terça-feira, 25 de setembro de 2012

1 421 - As portas de Zalala...

A foto apareceu-me pela frente e eu a puxar pela cabeça: mas onde e isto? Já passei por aqui!!! Enviou-ma o Queirós e, com o indicador direito a rapar a cabeça, lá me veio à ideia: são as Portas de Zalala!!!
Zalala, por onde jornadeou a 1ª. CCAV. 8423, era conhecida como «a mais dura escola de guerra» e assim se mostrava a quem se aproximava da fazenda de Ricardo Guerra - que foi chão mártir logo em 1961, quando rebentou a guerra e por lá passou José Martinho, mau vizinho de aqui a uns 60 metros.
Outros eram esses tempos, de muitos dramas e tragédias que a memória vai encostando no sótão.
«Tivemos de fazer e desfazer 14 pontes, desde o Quitexe. Levamos 9 dias para fazer aqueles 40 quilómetros», recorda José Martinho, também evocando «os nossos soldados que morreram, parece que 9, já não me lembro bem»
As memórias de Zalala são memórias que fazem doer e os Cavaleiros do Norte bem se lembram dos pós de medo que engoliram, quando galgavam a perigosa e lendária picada, que se não nos matou, e não matou!!!, nos armadilhou muitas emoções e castrou entusiasmos. 
Os tempos de 61 foram bem mais trágicos e mortais. «O encarregado da fazenda conseguiu safar-se do ataque e fugiu, já com um braço cortado, decepado. E sabes como se aguentou, como o segurou? Olha, só visto..., embrulhando o côto num pano e folhas de árvores. Fugiu para a mata e por lá andou aqueles dias todos, sabe Deus como, com fome e dores para matar, ate que a tropa apareceu», diz-me José Martinho.
Esqueçamos isso, por momentos. E contemplemos as Portas de Zalala, esta magnífica obra da natureza, que nenhuma guerra destruiu.  

2 comentários:

  1. Vê se tens o material sobre o Nascimento Vago Mestre no Facebook,que te enviei

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  2. estas rochas são da picada da estrada para a 2º fazenda de café da rimaga. não da 1º

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