O condutor Nogueira, CCAÇ. 209/RI 21 (do Liberato) e o furriel Viegas, da CCS do BCAV. 8423 (de pé), na avenida e com crianças do Quitexe |
Os combates entre as forças do MPLA (as FAPLA) e as da FNLA (o ELNA) e a UNITA (as FALA) continuavam há 48 anos, dias depois da proclamação da independência.
A 15 de Novembro, soube-se das primeiras notícias do «nosso» Uíge.
«A ofensiva vitoriosa das FAPLA mantém-se e Úcua, ponto estratégico situado a meio do caminho entre Luanda e Carmona, foi libertado e toda a chamada «rota do café» está sob controlo do braço armado do povo angolano», reportava o Diário de Lisboa.
As FAPLA, ainda segundo o DL de 15 de Novembro de 1975, «progrediram, assim, até 340 quilómetros de Luanda ameaçando os principais redutos da FNLA e preparando um «anel» que isolará Ambriz e preparará a queda de Carmona».
A Frente de Nova Lisboa registava o reforço do cerco à cidade. «As FAPLA dominam Cela, onde destroçaram as forças da UNITA», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «esta manhã, em Luanda, foram apresentados, à imprensa nacional e estrangeira, mercenários e elementos do ELP».
A Estrada do Café
As FAPLA, ainda segundo o DL de 15 de Novembro de 1975, «progrediram, assim, até 340 quilómetros de Luanda ameaçando os principais redutos da FNLA e preparando um «anel» que isolará Ambriz e preparará a queda de Carmona».
A Frente de Nova Lisboa registava o reforço do cerco à cidade. «As FAPLA dominam Cela, onde destroçaram as forças da UNITA», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «esta manhã, em Luanda, foram apresentados, à imprensa nacional e estrangeira, mercenários e elementos do ELP».
A Estrada do Café, que liga(va) Luanda a Carmona, aqui na entrada de Vista Alegre, por onde jornadeou a 1ª. CCAV. 8423. imagem de 24 de Setembro de 2019 |
A Estrada do Café
e o troço para
Camabatela!
Um ano antes, precisamente, os tranquilos dias quitexanos do Uíge eram a antítese das situações de conflito que se viviam e multiplicavam em Luanda, onde já tinham chegado MPLA, FNLA e UNITA. Cada qual com a(s) sua(s) força(s) e ambições.
Os Cavaleiros do Norte prosseguiam as tarefas de preparação da sua própria rotação e apoiavam a JAEA na recuperação do troço de estrada entre o Quitexe e Camabatela, depois do de Aldeia Viçosa a Ponte do Dange - a Estrada do Café.
O Diário de Luanda de 15 de Novembro de 1974, há 45 anos, dava conta de um comunicado da FNLA, que apelava à «assumpção de posições actuantes e racionais, para podermos contribuir, sem ambiguidades, para uma total e definitiva separação das forças construtivas das descontrutivas» e sublinhava que «a neutralidade, neste momento, não serve a ninguém, nem à própria Angola». O documento era «um velado ataque à Junta Governativa e ao MPLA, explorando alegadas divisões neste movimento». De que era exemplo a Facção Chipenda.
O matutino «O Comércio», também de Luanda e da terça-feira anterior, «atacava» um eventual governo de coligação e sugeria que «somente sob a autoridade de um governo de partido único - a FNLA - se poderá resolver o probema angolano».
O MPLA, por sua vez, afirmava acreditar nas intenções de Rosa Coutinho, o Alto Comissário, e do Governo Português, prontificando-se «a colaborar na segurança dos musseques» - zonas onde se repetiam problemas e sucediam problemas e mortes.
A UNITA, de Jonas Savimbi, essa, e ainda citando o Diário de Lisboa, «tem-se remetido a um prudente silêncio, evitando ataques e críticas ao MPLA e à Junta Governativa».
Lúcio Lara, do MPLA, denunciava «provocações de pessoas que, em Luanda, vivem na zona no asfalto» - a população branca. E criticou «um ataque contra pessoas instaladas na tribuna do estádio do Futebol Clube de Luanda, durante um comício do MPLA». Pediu a dissolução de forças para-militares, dando o exemplo da OPVDCA.
- JAEA. Junta Autónoma de Estradas de Angola.
- OPVDCA. Organização Provincial de Voluntários da Defesa Civil de Angola.
Um ano antes, precisamente, os tranquilos dias quitexanos do Uíge eram a antítese das situações de conflito que se viviam e multiplicavam em Luanda, onde já tinham chegado MPLA, FNLA e UNITA. Cada qual com a(s) sua(s) força(s) e ambições.
A Estrada do Café no mesmo dia, com duas raparigas e um bebé às costas |
O Diário de Luanda de 15 de Novembro de 1974, há 45 anos, dava conta de um comunicado da FNLA, que apelava à «assumpção de posições actuantes e racionais, para podermos contribuir, sem ambiguidades, para uma total e definitiva separação das forças construtivas das descontrutivas» e sublinhava que «a neutralidade, neste momento, não serve a ninguém, nem à própria Angola». O documento era «um velado ataque à Junta Governativa e ao MPLA, explorando alegadas divisões neste movimento». De que era exemplo a Facção Chipenda.
O matutino «O Comércio», também de Luanda e da terça-feira anterior, «atacava» um eventual governo de coligação e sugeria que «somente sob a autoridade de um governo de partido único - a FNLA - se poderá resolver o probema angolano».
O MPLA, por sua vez, afirmava acreditar nas intenções de Rosa Coutinho, o Alto Comissário, e do Governo Português, prontificando-se «a colaborar na segurança dos musseques» - zonas onde se repetiam problemas e sucediam problemas e mortes.
A UNITA, de Jonas Savimbi, essa, e ainda citando o Diário de Lisboa, «tem-se remetido a um prudente silêncio, evitando ataques e críticas ao MPLA e à Junta Governativa».
Lúcio Lara, do MPLA, denunciava «provocações de pessoas que, em Luanda, vivem na zona no asfalto» - a população branca. E criticou «um ataque contra pessoas instaladas na tribuna do estádio do Futebol Clube de Luanda, durante um comício do MPLA». Pediu a dissolução de forças para-militares, dando o exemplo da OPVDCA.
- JAEA. Junta Autónoma de Estradas de Angola.
- OPVDCA. Organização Provincial de Voluntários da Defesa Civil de Angola.
O Manuel Neves (Bolinhas) e o furriel João Dias em 1974/1975 |
O Manuel Neves (Bolinhas) e o furriel João Dias em 2017 |
Manuel Bolinhas de Zalala, 71
anos em Penacova !
O Manuel Jacinto Pereira das Neves Amaral foi soldado atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da 1ª. CCAV. 8423. Festeja 71 anos a 15 de Novembro de 2023.
Popularizado como Bolinhas (vá lá saber-se porquê...) pelas bandas da mítica Fazenda de Zalala - e depois por Vista Alegre/Vista Alegre, pelo Songo e por Carmona, chãos uíjanos por onde também jornadearam os Cavaleiros do Norte do capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975.
O casamento levou-o a «ganhar» o apelido Amaral (a dsua jura de amor a senhora sua esposa) e fez/faz vida profissional e pessoal por terras de Penacova, na Quinta dos Penedos.
De lá é natural e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
Martins P. de Oliveira |
Martins de Aldeia
Viçosa festeja 71
anos em Leiria!
O soldado atirador de Cavalaria Martins Pereira de Oliveira, combatente da 2ª. CCAV. 8423, festeja 71 anos a 16 de Novembro de 2023. Amanhã.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa (e depois de Carmona, a actual cidade do Uíge), Martins é mesmo o seu nome próprio e, concluída a sua jornada africana do norte africano de Angola, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Aparícios, lugar da freguesia de Santa Eufêmia, do município de Leiria.
Ainda lá reside e é para lá e para ele que vai o nosso abraço de parabéns!
O soldado atirador de Cavalaria Martins Pereira de Oliveira, combatente da 2ª. CCAV. 8423, festeja 71 anos a 16 de Novembro de 2023. Amanhã.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa (e depois de Carmona, a actual cidade do Uíge), Martins é mesmo o seu nome próprio e, concluída a sua jornada africana do norte africano de Angola, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Aparícios, lugar da freguesia de Santa Eufêmia, do município de Leiria.
Ainda lá reside e é para lá e para ele que vai o nosso abraço de parabéns!
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