos notícias da rádio.
«A partir de agora, vós e os vossos movimentos, estão colocados perante um desafio duplo. É a esperança de todos os angolanos a exigir que homens e partidos, apesar das diferenças sociais, filosóficas e políticas, saibam encontrar soluções angolanas autênticas, baseadas na capacidade de diálogo, no espírito de cooperação e na boa vontade de servir o vosso país», disse o general Costa Gomes, Presidente de Portugal, no encerramento e dirigindo-se aos dirigentes do MPLA, da FNLA e da UNITA.
O presidente do MPLA interveio em nome dos três movimentos: «Aqui, as preensões dos colonialistas ficaram enterradas para sempre», disse Agostinho Neto, acrescentando que «afastado o obstáculo do colonialismo, nem o povo português nem o povo angolano desejarão recuar na sua transformação progressiva, para uma nova definição do homem na sociedade».
«A dinâmica da vida
- acrescentou o presidente do MPLA - só nos pode conduzir a um destino. O destino do progresso. Se recuarmos, o processo em Portugal e em Angola, este importante acordo, hoje selado, pelo estabelecimento das relações justas entre os nossos povos, romper-se-á inevitavelmente».
O dia confirmou que o almirante Rosa Coutinho deixava o Alto Comissariado Português em Angola e que seria substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso.
O marechal Craveiro Lopes e o
filho João Carlos, coronel,
que foi comandante do RC4 



O novo comandante do Regimento 
de Cavalaria 4! O do BCAV. 8423 !


coronel João Carlos Craveiro Lopes, novo comandante do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), a unidade mobilizadora do BCAV. 8423, tomou posse no dia 16 de Janeiro de 1974. Há 48 anos!
O BCAV. 8423 estava, na altura,  nos seus primeiros dias de formação e instrução operacional, depois da apresentação informal do dia 8 de Janeiro há 47 anos - no Destacamento do Campo Militar de Santa Margarida (CMSM). 
O BCAV. 8423 «tomou parte na cerimónia, podendo dizer-se ter sido nesta data a sua primeira aparição como unidade constituída», como se pode ler no livro «História da Unidade».
O coronel João Carlos Craveiro Lopes era filho do marechal João Higino Craveiro Lopes, que tinha sido Presidente da República. Revelou-se um comandante muito austero e algo distante dos homens da guarnição, porventura, até, excessivamente exigente e disciplinador.
A revolução de 25 de Abril «afastou-o» do comando do RC4, a unidade dos carros de combate do Exército Português, tendo sido substituído a 6 de Maio de 1974, pelo coronel Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia - quem comandava nas datas de partida para Angola da CCS (no dia 29 de Maio), da 1ª. CCAV. (a 31), da 2ª. CCAV. (a 3 de Junho) e da 3ª. CCAV. (a 4).   
                
Coelho, o 1º. cabo Alfredo
Buraquinho, em 1974

A. Coelho, o
Buraquinho,
Coelho,o Buraquinho,
70 anos em Custóias!

O 1º. cabo Coelho, analista de águas da CCS do BCAV. 8423,  festeja 70 anos no dia 17 de Janeiro de 2022.  
Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho, de seu nome de baptismo mas pelo Uíge e até aos dias de hoje imortalizado como Buraquinho, transitou para 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel mas já aquartelada no Quitexe, em Novembro de 1974. 
Regressou a Portugal e a Custóias (Matosinhos), sua terra natal, no dia 11 de Setembro de 1975. De lá era, lá voltou e lá continuou até aos dias de hoje, agora já aposentado e depois de uma vida de trabalho que, por exemplo, passou pela propriedade e gestão de uma unidade de restauração. Para lá  e para ele vai, bem forte abraço de parabéns!

o Alvor e
a esperança d´Angola!

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