segunda-feira, 13 de julho de 2015

3 189 - O Gaiteiro, reuniões no Quitexe e problemas em Luanda

O Gaiteiro, à direita, com Agostinho Teixeira, 1º. cabo pintor (à esquerda) e
o (alferes) António A. Cruz, em Julho de 2013, no Freixieiro (Matosinhos)

Américo Gaiteiro em Paredes (Maio de
2012), com a companheira Maria Eduarda
Teixeira Cardoso, falecida em Abril de 2015,
vítima de doença cancerosa


A 13 de Julho de 1974, o comandante Almeida e Brito (e o seu estado maior) «reuniu com as autoridades tradicionais, com os comerciantes e elevado número de fazendeiros». O encontro decorreu no Clube do Quitexe e inseria-se no plano de «mentalização das populações» para o que seria o futuro próximo do processo de descolonização, decorrente da revolução de 25 de Abril anterior.
O dia era sábado e, em Luanda, as coisas não iam lá muito bem. «Receamos o pior. A situação é gravíssima e tememos que alastre a outras cidades», alertava Diógenes Boavida, que integrava a comissão representativa de vários movimentos políticos angolanos, que nesse dia chegava a Lisboa, onde também afirmou que «o pânico lavra em Luanda». Acrescentava que «as confrontações podem agravar-se nos próximos dias» e que «vamos pedir providências ao general Spínola».
Notícia do Diário de Lisboa de 13
de Julho de 1974
As confrontações da antevéspera já tinham provocado «10 mortos negros confirmados e 65 feridos» e estes números, segundo Diógenes Boavida, «podem estar muito aquém da realidade».
Agora, 41 anos depois, chegam-nos notícias pouco agradáveis, relativamente a um Cavaleiro do Norte - o condutor Gaiteiro. A sua companheira Eduarda Cardoso faleceu em Abril deste ano, vítima de doença cancerosa, no intestino. E ele restabelece-se de problemas de saúde, que o levaram já à extracção da bexiga e a problemas na próstata.
«Ainda  não morri, eu; mas já esteve por um triz...». narrou-nos ele, recordando, com uma gargalhada e no seu estilo sempre divertido, que «ia batendo a bota há 8 meses, durante a operação à bexiga». É apoiado pela ex-mulher e filhos, de 38 (o rapaz) e 31 anos (a rapariga). Tem quatro netos, mora em Leça da Palmeira e para lá vão os nossos desejos de melhoras. Desejos que sabemos serem de todos os Cavaleiros do Norte. Força, Gaiteiro!
- GAITEIRO. Américo Manuel Costa Nunes Gaiteiro, soldado 
condutor. Morou em Perafita e Rio Tinto, agora em Leça da Palmeira.

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