sábado, 18 de junho de 2022

5 837 - Contra-subversão e acção psicológica! Os comerciantes e autoridades tradicionais do Quitexe!

 

O Clube do Quitexe, à esquerda e no dia 24 de Setembro de 2019, quando por lá
 passaram o furriel Viegas, da CCS (de camisa aos quadrados), e o condutor
João Nogueira do Liberato

A administração civil do Dange/Quitexe
no dia 24 de Setembro de 2019

Há 48 anos, no dia 17 de Junho de 1974 - 48 anos passados exactamente ontem! -, o comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, tenente coronel Almeida e Brito, oficial de Cavalaria, teve uma reunião com a comunidade civil do Quitexe, no Clube da vila  e «com vista a preparar e mentalizar as populações para o Programa do MFA».
Por comunidade civil, entenda-se e citamos o livro «História da Unidade», «os comerciantes e autoridades tradicionais».
Ao tempo, de resto, fez «variadíssimas reuniões de trabalho» para esse mesmo efeito. E compreendiam-se: havia muitas dúvidas sobre o programa e muitas mais quanto ao futuro dos residentes, naturais ou principalmente dos cidadãos metropolitanos - os chamados colonos.
O tempo foi também para  «melhorar os itinerários do Sub-Sector», por isso mesmo e de novo citando o «HdU», «entraram em curso a reparação dos itinerários Vista Alegre-Ponte do Dange (na Estrada do Café) e a picada para a Fazenda Santa Isabel.
O que «sobrava» do edifício do Comando e parada 
do BCAV. 8423, a 24/09/2019. Ao fundo e esquerda,
a Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe

Contra-subversão e 
acção psicológica !

A Comissão Local de Contra-Subversão reunia normalmente e nesse dia 17 de Junho de 1974  reuniu, mas até com espírito diferente.
Até aí, agia directamente junto das populações, através de acção psicológica e visando influenciar o seu comportamento, no sentido de «promover uma maior fixação no território e de negar o apoio a elementos infiltrados do exterior» - o clássico inimigo, o IN. Era uma espécie de braço civil não armado (com militares) de apoio às Forças Armadas. 
Assim era no Quitexe, mas deixou de ser, para os militares explicarem os novos ventos da história.
Os Cavaleiros do Norte tinham chegado a 6 de Junho (ao Quitexe) e só a 14 assumiram a responsabilidade da sua Zona de Acção. Compreende-se, por isso, o ritmo de reuniões com a CLCS (a 19 e 26 de Junho de 1974), com os comerciantes e população da vila (a 17) e as autoridades tradicionais (22 e 29). Anunciavam ao que vinha o Programa do MFA e apresentavam a suas credenciais.
Cavaleiros do Norte do PELREC: 1º. cabo Hipólito,
furriel Monteiro e 1ºs. cabos Almeida e Vicente (em
cima), alferes Garcia, Leal, furriel Neto e Aurélio (em
baixo). Almeida, Vicente, Garcia e Leal já faleceram!


A morte do soldado
Leal do PELREC !

O bravo e garboso soldado Leal, atirador de Cavalaria que jornadeou pelo Quitexe e Carmona, faleceu a 18 de Junho de 2007. Há 15 anos, hoje se passam!
Subitamente!!! 
Estava em casa e a conversar com a mulher, queixou-se de uma dor e de mau-estar físico, deitou-se por uns momentos, descansou e, acreditando-se melhor, voltou a levantar-se e caiu nos braços daquela que foi o seu grande amor e a mãe de seus filhos. 
Manuel Leal da Silva, era este o seu nome completo, era natural de Caixaria, lugar da freguesia de Carriço, no concelho de Pombal), e já era pai quando «voou» para Angola - e aqui estando, voltou a ser... - e por lá foi nosso irmão de todos os dias e para o que fosse preciso. Nas boas e nas menos boas boas horas, que as houve.
Sempre disponível, sempre afectuoso, sem virar a cara ao que fosse. Foi um grande companheiro. 
Faleceu aos 55 anos, muito jovem, e hoje e aqui o recordamos, com saudade!!! Até que nos voltemos a encontrar! RIP!!!

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