domingo, 6 de novembro de 2022

6 978 - Alguns medos no Uíge de 1974! A recusa do MPLA do plano português de descolonização!

A viagem do furriel Viegas, com o Nogueira do Liberato, a 24 de Setembro de 2019 e pela
 Estrada do Café fora e a caminho de Vista Alegre, Aldeia Viçosa, Quitexe e Carmona, a
actual cidade do Uíge. Aqui, em Ponte do Dange. Em 1974, as
«viagens» eram bem diferentes e mais perigosas

O furriel Viegas e o condutor Nogueira, a 24 de Setembro
de 2019 e a caminho de Úcua, desde Luanda e pela  Estrada
Café e até Ponte do Dange, Vista Alegre, Aldeia Viçosa,
Quitexe e Carmona 


O BCAV. 8423 organizou, há 48 anos, na quarta-feira de 6 de Novembro de 1974 e no Quitexe, a reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), envolvendo os comandantes das várias unidades do Subsector.
Os Cavaleiros do Norte do Quitexe fizeram-se representar pelo capitão José Paulo Falcão, o oficial de operações e adjunto do comando, na altura a exercer as funções de comandante interino, em substituição do tenente-coronel Almeida e Brito - que poucos dias antes partira para Lisboa, em gozo de férias.
O tempo era de «alguma acalmia, não encontrada há longos», mas que não dispensava cuidados operacionais preventivos, da parte dos Cavaleiros 
O comandante Almeida e Brito e o capitão
 José Paulo Falcão, ambos já falecidos e 
e aqui no encontro de Águeda, em 1995
do Norte do BCAV. 8423 - ao tempo com um enormíssima zona de acção operacional - que se estendia da Ponte do
Dange à cidade de Carmona. E não poucas vezes a Úcua, Quibaxe e Piri, já muito próximas de Luanda - a capital angolana. 
Pela Estrada do Café fora! Pela qual, a 24 e 25 de Outubro de 2019,  voltámos a passar, em viagem de saudades e memórias.
Passámos, eu (furriel Viegas) e o Nogueira, condutor da CCAÇ. 209/RI 21 - a da Fazenda do Liberato. Lembram-se dela, a que se revoltou em Setembro de 1974 - depois de «reterem» os seus quadros?  
Combatentes dos movimentos de libertação continuavam a apresentar-se às autoridades militares portuguesas e murmurava-se entre as guarnições militares a possibilidade (algo remida) de realização de comícios, nos quais poderiam apresentar os seus projectos políticos. 
O que poderia significar, e isso se antevia, confrontos entre os seus combatentes.
Por terras do Uíge era expectável que isso pudesse acontecer, principalmente entre o MPLA e a FNLA - esta, o mais influente movimento na área do Uíge, a dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
Noticia do Diário de Lisboa de 6 de Novembro
de 1974, sobre a situação política angolana

MPLA recusou pleno português
para a descolonização de Angola !

Ao tempo, o tempo de há precisamente 48 anos, o MPLA do presidente Agostinho Neto anunciou que iria «recusar o plano português de descolonização».
Aristides Van-Dunen, membro do seu Comité Central, falando em Lisboa, denunciou mesmo a existência xe «manobras imperialistas». Fosse isso o que fosse.
«A primeira golpada que o imperialismo quer implantar em Angola é a separação de Cabinda. O problema de Cabinda serve os interesses do imperialismo e daqueles que o apoiam, como Mobutu», disse o dirigente do MPLA.
Mobutu Sese Seko era o presidente do Zaire, actual República do Democrática do Congo, e permitira, disse Aristides Van-Dunen, a instalação da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), movimento que, sublinhou o dirigente do MPLA, «não lutou pela libertação» de Angola.
E se preparava, recordamos nós, para declarar a independência do Enclave de Cabinda - muito rica em petróleo e madeiras e objectivo que nunca conseguiu atingir. Até aos dias de hoje.


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