domingo, 29 de março de 2015

3 073 - Remodelação do dispositivo e libertações em Luanda

Carmona, a cidade no tempo dos Cavaleiros do Norte (foto da net). Em baixo, Monteiro 
e Viegas (à civil) nas traseiras da messe do bairro Montanha Pinto, em 1975. Há 40 anos!!!


Sábado, 29 de Março de 1975. Luanda continua com o recolher obrigatório, às 21 horas, mas «a tensão vai-se atenuando na cidade», depois da assinatura, na véspera, do protocolo entre os movimentos. O MPLA libertou alguns prisioneiros e entregou-os às Forças Armadas Portuguesas. A FNLA também libertou alguns populares.
Os dois movimentos tinham «montado o rigoroso serviço de segurança» à volta das suas sedes. A UNITA, pela voz do presidente Jonas Savimbi, declara-se neutral, negando estar do lado a FNLA, contra o MPLA. A cidade está cheia de slogans em favor do movimento do Galo Negro: «UNITA-Savimbi, igual a paz», é um deles. Outro: «UNITA, a tua segurança».
Os noticiários continuam suspensos, apesar de, como sublinha o Diário de Lisboa desse dia, «a situação estar aparentemente a regressar à normalidade». Esperava-se que Melo Antunes chegasse na segunda-feira a Luanda, depois de passar pela Tanzânia e Moçambique. Em Kinshasa, no Zaire, Almeida Santos garantira que «as eleições em Angola, terão lugar como previsto».
«Desejamos que se estabeleça o diálogo entre os três movimentos angolanos, para uma solução final do problema e o acesso deste país à independência», disse Almeida Santos, no final da audiência com Mobutu Sese Seko, o presidente do Zaire.
O Alto-Comissário, no mesmo dia 29 de Março, condenou a versão da ANI sobre os incidentes de Angola, considerando que «não pode deixar de ser tendenciosa, além de carecida de objectividade».  Além disso, acrescentou, «reveste-se de particular gravidade e denota ausência de consciência profissional do responsável, ou responsáveis, pela suja emissão».
Os Cavaleiros do Norte, no Uíge Angolano, continuavam a aguardar «o programa de continuação da remodelação do dispositivo». O principal problema que se punha era a ocupação, pelos movimentos emancipalistas, das instalações militares portuguesas. Por alguma razão continuavam a 1ª. CCAV. (a de Zalala) em Vista Alegre e Ponte do Dange e a 3ª. CCAV. (a de Santa Isabel) no Quitexe. No BC12. em Carmona, apenas, a CCS e a 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, E alguns grupos de combate das outras companhias.

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