sábado, 7 de outubro de 2023

7 318 - O MPLA de há 49 anos garantia «os interesses dos brancos» de Angola!

O que resta(va) do edifício do Comando do BCAV. 8423, a 24 de Setembro de 2019,
quando por lá passou o furriel Viegas, da CCS. Ao fundo, a Igreja do Quitexe

Leituras do furriel miliciano
 Joaquim Farinhas (sapador)
Notícia do «Diário de Lisboa»
de há 49 anos

Aos 7 dias de Outubro de 1974, há 49 anos e pelas bandas do Quitexe do nortenho Uíge angolano, cogitava-se cada vez mais a iminência do cessar-fogo, muito desejado mas expectado com algumas reservas. 
O inimigo de ontem não se transforma, instantâneamente, no melhor amigo de hoje. Ou de amanhã. 
A guarnição dos Cavaleiros do Norte estava, na verdade, muito expectante quando às declarações de Agostinho Neto, presidente do MPLA e em Lusaka, na véspera: «O MPLA garantirá os interesses dos brancos». 
O seu movimento, a fazer fé nas suas palavras, reconhecia «o direito à existência das minorias brancas de Angola» e negou «fazer racismo negro», sublinhando que era intenção do MPLA «garantir uma política que permita a existência de brancos no nosso país».
Sobre as negociações com o Governo Português, para fazer evoluir o processo de independência do território, disse Agostinho Neto que começariam «logo que se alcance a unidade, tanto no interior do MPLA como da FNLA». 
De Luanda, chegava a notícia, via Alberto Ferreira (o amigo da Força Aérea, que regularmente tinha acesso à imprensa de Lisboa, chegada praticamente no dia): "O Costa Gomes e o Spínola estiveram a comer num hotel. Outra vez amigos, não se percebe isto...», comentava o Alberto. 
O general António de Spínola tinha renunciado à Presidência das República, a 30 de Setembro - depois da chamada Intentona de 28!, ou Inventona, também assim apelidada - e Costa Gomes foi o seu sucessor imediato, logo confirmando Vasco Gonçalves como 1º. Ministro. O mesmo 1º. Ministro que, a 28 de Setembro, Spínola tinha querido demitir. Eram os tempos seguintes ao seu apelo à maioria silenciosa.
Lá pelo Quitexe, no imenso Uíge angolano, tudo isto era surpreendente e incomprendido por nós, Cavaleiros do Norte - mesmo com as esquerdizantes e revolucionárias prelecções políticas do Farinhas. O melhor era "fazer tempo" para o fazer de malas. Que ainda demoraria tempo. Só daí a 11 meses!!! Mas nós nem imaginávamos!
- FARINHAS: Joaquim Augusto Loio Farinhas, furriel miliciano sapador, da CCS dos Cavaleiros do Norte. Natural de Amarante, faleceu a 14 de Julho de 2005, vítima de doença. - Ver AQUI

Fernando Coello, Rogério Raposo,
José Aires e Carlos Ferreira


Coelho, soldado TRMS de 
Zalala, a 1ª. CCAV. 8423,
faleceu há 23 anos !

O soldado Coelho, rádio-telegrafista de especialidade militar e combatente da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, faleceu há 23 anos - no dia 7 de Outubro de 2000.
Fernando Jesus da Costa Coelho, de seu nome completo, era morador na Rua da Presa Velha, da freguesia de Campanhã, na cidade do Porto, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975, depois de cumprida a sua (e nossa) jornada africana do norte de Angola, por terras do Uíge - que foi de 15 meses. Também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - a actual cidade do Uíge e capital da província do esmo nome.
Apenas sabemos que nasceu a 15 de Outubro de 1952 e, por informação do furriel João Dias (também TRMS), faleceu em Outubro de 2000 (no dia 7), a poucos dias de fazer 48 anos.
Hoje o lembramos com saudade. RIP!!!

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