A Portugália de 1974/1975 é a agora uma gigantesca loja do Grupo Kibabo. Na imagem, o furrikel Viegas, quando por lá passou em Setembro e Outubro de 2019 |
A mítica Portugália, em, Luanda, um verdadeiro local de dos militares portugueses em Angola. Aqui almoçaram o Cruz e o Viegas no Domingo de Páscoa de 1975. Ontem fizeram 47 anos! O tempo «voou»... |
Ao dia 30 de Março de 1975, há 47 anos!!!, era domingo de Páscoa e saiu uma pequena «sorte grande» aos furriéis Cruz e Viegas: foram autorizados e puderam antecipar, por um dia, a sua ida de férias porterras de Angola, voando de Carmona para Luanda no avião das 10 da manhã.
A tensão continuava por lá, na capital angolana, e a primeira novidade, ainda no aeroporto, foi a suspensão do jornal «A Província de Angola», de alguma forma substituído pelo «Liberdade e Terra», diário com o mesmo formato e dirigido pela FNLA. FNLA que, lia-se no jornal «O Comércio» desse dia, tinha comprado a Rádio Televisão de Angola, que então estava em fase de instalação e limitada a Luanda.
O jornal «A Província da Angola» (o actual «Jornal de Angola»)estava suspenso (não me ocorre a razão) e era o diário que habitualmente nos chegava ao Quitexe. Outros jornais (O Comércio e o Diário de Luanda, por exemplo) normalmente não passavam de Carmona, raramente chegavam à vila-sede do (nosso) BCAV. 8423.
Outra novidade: a edição do jornal «Vitória Certa», afecto ao MPLA, do qual também espreitámos os títulos da primeira página.
A viagem até ao Katekero, do aeroporto ao Largo Serpa Ponto, foi rápida e o taxista, um europeu branco, percebendo que éramos militares, reportou-nos a manifestação da véspera, em Lisboa, em tom muito crítico - relativamente às autoridades portuguesas.
«Estão a entregar isto tudo ao MPLA...», afirmou ele, barafustando também contra o Alto Comissário Silva Cardoso. «Qualquer dia, até nos comem e a tropa não faz nada...», expectou o exaltado homem, muito nervoso e excitado, a espumar raiva. Socorro-me do Diário de Lisboa de 31 de Março de há 41 anos, para recordar os slogans dos 2000 manifestantes que marcharam do Rossio até S. Bento, com uma enorme bandeira do MPLA e a fotografia de Agostinho Neto na frente:
«MPLA, um só povo, uma só nação; Morte à CIA; Governo popular / Abaixo o Colonialismo; Os pides fora de Angola; MPLA a vitória é certa; MPLA, vitória ou morte».
A manifestação visava, segundo o Diário de Lisboa, o «protesto contra as manobras deter a marcha do povo angolano para a sua libertação total» e foi guardado um minuto de silêncio em memória das vítimas dos combates entre o MPLA e a FNLA.
E Luanda? O que o taxista nos reportou foi um perigoso clima de tensão, sequente dos combates entre MPLA e FNLA. Os três movimentos tinham mandado o acordo de cessar fogo às urtigas e repetiam-se os tiroteios, se bem que, e felizmente, não se registassem vítimas mortais. O recolher obrigatório tinha sido levantado e as emissoras privadas já podiam retomar as suas programações normais - enquanto a Emissora Oficial de Angola apenas podia divulgar os comunicados oficiais.
Na verdade, e na prática, nada nos preocupou nas primeiras horas de Luanda, em dia de Páscoa de 1975. Eu e o Cruz, depois do banho de fim da manhã, no Katekero, descemos à baixa e fomos confortar o estômago no recheado almoço da Portugália. O ambiente era de tranquilidade, com muita gente a circular descontraidamente, sem se ver um militar fardado! tarde ia ficar por nossa conta, espreguiçando-nos nas areias das praias da ilha, bebericando cuca´s com camarão e esperando a noite de sonhos e cios que expectávamos para este inesperado primeiro dia de férias angolanas!!
Outra novidade: a edição do jornal «Vitória Certa», afecto ao MPLA, do qual também espreitámos os títulos da primeira página.
A viagem até ao Katekero, do aeroporto ao Largo Serpa Ponto, foi rápida e o taxista, um europeu branco, percebendo que éramos militares, reportou-nos a manifestação da véspera, em Lisboa, em tom muito crítico - relativamente às autoridades portuguesas.
«Estão a entregar isto tudo ao MPLA...», afirmou ele, barafustando também contra o Alto Comissário Silva Cardoso. «Qualquer dia, até nos comem e a tropa não faz nada...», expectou o exaltado homem, muito nervoso e excitado, a espumar raiva. Socorro-me do Diário de Lisboa de 31 de Março de há 41 anos, para recordar os slogans dos 2000 manifestantes que marcharam do Rossio até S. Bento, com uma enorme bandeira do MPLA e a fotografia de Agostinho Neto na frente:
«MPLA, um só povo, uma só nação; Morte à CIA; Governo popular / Abaixo o Colonialismo; Os pides fora de Angola; MPLA a vitória é certa; MPLA, vitória ou morte».
A manifestação visava, segundo o Diário de Lisboa, o «protesto contra as manobras deter a marcha do povo angolano para a sua libertação total» e foi guardado um minuto de silêncio em memória das vítimas dos combates entre o MPLA e a FNLA.
E Luanda? O que o taxista nos reportou foi um perigoso clima de tensão, sequente dos combates entre MPLA e FNLA. Os três movimentos tinham mandado o acordo de cessar fogo às urtigas e repetiam-se os tiroteios, se bem que, e felizmente, não se registassem vítimas mortais. O recolher obrigatório tinha sido levantado e as emissoras privadas já podiam retomar as suas programações normais - enquanto a Emissora Oficial de Angola apenas podia divulgar os comunicados oficiais.
Na verdade, e na prática, nada nos preocupou nas primeiras horas de Luanda, em dia de Páscoa de 1975. Eu e o Cruz, depois do banho de fim da manhã, no Katekero, descemos à baixa e fomos confortar o estômago no recheado almoço da Portugália. O ambiente era de tranquilidade, com muita gente a circular descontraidamente, sem se ver um militar fardado! tarde ia ficar por nossa conta, espreguiçando-nos nas areias das praias da ilha, bebericando cuca´s com camarão e esperando a noite de sonhos e cios que expectávamos para este inesperado primeiro dia de férias angolanas!!
Cristiano e Coelho, de Santa
Isabel, em festa dos 70 anos!
O 1º. cabo Luís Martins Coelho, condutor auto-rodas da 3ª. CCAV. 8423, comemora 70 anos a 31 de Março de 2022.
Hoje mesmo e em Tábua!
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel - e depois do Quitexe e de Carmona -, é natural do lugar de Outeiro da Castanheira, na freguesia de Mouronho, concelho de Tábua, e lá regressou no final da sua comissão em Angola. A 11 de Setembro de 1975 e dele nada mais sabemos.
O soldado sapador Jerónimo, da CCS dos Cavaleiros do Norte do Quitexe, festeja 70 anos a 1 de Abril de 2022.
Natural do lugar de Chousa, da freguesia de Souselo, concelho de Cinfães, Jerónimo de Oliveira Sousa lá voltou a 8 de Setembro de 1975 e por lá vive, trabalhando na área da construção civil. Para lá e para ele, vão as nossas felicitações, com o desejo de que possa festejar muitos mais e felizes anos.
O 1º. cabo Luís Martins Coelho, condutor auto-rodas da 3ª. CCAV. 8423, comemora 70 anos a 31 de Março de 2022.
Hoje mesmo e em Tábua!
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel - e depois do Quitexe e de Carmona -, é natural do lugar de Outeiro da Castanheira, na freguesia de Mouronho, concelho de Tábua, e lá regressou no final da sua comissão em Angola. A 11 de Setembro de 1975 e dele nada mais sabemos.
Cristiano Manuel Jorge Fernandes foi soldado atirador de Cavalaria e também da 3ª. CCAV. 8423 e do capitão José Paulo Fernandes, ao tempo como agora, mora(va) na Calçada da Graça, em Lisboa. Lá regressou, também a 11 de Setembro de 1975 e por lá tem feito vida.
Parabéns para ambos!CCS, 70 anos em Cinfães!
O soldado sapador Jerónimo, da CCS dos Cavaleiros do Norte do Quitexe, festeja 70 anos a 1 de Abril de 2022.
Natural do lugar de Chousa, da freguesia de Souselo, concelho de Cinfães, Jerónimo de Oliveira Sousa lá voltou a 8 de Setembro de 1975 e por lá vive, trabalhando na área da construção civil. Para lá e para ele, vão as nossas felicitações, com o desejo de que possa festejar muitos mais e felizes anos.
Parabéns e mas e bons anos de vida!