quinta-feira, 24 de março de 2022

5 751 - José Diogo Themudo, o 2º. comandante do BCAV. 8423! Incidentes em Luanda, entre MPLA e FNLA!


O capitão de Cavalaria José Diogo Themudo, à 
 direita e na varanda do BC12, com o alferes João
Machado (à esquerda) e o capitão José P. Falcão
O tenente-coronel
Almeida e Brito,
comandante do
BCAV. 8423 

O capitão José Diogo Themudo assumiu, a 24 de Março de 1975, hoje se passam 47 anos,  as funções de comandante interino do BCAV. 8423, substituindo o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito que, nessa data e também interinamente, assumiu funções de comandante da Zona Militar Norte (ZMN), na cidade de Carmona (agora Uíge).
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estiveram sem 2º. comandante até ao mês de Março de 1975, quando, em dia indeterminado, lá chegou o capitão José Diogo Themudo, para tais funções exercer, ao 9º. mês da nossa jornada africana do Uíge angolano.
O agora coronel aposentado José Diogo da Mota e Silva Themudo era conhecido pessoal do comandante Carlos Almeida e Brito e, ocasionalmente, encontraram-se em Luanda, quando foi convidado e aceitou para assumir as funções.
O 2º. comandante seria o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que, nas vésperas do embarque para Angola, foi «desviado» pelo MFA e colocado na Guiné «por motivos imperiosos de serviço». Faleceu a 16 de Julho de 2011, em Lisboa, tenente-coronel, aos 80 anos - nascido a 7 de Outubro de 1931.
José Diogo Themudo estava em Luanda, sem colocação, depois de a unidade de Silva Porto (para a qual ia destinado, a substituir outro capitão) já ter regressado. Pediu, mas foi-lhe negado o regresso a Lisboa. Era o último oficial a ter chegado a Angola. «Instalei-me na messe oficiais e de quando em vez ia procurar novidades ao Quartel-General», explicou-nos, adiantando que, assim, «fiz praia durante um mês».
Um dia foi ao aeroporto para se despedir de um camarada de armas e foi lá que e «achou» com o tenente-coronel Almeida e Brito. «Convidou-me para 2º. comandante do Batalhão e apesar de serem funções de major e eu ser apenas capitão, aceitei o convite. Resolvemos o problema no Quartel-General e fui para Carmona», historiou-nos José Diogo Themudo.
Notícia do Diário de Lisboa sobre o recrutamento, pela
FNLA, de refugiados para as suas Forças Armadas

Incidentes em Luanda e
recrutamentos da FNLA

Os tiroteios na área suburbana de Luanda continuaram a 23 de Março de 1975, envolvendo forças do MPLA e da FNLA - mesmo depois do acordo de sábado à noite (dia 21) e ante a propositada não intervenção das Forças Armadas Portuguesas. Por decisão do Comando de Sector de Luanda.
Ao mesmo tempo, o movimento de Holden Roberto preparava o repatriamento de refugiados no Zaire, numa operação de três etapas, segundo noticiava a revista «Afrique-Asie»: uma primeira, que começara já em Setembro de 1974, agrupando-os em quatro agrupamentos, todos no Zaire (Nandulu, Kassai, Baixo Zaire e Shabi); uma segunda, então em execução, instalando-os em 20 campos de alojamento ao longo da fronteira com Angola; e uma terceira, envolvendo o transporte e instalação dos refugiados em Angola e em diferentes campos permanentes.
A operação envolveria 400 000 refugiados (segundo a ONU), ou dois milhões (segundo a FNLA). E custaria 20 milhões de dólares. O Zaire não financiaria a operação (por falta de tesouraria e depois de o FMI lhe ter recusado um empréstimo) e a revista «Afrique-Asie» noticiava que o ministro da Saúde do Governo Provisório (Samuel Abrigada, da FNLA) pediu, mas não teve, dinheiro de Igrejas Reformistas americanas. Recusaram dar esse apoio.
Assim sendo, e ainda segundo a mesma revista, «certas empresas mineiras e fazendeiros do Norte de Angola estaria dispostos a financiar a operação». A FNLA, com esta medida, dizia a «Afrique-Asie», «mataria dois coelhos de uma só cajadada: poderia recrutar no Zaire um exército para ocupar o Norte de Angola e para apoiar os seus projectos de domínio no Governo de Luanda».

A Fazenda Samta Isabel, onde se aquartelou
a 3ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte

Gonçalves, 1º. cabo de Santa
Isabel, 70 anos no Barreiro !

O combatente Francisco Gertrudes Gonçalves foi 1º. cabo condutor auto-rodas da 3ª. CCAV. 8423 e festeja 70 anos no dia 25 de Março de 2021.
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel e do capitão José Paulo Fernandes, a sua jornada pelo norte angolano do Uíge «levo-o» também pela vila do Quitexe e cidade de Carmona. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, no final da comissão,  e fixou-se na Rua Voz do Operário, na cidade do Barreiro. 
A vida levou-o para a freguesia de Verderena (na Rua Cândido de Oliveira) também no Barreiro, onde vive e para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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