sábado, 5 de novembro de 2022

6 977 - 5 238 - Cavaleiros do BCAV. 8423 reforçados em 1974 e Angola, em 1975, a 6 dias da independência!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa e todos identificados

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, todos
milicianos. De pé, furriéis Melo, Matos e Mário
Soares com o alferes Carvalho. Em baixo, os 
furriéis Abel Mourato e Rafael Ramalho 

 e o alferes João Machado 
Furriel Mário
J. R. Soares


Os Cavaleiros do Norte do Batalhão de Cavalaria 8423, comandados pelo tenente-coronel Almeida e Brito receberam, há 48 anos, por Novembro de 1974, dois reforços: o furriel miliciano Mário J. R. Soares e o soldado cozinheiro Carlos J. F. Gomes.
Mário Soares era atirador de Cavalaria de especialidade e foi reforçar a guarnição de Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423 - comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. 
Dele não guardamos imagem nem ideia e a quem perguntámos, da 2ª. CCAV., ninguém se lembra mas a verdade é que o livro «História da Unidade» da conta da sua chegada e, como se vê nas imagens, integou a guarnição. Muito provavelmente, para substituir o furriel Freitas Ferreira que, vítima do acidente de Úcua, foi evacuado para o Hospital Militar de Luanda e por lá ficou, sendo reclassificado como amanuense.
Quando ao seu paradeiro actual, não fazemos ideia - apesar das diligências feitas, desde há já alguns anos.
Carlos Gomes era cozinheiro e apresentou-se na CCS do Quitexe, substituindo Antero Baião que, por doença, regressou a Portugal e à sua terra de Mira. One sanem,os que ainda vive, por informação do sapador Albino Marques Dias.
A 1ª. página do Diário de Lisboa
de 5 de Novembro de 1975, com 
caixa alta» para a independência
de Angola, daí a 6 dias


Um problema africano,
exige solução africana

Um ano depois, o MPLA anunciou, a 5 de Novembro de 1975, hoje se fazem 47 anos, que iria «declarar unilateralmente a independência de Angola às zero horas do dia 11, se até lá Portugal não alterar a sua posição face à FNLA e à UNITA»
A notícia foi publicada na primeira página do «Diário de Lisboa» - e certamente em outros jornais, rádios e televisões, em serviço do «Diário de Luanda» e das agências Reuters, France Press e ANOP. Queria o movimento de Agostinho Neto ser reconhecido pelo Governo Português como «o único legítimo representante do povo angolano e transferindo para ele todos os poderes».
A independência estava a apenas 6 dias e «intensifica(va)m-se os movimentos com vista a encontrar uma plataforma de última da hora para o conflito angolano». Decorria a Conferência de Kampala (com MPLA, FNLA, UNITA e Portugal) e, em Mogadíscio, o presidente Siade Barre propôs uma outra cimeira: «Uma vez que a crise angolana é essencialmente um problema africano, exige uma solução africana».
A situação militar interna «sofreu algumas alterações nas últimas 24 horas». A mais importante, segundo o DL, «é o avanço das forças mercenárias invasoras do Exército regular sul-africano e do ELP, que entraram na província de Benguela, via Sá da Bandeira, através de Quilengues», com «grande resistência das forças populares». 
Os combates prosseguiram até ao rio Coporolo, a 100 quilómetros de Benguela, tendo os «invasores» 1500 homens, «apoiados por helicópteros estacionados em Sá da Bandeira». As chamadas forças invasoras incluíam, segundo o MPLA, «os lacaios da UPA/FNLA e da UNITA».
Parada do BC12, em 1975, com refugiados de Carmona 

Flagelações em Santa
Eulália e silêncio do Uíge

A Frente Norte continuava inalterável, «havendo a registar, no entanto, algumas acções de flagelação por parte do exército invasor, na região de Santa Eulália».
Do Uíge, da cidade de de Carmona e da vila do Quitexe, de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange (sem esquecer as fazendas de Santa Isabel, de Zalala e do Liberato), do Songo e do Negage, chãos por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, é que nada se sabia. Apenas que, por esse tempo, era o «terreno» da FNLA.

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