Fátima e José Bernardino Resende (com as filhas Alexandra e Isabel), Albano Resende, furriel Viegas (à civil) e capitão Domingues, da ZMN (primo de Fátima), em Luanda (1975) |
O Julho de 1975 não foi nada fácil por Carmona (como por aqui tem sido lembrado), mas muito mais dramático foi por Luanda - onde, durante semanas, se travaram intensos combates entre os três movimentos.
Falava-se, avulsamente, da chegada de milhares de cubanos, para apoiar o MPLA e a cidade esvaziava-se.
É dos primeiros dias do mês um desenfianço meu a Luanda, onde queria entregar a Maria de Fátima Resende a aparelhagem de som, que até há poucos anos adornou a minha sala de estar e agora, já sem funcionar, está «encostado» no sótão.
É dos primeiros dias do mês um desenfianço meu a Luanda, onde queria entregar a Maria de Fátima Resende a aparelhagem de som, que até há poucos anos adornou a minha sala de estar e agora, já sem funcionar, está «encostado» no sótão.
Maria de Fátima, com quem me reencontrei o sábado, vinha a Portugal e dispunha-se a ser portadora da «encomenda». Tinha de a lá ir levar e, por via terrestre, era (quase) impossível, devido às barricadas da Estrada do Café, principalmente no Caxito (onde se sabia haver garvíssimos combates) e no Cacuaco. Ora não deixava passar a FNLA, porque íamos para uma zona do MPLA; ora este, porque íamos de zona da FNLA.
A solução foi arranjar boleia aérea e assim foi e lá fui. Já em Luanda, não seria fácil sair do aeroporto, mas enganei-me. Os graves incidentes da capital tornavam o tráfego inseguro e perigoso e a minha habitual boleia local, não pôde ir. E os taxistas, cadé? Não arriscavam atravessar a zona do Prenda, até à Maianga, de onde facilmente se chegava à baixa.
A ponte aérea assoberbava o aeroporto, onde milhares de pessoas esperavam viagem para Lisboa, havia menos gente nas ruas e até as casas nocturnas se esvaziavam. Haviam medos na gravidez das noites luandinas, restaurantes a fechar por falta de alimentos, prateleiras vazias nas lojas - antes cheias de tudo. A inflação estava cada vez mais incontrolável e «vendiam» escudos europeus a 100, 500, 1000%. mos mercados (negros, ilegais e avulsos) das ruas de Luanda.
Lá cheguei a casa dos Resendes, perto da praça de touros - onde se dizia que, todos os dias, se assassinavam dezenas, centenas ou milhares de pessoas. A aparelhagem lá veio para Portugal, embalando algumas garrafas de wiskyie.
Depois de várias semanas de combates, Luanda ficou controlada por forças do MPLA, a 15 de Julho de 1975. Já eu estava em Carmona, em patrulhas, escoltas, serviços e instrução de tiro aos militares que formariam o futuro exército angolano. Exército que nunca chegou a ser.
A ponte aérea assoberbava o aeroporto, onde milhares de pessoas esperavam viagem para Lisboa, havia menos gente nas ruas e até as casas nocturnas se esvaziavam. Haviam medos na gravidez das noites luandinas, restaurantes a fechar por falta de alimentos, prateleiras vazias nas lojas - antes cheias de tudo. A inflação estava cada vez mais incontrolável e «vendiam» escudos europeus a 100, 500, 1000%. mos mercados (negros, ilegais e avulsos) das ruas de Luanda.
Lá cheguei a casa dos Resendes, perto da praça de touros - onde se dizia que, todos os dias, se assassinavam dezenas, centenas ou milhares de pessoas. A aparelhagem lá veio para Portugal, embalando algumas garrafas de wiskyie.
Depois de várias semanas de combates, Luanda ficou controlada por forças do MPLA, a 15 de Julho de 1975. Já eu estava em Carmona, em patrulhas, escoltas, serviços e instrução de tiro aos militares que formariam o futuro exército angolano. Exército que nunca chegou a ser.
O 1º. cabo Jorge Silva e o alferes Mário Sousa (1974) |
Alferes M. Sousa em 2020 |
Alferes Mário Sousa faria 71 anos!
Faleceu a 21 de Janeiro de 2021!
O alferes miliciano Mário Jorge de Sousa Correia de Sousa, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, faria 71 anos a 8 de Julho de 2022. Faleceu a 26 de Janeiro de 2021, no Hospital de S. João, no Porto e vítima de doença.
Oficial de Operações Especiais (Rangers) e filho do tenente-coronel Correia de Sousa, comandou do 1º. Grupo de Combate da 1ª. CCAV. 8423, com os furriéis milicianos Baldy Pereira, Évora Soares e Victor Costa.
Era na altura, por 1974, residente em Lisboa e já casado. A esposa acompanhou-o (com o filho) na sua jornada africana do Uíge angolano: por Zalala, primeiro, depois por por Vista Alegre e Ponte do Dange e pelo Songo, antes da chegada à cidade de Carmona e às instalações do Comando do Sector do Uíge (CSU).
Anos mais tarde e segundo informação do (furriel) João Dias, esteve radicado no Principado de Andorra, onde empresariou na área dos veículos motorizados e onde programou vir ao encontro de 2020 - que a COVID 19 «anulou».
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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