quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

3 296 - O 2º. comandante O. Monteiro e morte de 2 oficiais portugueses

Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo. Aqui, à direita, a entrada para o parque-auto e o edifício 
do comando, com a Bandeira Portuguesa hasteada. Logo a seguir, a secretaria da CCS e 
Casa dos Furriéis e messes dos Oficiais e dos Sargentos


O António Calçada e o João Monteiro (Gasolinas) e
esposa, na primeira foto. O mesmo Calçada e o mesmo
Casolinas na segunda foto, ambas no encontro de
Águeda, a 9 de Setembro de 1995

A 4 de Fevereiro de 1974, no Destacamento do RC4 do Campo Militar de Santa Margarida, os futuros Cavaleiros do Norte conheceram o major Ornelas Monteiro, que fez «a sua apresentação formal» como 2º. comandante do Batalhão de Cavalaria 8423.
Por pouco tempo, já que «por motivos imperiosos de serviço», como refere o Livro da Unidade, «acabou por não acompanhar o BCAV. para a RMA (Região Militar de Angola), tendo sido deslocado nas vésperas para o CCFAG» - o Comando Chefe da Forças Armadas da Guiné -, por «solicitação do Movimento das Forças Armadas». O BCAV. 8423 só em finais de Março de 1975 viria a ter 2º. comandante: o major José Diogo Themudo.
O mesmo dia 4 de Fevereiro, mas de 1975, foi tempo para «a comemoração do feriado oficial do MPLA», o movimento/partido de Agostinho Neto, porém, e seguindo o Livro da Unidade, «sem expressão na «área do BCAV. 8423».
O capitão Ramiro Pinheiro, da 1ª.
CCART. 6323, morto nos incidentes da
Praça de S. Paulo, a 4 de Fevereiro de
 1975. Assim como o alferes miliciano
António Santos
O dia foi considerado «feriado nacional de Angola, tendo em consideração o significado histórico da luta armada de libertação nacional de Angola». Esta data, a do ataque do MPLA às prisões de Luanda, em 1961, mas também 15 de Março de 1961 (ataque generalizado no norte de Angola, pela UPA/FNLA) e 25 de Dezembro de 1966 (ataque da UNITA a Teixeira de Sousa).
O dia foi o da chegada de Agostinho Neto a Luanda (dez anos depois da saída e de que amanhã falaremos) e de registo de incidentes na Praça de S. Paulo, na capital - do qual resultaram 10 mortos e 5 feridos. Entre eles, dois oficiais portugueses, ambos milicianos: o capitão Ramiro Pinheiro e o alferes António Santos, ambos da 1ª. CART. 6323.
Alferes António Santos
Correra o boato de que um comerciante branco abatera dois negros (que escondera no próprio estabelecimento), o que fez com uma multidão de negros se acercasse da loja. Soldados portugueses da da FNLA foram ao local, para protegerem o estabelecimento, ouviram-se tiros e também terão morrido dois soldados da FNLA e alguns civis.
A zona dos incidentes foi depois controlada pelas Forças Armadas Portuguesas e dos três movimentos de libertação - que, segundo o Diário de Lisboa, «fizeram deslocar para a zona muito pessoal e material».
O Governo de Transição, perante «a gravidade da situação, tomou medidas imediatas, tendentes a controlar totalmente a situação» e, assim, «assegurar a manutenção da ordem e impedir que incidentes desta natureza se repitam». E fez um apelo a toda a população, no sentido de «entregar as armas e material de guerra que tenha em seu poder».
- Capitão Pinheiro e alferes 
Santos. Ver AQUI´e AQUI

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