A baía e a avenida da lindíssima marginal de Luanda, a capital de Angola, vista da Fortaleza de S. Paulo e a 8 de Outubro de 2019 |
A 13 de Novembro de 1975, há 48 anos e já com Angola independente e os Cavaleiros do Norte há mais de 2 meses em casa, o MPLA dava como «praticamente certa a participação de um vasto leque de independentes no futuro Governo».
Os tempos noticiosos angolanos falavam mesmo de «alguns nomes ligados à Junta Governativa, ao tempo do almirante Rosa Coutinho, e, posteriormente, a várias Secretarias de Estado Governo de Transição».
Agostinho Neto, presidente de Angola e estando num jantar comemorativo da independência, recusou-se a cortar o bolo, que tinha desenhadas (a chantilly) todas as 12 províncias da jovem nação:
«Nunca devemos repartir Angola», disse o já então Presidente da República.
A imprensa do dia noticiava que «reina acalma em todas as áreas libertadas pelo MPLA» e que 26 países já tinham oficialmente reconhecido a República Popular de Angola. «Espera-se que com a constituição do primeiro Governo, novas declarações de reconhecimento surjam, podendo vir a contar-se entre estas a de Portugal», noticiava o Diário de Lisboa de 13 de Novembro de 1975.
Luanda, por esse tempo, era uma cidade calma, mas as FAPLA (forças armadas do MPLA) e o ELNA (exército da FNLA) estavam frente a frente, a escassos 30 quilómetros a nordeste da cidade. Das outras frentes, nada se sabia nesse dia.
Fáceis não eram, as comunicações!
Cavaleiros do Norte da 2ª. CAV. 8423 na capela de Aldeia Viçosa: o Abrantes e o Aniano Tomaz, ambos condutores. A fé nunca não abandonou os crentes do Batalhão |
50 mortos e
mais de 100 feridos!
Não era assim, no entanto, em todo o território angolano. Um despacho da Reuters, publicado no «Diário de Lisboa» desse dia 13, dava conta que «a capital angolana está a regressar à normalidade, depois de dois dias de tiros e fogos postos, em que encontraram a morte mais de 50 pessoas e ficaram feridas mais de 100».
A madrugada dessa 4ª.-feira registou «tiroteios esporádicos e os motoristas em greve de protesto contra os assaltos e tiros na estrada de Luanda para o Dondo», regressaram ao trabalho, «depois de o Governo ter anunciado que intensificará as patrulhas militares naquela estrada».
Rebeldes cercados
no Enclave de Cabinda !
Cabinda era outro ponto de conflito e onde «soldados negros que anteriormente pertenceram às forças especiais portuguesas, continuaram a ter em seu poder 39 reféns, numa posição fortificada sobranceira a fronteira com o Congo-Brazaville» - cercados pela tropa portuguesa, porém com dificuldades desta em intervir, por causa dos reféns.
Os soldados negros, segundo o «Diário de Lisboa», eram «aparentados da FLEC», um movimento que procurava «obter autonomia total» do Enclave, que era (é) uma «região rica em petróleo». Apresentaram uma lista de exigências para libertar os 39 prisioneiros.
A UNITA, no Lobito, dava conta que «300 indivíduos são incorporados diariamente» no seu exército. Jorge Valentim, considerado o nº. 2 do presidente Jonas Savimbi, disse, sobre o futuro, que «posso assegurar a toda a população branca de origem portuguesa que deve estar absolutamente calma, pois a UNITA assegurar-lhes-á a protecção».
Santos, clarim de
Um ano antes, a 13 de Novembro de 1974, o capitão José Paulo Falcão, comandante interino do Batalhão de Cavalaria 8423, esteve reunido no Comando do Sector do Uíge, em Carmona, no BC12. Foi mais um encontro de trabalho dos comandantes das várias unidades do CSU.
O mesmo dia, mas no Quitexe, foi igualmente tempo para mais uma reunião da Comissão Local de Contra-Subversão. O mês de Novembro de 1974, lê-se no livro «História da Unidade», «pode dizer-se que se caracterizou por uma acalmia não encontrada há longos anos».Não era assim, no entanto, em todo o território angolano. Um despacho da Reuters, publicado no «Diário de Lisboa» desse dia 13, dava conta que «a capital angolana está a regressar à normalidade, depois de dois dias de tiros e fogos postos, em que encontraram a morte mais de 50 pessoas e ficaram feridas mais de 100».
A madrugada dessa 4ª.-feira registou «tiroteios esporádicos e os motoristas em greve de protesto contra os assaltos e tiros na estrada de Luanda para o Dondo», regressaram ao trabalho, «depois de o Governo ter anunciado que intensificará as patrulhas militares naquela estrada».
Notícia do Diário de Lisboa de 13 de Novembro de 1974, sobre os 39 reféns dos rebeldes cercados pela tropa portuguesa |
Rebeldes cercados
no Enclave de Cabinda !
Cabinda era outro ponto de conflito e onde «soldados negros que anteriormente pertenceram às forças especiais portuguesas, continuaram a ter em seu poder 39 reféns, numa posição fortificada sobranceira a fronteira com o Congo-Brazaville» - cercados pela tropa portuguesa, porém com dificuldades desta em intervir, por causa dos reféns.
Os soldados negros, segundo o «Diário de Lisboa», eram «aparentados da FLEC», um movimento que procurava «obter autonomia total» do Enclave, que era (é) uma «região rica em petróleo». Apresentaram uma lista de exigências para libertar os 39 prisioneiros.
A UNITA, no Lobito, dava conta que «300 indivíduos são incorporados diariamente» no seu exército. Jorge Valentim, considerado o nº. 2 do presidente Jonas Savimbi, disse, sobre o futuro, que «posso assegurar a toda a população branca de origem portuguesa que deve estar absolutamente calma, pois a UNITA assegurar-lhes-á a protecção».
O clarim Santos, com o furriel João Dias |
Santos, clarim de
Zalala, 71 anos em
(VN de) Ourém!
O soldado Fernando Manuel Dias dos Santos, da 1ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 13 de Novembro de 2023: comemora 71 anos!
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala - a mais rude escola de guerra.. - foi clarim de especialidade militar e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Fixou-se no Resouro, povoação da freguesia de Urqueira, em (Vila Nova de) Ourém, a terra da sua naturalidade e residência.
(VN de) Ourém!
O soldado Fernando Manuel Dias dos Santos, da 1ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 13 de Novembro de 2023: comemora 71 anos!
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala - a mais rude escola de guerra.. - foi clarim de especialidade militar e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Fixou-se no Resouro, povoação da freguesia de Urqueira, em (Vila Nova de) Ourém, a terra da sua naturalidade e residência.
Trabalhou na área da construção civil e esteve vários anos emigrado em França e é para lá, para a Urqueira, que vai, direitinho e amigo, o nosso abraço de parabéns
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