FNLA. Delegação da Estrada de Catete, vista do lado do Grafanil (net). Em
baixo, a primeira página do Diário de Lisboa de há 39 anos, 14 de Julho de 1975
A 14 de Julho de 1975, Luanda acordou em mais mais uma madrugada de rebentamentos de armas pesadas, a partir das 5,30 e e por mais de duas horas. A acalmia da véspera, resultou, leio no Diário de Lisboa, «num tipo de violência nunca visto». Os resultados foram dramáticos. Mais de 300 mortos!!! Provavelmente muitos mais.
Ainda citando o Diário de Lisboa, «várias delegações da FNLA foram destruídas e ocupadas pelo MPLA». Uma delas, a da Estrada de Catete (foto), na saída de Luanda para o Grafanil, considerada a mais forte do movimento de Holden Roberto, e com a qual estariam relacionados mais de 3000 soldados. E também as do Prenda e da Ilha de Luanda. A base naval terá recebido mais de 2000 pessoas afectas à FNLA, em fuga ao fogo do MPLA.
Os Cavaleiros do Norte, em Carmona, expectavam a sua próxima partida para esta capital a ferro e fogo, sangue e morte, e, bem perto, sabiam do cerco ao quartel NT do Negage - que ocorrera na véspera, dia 13 de Julho. A FNLA queria as armas da CCAÇ. 4741, adida aos Cavaleiros do Norte.
A guarnição carmoniana, recordemos, estava em prevenção simples, desde o dia 12 - que se prolongaria até 18 -, e as notícias que nos chegavam eram muito difusas. E dramáticas! Em Carmona, entretanto e num comício da véspera, um domingo, dirigentes da FNLA e comandantes do ELNA tinham feito declarações que importava ter em atenção. A cidade começou a receber, leio no Livro da Unidade, «constante afluxo de refugiados da FNLA».
Iam amargos e dramáticos os nossos últimos dias da capital do Uíge.
- ELNA. Exército de Libertação Nacional
de Angola, braço armado da FNLA.
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