sábado, 22 de outubro de 2022

6 963 - Povo angolano do Uíge do BCAV 8423 não aceitou bem o desarmamento dos milícias!

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na piscina de Carmona, no ano de 1975 e todos milicianos: furriel
Rocha, alferes Luís António Pedrosa de Oliveira (que hoje faz 70 anos), Machado, Lino e Cruz

Entrada do Quitexe, do lado de Carmona, agora cidade
do Uíge, a tarde de 25 de Setembro de 2019, quando
por lá passou o furriel Viegas da CCS

O desarmamento dos milícias da zona do Uíge angolano e Zona de Acção (ZA) dos Cavaleiros do  Norte do BCAV. 8423 começou a 21 de Outubro de 1974, ontem, se passaram 48 anos.
O livro «História da Unidade», de que  nos socorremos, lembra-nos, porém que «não teve boa aceitação por parte dos povos, nomeadamente dos postos da sede (Quitexe) e Aldeia Viçosa».
Sabia-se, ao tempo, todos sabíamos e desde  início da nossa jornada africana por lá passada, que «os apresentados e a FNLA vivem em contacto permanente, quase geral há largos anos» e o livro «HdU» recorda-nos também que «poucas vezes, e salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto em defesa dos seus aldeamentos».
Tal facto comummente conhecido entre os militares, mas, mesmo assim, «argumentam(ram) os povos que que esses núcleos armados são a sua melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN», argumento que, ainda segundo o livro «História da Unidade», que continuamos a citar nesta memória de Angola, «é difícil de contrariar».
O dia 21 de Outubro de 1974 foi tempo, também, para mais uma reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), na cidade de Carmona, na qual participou o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, com sede aquartelada na vila do Quitexe. Certamente, fez-se acompanhar de oficiais Cavaleiros do Norte da Unidade, como era habitual e convencional.
O alferes Pedrosa 
 Oliveira, à direita,
com o capitão J.
 P. Fernandes



Alferes Pedrosa faz anos
nos Marrazes de Leiria !

O alferes miliciano Luís António Pedrosa de Oliveira, da 3ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 22 de Outubro de 2017: faz a bonita idade de 70 anos, nos seus Marrazes de Leiria.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, cursada na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, sendo foi Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Por lá e depois pelo Quitexe, a partir de Dezembro de 1974, e finalmente por Carmona (de 8 e Julho a 4 de Agosto de 1975) cumpriu a sua jornada africana do Uíge angolano, regressando a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975.
Aposentado, por lá continua a viver depois de, profissionalmente, se ter dedicado a actividades empresariais ligadas ao comércio.  Para lá vai e para ele vai o nosso abraço de parabéns! 
Mota Viana
em Zalala

Mota Viana de Zalala
foi para o Luvuei !

O furriel miliciano Fernando Manuel Mota Viana, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), rodou para Luvuei, no leste de Angola, a 22 de Outubro de 1974 e ali passando a integrar a 1ª. CART do BART 6321.
Mota Viana tinha sido «apanhado» sem boina, na estrada do Quitexe, e foi castigado pelo comandante Almeida e Brito. Achou este que, por ser graduado e filho de um oficial do Exército (o capitão Viana) tinha mais obrigação de dar o exemplo quanto ao atavio militar, castigando-o com 15 dias de prisão disciplinar agravada, que o CSU aumentou para 20, o que implicou a sua rotação.
A transferência «na situação de diligência» (o que suavizou o castigo) teve despacho do Comandante da Região Militar de Angola, a 22 de Outubro de 1974 (hoje se fazem 43 anos), publicado na Nota 38364/1, de 28 de Outubro do mesmo ano e do Quartel General da RMA, depois replicada  na Ordem de Serviço nº. 265, de 13 de Novembro e do RC4 - a unidade mobilizadora.
O Mota Viana esteve em Luvuei até meados de 1975, quando a CART. 6321 para Luanda. Regressou a Portugal 6 ou 7 dias antes da independência de Angola - que foi a 11 de Novembro de 1975. Já depois regresso da CART. 6321.


Alferes Pedrosa, 69 anos

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