domingo, 17 de julho de 2022

5 866 - O Exército angolano que, afinal, não chegou a ser... Capitão Falcão faria 80 anos mas faleceu em Coimbra!


Militares angolanos na 1ª. Companhia da Forças Militares Mistas (1ª. FMM) daquele
que era para ser, e não foi, o Exército Nacional de Angola. Aqui, na parada do BC12

Os furriéis Neto e Viegas foram
instrutores da 1ª. Companhia das
Forças Militares Mistas de Angola


A cerimónia de entrega dos galões e divisas d
a 1ª. Companhia da Forças Militares Mistas (1ª. FMM) de Angola realizou-se a 17 de Julho de 1975, na parada do BC12, em Carmona.
Há 47 anos!
O histórico momento foi aproveitado para «explorar os deveres e as responsabilidades» dos chefes militares, em acção orientadora» destes oficiais e sargentos que «embora desejando fazer algo por Angola, se sentem submergir e deixar de ver a aceitação e a autoridade que se pretendeu imprimir-lhes».
A 1ª. Companhia da Forças Militares Mistas (1ª. FMM) foi formada por elementos da FNLA e da UNITA. O MPLA tinha sido «corrido» de Carmona, nos incidentes dos primeiros dias de Junho.
«Irão ser os pilares do Exército Angolano», como refere o livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.
Os militares da 1ª. FMM receberam instrução das NT, cada especialidade na sua área - cabendo ao alferes Garcia a instrução de tiro, monitorada pelos furriéis Viegas  Neto, ambos furriéis do PELREC. Na carreira do BC12, aconteceram cenas meio patéticas, resultantes da inabilidade dos «recrutas». Casos houve, em que, em sessões de 100 tiros (20, cada militar), as linhas de fogo não acertavam um tiro no alvo, a 60, a 70 ou 80 metros. Demorou tempo a perceber o porquê e tal só foi descoberto quando verificámos que, no momento do disparo, os nossos homens não faziam o ponto de mira - assim atirando praticamente às cegas.
Não lhe faltava vontade, é justo dizer, e até se lhes medrava o garbo quando, por exemplo, imitavam o «marchar à Ranger´s», que os dois furriéis tanto gostávamos de exibir, na ordem unida. Ou a palada, vibrante, com que fazíamos continência.
O Exército Angolano, na forma que então se ensaiava, nunca chegou a ser formado.
Capitão José Paulo
M. M. Falcão

Capitão Falcão faria 80
mas faleceu em Coimbra !

O tenente-coronel José Paulo Falcão foi oficial de operações e adjunto do comando do BCAV. 8423. Faria hoje 80 anos, dia 17 de Julho de 2022. Faleceu a 9 de Dezembro de 2019, de doença e em Coimbra.
Oficial de Cavalaria e então com a patente de capitão, cumpriu nos Cavaleiros do Norte a sua terceira comissão de serviço, a segunda em Angola - onde estivera como alferes, em 1967. Também passou por Timor, já como capitão (entre 1970 e 1972) e foi Cavaleiro do Norte em 1974 e 1975, regressando a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975. 
Continuou a carreira profissional e comandou a Polícia Militar (no Porto e em Coimbra), seguiu para Santa Margarida e foi 2º. comandante do Regimento de Cavalaria de Braga. Seguiu para Estremoz, esteve em Lisboa e, finalmente, em Coimbra - onde residia. Passou à reserva em 1996, aos 54 anos e já como tenente-coronel. Vários AVC´s levaram a que, a partir de 2009, a sua saúde se fragilizasse muito, de tal forma que ficou dependente de cuidados permanentes.
Hoje o recordamos com imensa saudade! Dele, continuará memória de um bom e grande companheiro da nossa jornada africana do Uíje angolano. RIP!!!
Cmdt. Alm. Brito

Dias d´Angola,
a 17 de Julho !

- 1: ANO 1974: O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, participou numa reunião de trabalho no Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona e com comandantes de outras unidades aquareladas no Uíge. 
- 2: ANO 1974: Os Destacamentos da Fazenda Luísa Maria e de Vista Alegre voltaram à responsabilidade operacional do BCAV. 8423.
- 3: ANO 1974: Terminou a Operação «Turbilhão», que decorrera nas matas do Uíge.
- 4: ANO 1975: Comemorações, em Carmona, do Dia da Cavalaria, com missa na capela da Unidade, participação do brigadeiro e Chefe do Estado Maior do Comando Territorial de Carmona, e publicação de mensagem alusiva na Ordem de Serviço do dia.

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