sábado, 26 de dezembro de 2015

3 256 - Natal de 1974 e Almeida e Brito no comando da PM em 1975

O tenente-coronel Almeida e Brito (à esquerda, de mãos trás das costas) 
foi comandante dos Cavaleiros do Norte e, há 40 anos, tomou posse como 
comandante do Regimento de Polícia Militar (PM) de Lisboa. A foto é do 
encontro de Penafiel, da CCS e a 27 de Setembro de 1997

Cavaleiros do Norte de Zalala, da
1ª. CCAV. 84233, mas aqui em Vista Alegre: o
furriel Plácido Queirós e o 1º. cabo
Carlos Ferreira


A 26 de Dezembro de 1974, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Carmona, ao Comando de Sector do Uíge (CSU) e à Zona Militar Norte (ZMN) «em retribuição da mensagem de Natal do Exmo. Comandante do Sector do Uíge», como reporta o Livro da Unidade.
Foi esta:
«Festa da família, época em que é mais viva a saudade dos parentes e amigos, não é ainda para nós que neste Natal de 1974 terminará a velada de armas iniciada há 14 anos em Angola.
Fique-nos a consolação de encontrar no seio do Exército uma segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatente, comungando os mesmos princípios, vivendo os mesmos bons e maus momentos.
Fique-nos a certeza de estar a cumprir uma alta missão, ajudando a construir em paz um novo país de expressão portuguesa.
Nesta quadra, em que em todo o  mundo se deseja PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE, juntemos os nossos esforços para que em ANGOLA se consiga essa paz e, indiferentes a ofensas e calúnias, com a consciência tranquila, prossigamos confiantes e serenos até ao fim, para que possamos dizer. com satisfação e orgulho, MISSÃO CUMPRIDA.
Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, com esta saudação a todos os Oficiais, Sargentos e Praças do Sector, envio os meus votos de Boas Festas e Feliz Natal».  
Notícia de há 40 anos, do Diário de Lisboa,
sobre a situação militar da já independente
Angola, dividida em três frentes
Um ano depois, 26 de Dezembro de 1975 e com Angola já independente, reportava o Diário de Lisboa, citando a ANOP, a Reuter e a France Press, que «a guerra civil parece ter parado nas principais frentes de combate, embora as forças rivais tenham como objectivo avanços em pelo menos duas regiões». O MPLA controlava Luanda e a faixa central de Angola e esperava entrar no norte - o território da FNLA. A UNITA «visa conseguir um grande avanço no interior oriental». A FNLA tinha o quartel general em Ambriz e estava «a conter o avanço do MPLA para norte de Luanda». Mas o comandante Juju, do MPLA, afirmava que «tomar o Ambriz era questão de dias», embora fontes militares americanas «dignas de crédito», segundo o DL, garantissem que «as tropas do MPLA não tinham efectuados avanços ao norte de Luanda, em direcção a Ambriz».
Carmona e o Uíge, a «capital» da FNLA, ao tempo dos Cavaleiros do Norte, estava fora dos círculos noticiosos. Nada aparecia na imprensa, que «matasse» a nossa curiosidade de ex-combatentes.
Notícia do Diário de Lisboa de 
26/12/1975, sobre a posse do tenente 
coronel Almeida e Brito como
 comandante da PM
Em Lisboa, era noticiada a nomeação do tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito como comandante do Regimento de Polícia Militar. Tinha sido o nosso comandante na nossa jornada africana do Uíge angolano. O segundo comandante da PM era o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que foi 2º. comandante do BCAV. 8423 em Santa Margarida e, nas vésperas do embarque, «desviado» para a Guiné. O comando do RPM incluía também os majores Ayala Botto, Rúben e Mamede.

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