segunda-feira, 27 de julho de 2015

3 203 - Véspera do êxodo civil e ataque às NT em Luanda

O BC12, na estrada para o Songo, visto do lado de Carmona (seta verde). 
O bloco da direita (seta vermelha) foi o «pouso» dos furriéis milicianos 
da CCS nos últimos dias do Uíge. Há 40 anos!

Santos e Castro com Holden Roberto,
presidente da FNLA. há 40 anos,
possivelmente no Ambriz

A 27 de Julho de 1975, um domingo, os Cavaleiros do Norte continuavam a preparar a rotação para Luanda, prevista para 3 e 4 de Agosto. Faltava uma semana e aguardava-se a chegada de tropas de reforço. Os furriéis milicianos da CCS já tinham abandonado a messe do Bairro Montanha Pinto e estavam instalados no bloco habitacional ao lado do BC12 (ver foto).
A população civil, no geral até aí muito hostil às NT,  passou a ter novo entendimento sobre o seu papel e a solicitar apoio, querendo acompanhar a coluna militar que ia partir para Luanda. Diz o Livro da Unidade que «insegura e descrente do seu futuro (...) resolveu-se pelo êxodo».
Na véspera, noite de sábado, dia 26 e em Luanda, no bairro Vila Alice, «o MPLA desarmou um grupo de militares portugueses que seguiam numa viatura» e, segundo o comunicado do Alto-Comissário Silva Cardoso, «posteriormente, mandaram seguir a viatura, tendo aberto fogo pelas costas contra os seus ocupantes, tendo ferido dois, um dos quais gravemente». O COPLAD exigiu a entrega dos agressores até às 8 horas, «mas não foram entregues, nem dadas explicações às autoridades portuguesas».
O prazo foi dilatado até às 10 horas, quando «montaram um dispositivo para a detenção dos homens do MPLA», na Vila Alice. O comandante português discutiu com o do MPLA e, estando as NT no exterior, «as forças do MPLA abriram, fogo sobre as tropas portuguesas, que ripostaram, generalizando-se o incidente e provocando 15 mortos e feridos entre as FAPLA´s e civis». O incidente motivou um comunicado do MPLA, nomeadamente «exigindo explicações públicas urgentes».  E anunciando que ia mandar um protesto ao Governo Português e ao MFA. Entre as forças portuguesas, ficaram feridos dois alferes, dois furriéis e um soldado.
Malanje era palco de combates entre o MPLA e a FNLA, «após ligeira trégua conseguida pelas autoridade portuguesas, que pretendiam «a evacuação dos feridos e o abastecimento de víveres».
No Luso, os combates com o MPLA resultaram em «inúmeras baixas nos militares da UNITA».
O Caxito continuava ocupado pela FNLA, que, 
O Diário de Lisboa noticiava, a 28
de Julho de 1975, que o tenente coronel Santos
e Castro comandava a força
da FNLA que ocupava o Caxito
segundo o Diário de Lisboa, «aguardavam o reagrupamento de colunas vindas do norte, para então avançarem sobre Luanda». Mas o MPLA dava conta que as tropas da FNLA no Caxito «estão cercadas e sem possibilidade de avanço».
Era para esta Luanda que os Cavaleiros do Norte preparavam a sua partida, dizendo adeus a Carmona. O DL dava conta que «um antigo oficial do Exército Português comanda a coluna da FNLA que ocupa o Caxito». Era o tenente-coronel Santos e Castro - irmão do engenheiro Fernando Santos e Castro, que tinha sido Governador Geral de Angola, deputado da Assembleia Nacional e presidente da Câmara de Lisboa. pai de Ribeiro e Castro, até há dias deputado do CDS/PP.

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