O 1º. cabo Carlos Ferreira com civis de Vista Alegre, à porta do depósito de material de guerra da 1ª. CCAV. 8423. Reside em Moçambique |
Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, estavam, há 49 anos, a preparar a sua rotação para Vista Alegre e Ponte do Dange - onde iriam ocupar as instalações onde desde 1 de Abril de 1973 se aquartelava a CCAÇ: 4145/72.
A 20 de Novembro de 1974, de lá saiu a CCAÇ. 4145/74, que lá chegara na véspera, razão pela qual, «tornando-se necessária a ocupação da Vista Alegre e Ponte do Dange, previamente teve início a rotação da 1ª. CCAV. para estes locais», como relata o livro «História da Unidade».
A CCAÇ. 4145/72, como já contámos, já tinha «guia de marcha» para Luanda e a rotação do dispositivo militar português implicava a «ocupação» daqueles dois pontos nevrálgicos da Estrada do Café, entre Luanda e Carmona. Nesse dia 21 de Novembro de 1974, a 4145/72 foi visitada pelo capitão José Paulo Falcão, que interinamente comandava o BCAV. 8423 - nas férias do comandante Almeida e Brito.
Camião atascado
na saída de Zalala!
A 21 do mesmo mês de Novembro de 1974, uma quinta-feira e ainda segundo o HdU, «começou a processar-se» a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Castro Dias.
O dia é recordado pelo 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira (agora em Moçambique), que lá foi mecânico de armamento ligeiro e guarda do depósito de armamento:
A 20 de Novembro de 1974, de lá saiu a CCAÇ. 4145/74, que lá chegara na véspera, razão pela qual, «tornando-se necessária a ocupação da Vista Alegre e Ponte do Dange, previamente teve início a rotação da 1ª. CCAV. para estes locais», como relata o livro «História da Unidade».
A CCAÇ. 4145/72, como já contámos, já tinha «guia de marcha» para Luanda e a rotação do dispositivo militar português implicava a «ocupação» daqueles dois pontos nevrálgicos da Estrada do Café, entre Luanda e Carmona. Nesse dia 21 de Novembro de 1974, a 4145/72 foi visitada pelo capitão José Paulo Falcão, que interinamente comandava o BCAV. 8423 - nas férias do comandante Almeida e Brito.
O 1º. cabo Jorge Silva, da 1ª CCAV. 8423, em Vista Alegre e com um elemento da FNLA |
Camião atascado
na saída de Zalala!
A 21 do mesmo mês de Novembro de 1974, uma quinta-feira e ainda segundo o HdU, «começou a processar-se» a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Castro Dias.
O dia é recordado pelo 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira (agora em Moçambique), que lá foi mecânico de armamento ligeiro e guarda do depósito de armamento:
«O primeiro camião civil a sair, antes da Companhia, foi com toda a minha tralha, armamento, munições, ferramentas, panelas, etc., numa noite de tem-pestade. Penso que apenas eu ia armado, o motorista era civil e um soldado africano ia à boleia para Luanda, de férias, e que desertou com arma e tudo».
«Ainda não tínhamos saído da fazenda e o camião enterrou-se, devido à chuva intensa. Pedimos ajuda via rádio, veio o furriel Dias, sempre ele, com macacos e pás, apenas o via a ele, no meio da lama e da escuridão, tendo após mais ou menos 2 horas desatolado o carro», recorda-se o Carlos Ferreira, acrescentan-
do que «cheguei cerca das 3 horas da madrugada a Vista Alegra, sem saber onde descarregar o material».
Mais acidente menos incidente, estava em marcha o adeus definitivo das Forças Armadas Portuguesas à mítica Fazenda Zalala! «Ocupada» desde 1961!
MPLA recusa fuzilamentos
e FNLA protege 19 populares!
«Ainda não tínhamos saído da fazenda e o camião enterrou-se, devido à chuva intensa. Pedimos ajuda via rádio, veio o furriel Dias, sempre ele, com macacos e pás, apenas o via a ele, no meio da lama e da escuridão, tendo após mais ou menos 2 horas desatolado o carro», recorda-se o Carlos Ferreira, acrescentan-
do que «cheguei cerca das 3 horas da madrugada a Vista Alegra, sem saber onde descarregar o material».
Mais acidente menos incidente, estava em marcha o adeus definitivo das Forças Armadas Portuguesas à mítica Fazenda Zalala! «Ocupada» desde 1961!
Notícia do «Diário de Lisboa» de 21/11/1974 |
MPLA recusa fuzilamentos
e FNLA protege 19 populares!
O dia 21 de Novembro de 1974, pelas bandas de Luanda, foi tempo de o MPLA apresentar 6 homens, de mãos atadas atrás das costas - um deles acusado de assassínio. Outro teria extorquido dinheiro em nome do MPLA e os restantes de roubos - todos detidos pelas (suas)
Comissões de Vigilância dos musseques, onde se apresentavam como militantes do movimento de Agostinho Neto.
As ditas Comissões de Vigilância pediram o fuzilamento dos seis, mas Hermínio Escórcio, dirigente do MPLA, disse que iriam ser entregues às autoridades portuguesas. O que não aconteceu, porque com tal não concordaram os mais de 2000 africanos que se concentraram junto à sede do MPLA - onde continuaram detidos os 6 homens.
A FNLA, por seu lado, denunciou que 19 populares do Bairro Residencial do Catambor, em Luanda, tinham sido obrigados a abandonar as suas casas, por elementos armados de um movimento rival, cujo nome não quis revelar.
Um comunicado militar português do tempo, entretanto, anunciou a morte de um africano e ferimentos em dois africanos e dois brancos, no decorrer de incidentes com armas de fogo nos dias anteriores.
Comissões de Vigilância dos musseques, onde se apresentavam como militantes do movimento de Agostinho Neto.
As ditas Comissões de Vigilância pediram o fuzilamento dos seis, mas Hermínio Escórcio, dirigente do MPLA, disse que iriam ser entregues às autoridades portuguesas. O que não aconteceu, porque com tal não concordaram os mais de 2000 africanos que se concentraram junto à sede do MPLA - onde continuaram detidos os 6 homens.
A FNLA, por seu lado, denunciou que 19 populares do Bairro Residencial do Catambor, em Luanda, tinham sido obrigados a abandonar as suas casas, por elementos armados de um movimento rival, cujo nome não quis revelar.
Um comunicado militar português do tempo, entretanto, anunciou a morte de um africano e ferimentos em dois africanos e dois brancos, no decorrer de incidentes com armas de fogo nos dias anteriores.
Os condutores Delfim Serra e Henrique Ramos, conterrâneos de S. Pedro Cova em 1974/1974 |
Isabel, faz 71 anos em
S. Pedro da Cova !
O soldado Henrique Ferreira Ramos foi combatente da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e festeja 71 anos a 22 de Novembro de 2022.
O soldado Henrique Ferreira Ramos foi combatente da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e festeja 71 anos a 22 de Novembro de 2022.
Amanhã e em S. Pedro da Cova.
Condutor-auto de especialidade militar, também passou pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona (actual Uíge) e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à sua casa dos Silveirinhos, em S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar.
Por lá, principalmente por lá, fez a sua vida familiar e profissional - boa parte dela também dedicando-se à arbitragem do futebol, enquanto filiado na Associação de Futebol do Porto. Também esteve algum tempo emigrado na Bélgica e descansa agora de uma vida inteira de trabalho.
Para S. Pedro da Cova, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
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