sábado, 26 de setembro de 2015

3 264 - Dia de encontro dos Cavaleiros de Aldeia Viçosa

Os capitães milicianos José Manuel Cruz (2ª. CCAV. 8423) e José 
Paulo Fernandes (3ª. CCAV. 8423 ), com o alferes miliciano 
João Machado (2ª.), a conversarem com o comandante Bundula, 
da FNLA - há 41 anos, em Aldeia Viçosa


 Furriéis milicianos Guedes (a
espreitar), Gomes, Letras e Jesuíno,
mais o Martins (à frente , de bigode) e
os praças Sebastião e Oliveira
Hoje, neste último sábado de Setembro de 2015, dia 26, é tempo do encontro anual dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, os bravos companheiros da 2ª. CCAV. 8423, comandada
pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
Os caminhos desta «eno-gastronómica» operação, de norte a sul do país, vão hoje direitinhos a Salvaterra de Magos, onde, no restaurante Zé do Moinho, os espera ementa preparada a preceito - nada tendo a ver com a ração de combates das operações militares do norte de Angola, de há 40 para 41 anos.
Furriéis milicianos de Aldeia
Viçosa: António Rebelo, Amorim
Martins, Abel Mourato e Mário Matos
Há 41, no dia 26 de Setembro de 1974, o comandante Almeida e Brito visitava a Fazenda Guerra, na área do Quitexe, e os Cavaleiros do Norte patrulhavam a Estrada do Café - não sei se até Úcua -, «garantindo a liberdade de trânsito no itinerário». E concentrava atenções na segurança de Aldeia Viçosa. Faziam-se ao tempo, e a nível do Batalhão de Cavalaria 8423, «patrulhamentos nos pontos críticos dos centros urbanos e aquartelamentos, assim como em apoio aos povos apresentados e às diversas fazendas». Lá por Aldeia Viçosa e em todas as guarnições da ZA dos Cavaleiros do Norte!
O dia foi também tempo para Mário Soares, ao tempo Ministro dos Negócios Estrangeiros, sublinhar nas Nações Unidas «os esforços de Portugal para «efectuar uma descolonização rápida, que possa evitar a agitação».
Não imaginava, seguramente, o que passaria um ano depois. Nada que se pare esse com tal sublinhado. Na verdade, o problema angolano «ameaça(va) colocar Portugal num plano de isolamento, face a algumas das mais progressistas nações do chamada Terceiro Mundo» - devido às dúvidas que, a pouco mais de um mês da independência, ainda existiam no respectivo processo.
A situação assumia-se delicada e ainda mais fragilizadora do Governo português porque, entre essas nações, estavam duas ex-colónias portuguesas (Moçambique e Guiné-Bissau). E ambas apoiavam o MPLA - tal como Guiné-Conacry e Congo-Brazaville, Tanzânia, Botswana, Zâmbia, Burundi, Madagascar, Comores, Daomé e Mauritânia, porventura outros.
Notícia do Diário de Lisboa de há 40
anos, sobre a situação de Angola
«Se é certo que Lisboa se encontra em posição mais que delicada para solucionar o problema angolano, a contento das forças progressistas internacionais, especialmente com um Governo ideologicamente suspeito, como o «sexto», não é menos certo que o isolamento de Portugal face a um «bloco» de que se pretende próximo, em nada beneficiara - bem pelo contrário - a imagem internacional do país», escrevia o Diário de Lisboa de há precisamente 40 anos.
Hoje, porém, é para viver as emoções que se têm cultivado no canteiro da saudade e do companheirismo dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa. Que seja forte e farta a festa, pá! E feliz, muito alegre, sem esquecer os momentos que fizeram a nossa jornada de África.

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