domingo, 23 de outubro de 2022

6 964 - Cinema para a tropa e a população civil! Pilhagens e banditismo da FNLA entre Aldeia Viçosa e Quitexe, até às portas de Carmona!

O PELREC da CCS do BCAV. 8423 foi o grande patrulhador da Estrada do Café, entre Aldeia Viçosa e o Quitexe,
 até perto de Carmona. De pé e da esquerda para a direita, Caixarias, 1º. cabo Pinto, Marcos, Botelho (?), Florêncio
 1º. cabo Soares (falecido em Março de 2019, de doença e em Almada), Neves, Messejana. (f. a 27/11/2009, em Lisboa
 e de doença) e 1º. cabo Almeida (f. a 28/02(2009, de doença  e em Penamacor). Em baixo, Aurélio (Barbeiro), 1ºs.
(cabos Hipólito (em França) e Oliveira  (TRMS), Leal (f. a 18/06/2007, em Pombal, de doença), Francisco, furriel
Viegas e 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede) 
l
Transmissões do BCAV. 8423:Costa, furriel Pires,
alferes Hermida e 1ºs. cabos Oliveira e Mendes.
Em Baixo, Zambujo, Soares e 1ºs. cabos
Salgueiro e Jorge Silva 
Rodolfo Tomás
1º. cabo RM
 

Há 48 anos e pelas bandas uíjanas da terra africana do norte de Angola, terminou o ciclo de cinema dinamizado pelo Gabinete de Acção Psicológica (GAP) do BCAV. 8423.
A 23 de Outubro de 1974 e depois de exibições nas várias subunidades da Zona de Acção (ZA) dos Cavaleiros do Norte.
A iniciativa era coordenada pelo alferes miliciano José Leonel Hermida, o oficial de acção psicológica aquartelado no Quitexe, e começara a 10 do mesmo mês e, para além de dedicado às subunidades do Batalhão, foi «completado em actividade orientada para as populações» - o que aconteceu a 29 de Outubro e no Clube do Quitexe, tiveram uma sessão que lhes foi especialmente dedicada.
O projectista era o 1º. cabo Rodolfo Tomás, especialista da CCS como rádio-montador militar, mas que tinha experiência civil nessa área, ganha em alguns cinemas da cidade do Porto (de on é natural, agora vivendo em Lousada e por aqui fazendo rádio na estação local) e antes de ir para a tropa. Aliás, inclusive prestou esse serviço aos cinema civis do Uíge - quer no Quitexe, quer em Carmona.
O jornal «A Província de Angola» de 22 de Outubro
de 1961, há 60 anos, noticiou a apresentação de
«milhares  de nativos, com mulheres e filhos»

A obtenção da liberdade 
dos itinerário uíjanos !

O PELREC, a esse tempo de há 48 anos e enquanto se processava o desarmamento das milícias, tinha cada vez mais patrulhamentos inopinados nas principais vias de comunicação uíjanas, essencialmente para «a obtenção da liberdade de itinerários».
Tal acontecia, principalmente na chamada Estrada do Café, que ligava (e liga) Luanda a Carmona.
Itinerários nos quais, recordemos, ao tempo de há 48 anos, «a FNLA, nomeadamente a partir de 18 de Outubro, começou a procurar realizar actividades de pilhagem aos utentes, especialmente no troço compreendido entre o Quitexe e Aldeia Viçosa».
Os patrulhamentos eram feitos «com grande esforço do pessoal», já que, de acordo como livro «História da Unidade», «procurou-se contrariar esta acção de banditismo, aquando do aparecimento de queixas, com o lançamento de patrulhamentos inopinados». Por outras palavras, a qualquer hora do dia ou da noite, as forças operacionais da CCS dos Cavaleiros do Norte eram chamadas a intervir. O que muito «penalizou» o PELREC da CCS, que seguramente foi o grande patrulhador daquela importantíssima via rodoviária, dia e noite, por vezes em 24 horas seguidas, sem descanso e medos, mas em ambiente de permanentes riscos.
O PELREC e por vezes o Pelotão de Sapadores e/ou o Grupo de Combate que estivesse adido à CCS eram os «patrulhadores» do espaço. Dias/noites havia com mais de uma/duas, três saídas em patrulhamentos. E horas atrás de horas, em vigília e alertas.

Recortes dos jornais «A Província de
Angola» (em cima) e «O Comércio»,
ambos de Luanda, sobre a actualidade
angolana, a 23 de Outubro de
 1961. Há precisamente 61 anos!!!

O Uíge angolano,
de há 61 anos !


A 22 de Outubro de 1961, há 60 anos e ano do início das acções armadas dos movimentos independentistas, o major Rebocho Vaz, ao tempo Governador do Distrito e Comandante Militar do Uíge, recebeu pessoalmente «milhares de nativos, com mulheres e filhos», em Carmona, meses depois do início (em Março) do chamado terrorismo.
A notícia era do jornal matutino «A Província de Angola», que se publicava na capital (o actual «Jornal de Angola», e que se pode rever na imagem mais acima) e reportava também que as populações estavam «exauridas e reduzidas a triste estado de penúria».
O jornal «O Comércio», também de Luanda, noticiava na edição do mesmo dia o «regresso às povoações e aos trabalhos das populações da Serra do Uíge». Acrescentava que «voltaram cerca de 1500 pessoas».
A revista «Notícia», que também se publicava em Luanda, dava conta, por sua vez, que «alguns voltam das serras para convencerem outros povos a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas».
«Vieram primeiro 600, mas depois vinham 2000 e mais 2000. Os regressados ficaram isolados 2 dias, para evitar a propagação de possíveis doenças contagiosas. Os homens válidos foram colaborar nas reconstruções das suas habitações», reportava a a revista, na sua edição de 4 de Novembro de 1961 - dentro de dias se passam 60 anos.
Foi nessa área nortenha de Angola que, de Junho de 1974 até 4 de Agosto de 1975, em quadro de guerra diferente, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 tiveram a sua jornada africana.

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