terça-feira, 8 de março de 2016

3 329 - Cavaleiros do Norte adaptam-se à cidade de Carmona

Grupo de Cavaleiros do Norte em pose fotográfica. Atrás, o Vicente (?, o segundo), Miguel Teixeira (o terceiro), 
Grácio (5º.), Mesejana (7º.), alferes Ribeiro (de braços cruzados, o 8º.) e furriel José Pires (encostado, o 9º.). À
 frente do Grácio, o Florindo. Em baixo, o Cabrita (?, 3º.), o Carpinteiro (meio sentado, apoiado nos braços), furriel 
Mosteias. E os outros? Quem os conhece e  os identifica? 

Águeda, encontro de 9 de Setembro de 1995: furriéis
Mota Viana (de camisa florida) e Manuel Pinto (às riscas 

azuis e pretas), Barreto (a olhar para a direita e Américo
Rodrigues (de barba). Mais à direita, o 1º. sargento Fialho
Panasco, todos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala!



Carmona, 8 de Março de 1975. Os Cavaleiros do Norte da CCS e da 2ª. CCAV . 8423 adaptam-se o melhor que podem à sua vida nova. Vida urbana, continuando a militar. A enormíssima maioria de nós nunca tinha estado em cidades, muito menos lá vivido, e todo o movimento diário da urbe uíjense é uma permanente e boa surpresa - assim como a altura  e modernidade dos prédios, o bulício e os hábitos urbanos, os restaurantes e cinemas, a vida nocturna. Ao tempo, já vamos com quase uma semana de BC12 e de Carmona e muitos Cavaleiros do Norte ainda nem sequer tinham ousado sair do quartel.
Os mais atrevidos (e vividos, os mais endinheirados!) corriam a noite carmoniana, depois da dispensa de toque de ordem (das 5 horas da tarde) e enchiam as enormes esplanadas de restaurantes e bares da cidade: o Escape, o Gomes e o Eugénio, o Chave d´Ouro, o Pinguim, o do aeroporto e outros (cujo nome já se varreu da memória). E não se dispensavam das noites quentes do Diamante Negro ou do Kikoko, para fartar os cios dos seus desejos.
O Diamante Negro, bar/boite nocturno, perto
do campo de futebol, ainda existe em Carmona,
actual cidade do Uíge
Aqueciam as coisas por Luanda, onde a Comissão Nacional de Defesa (presidida pelo Alto Comissário Silva Cardoso) expulsara 12 jornalistas da revista «Notícia». Dois deles já estavam em Lisboa: o director João Fernandes e Sousa Oliveira. A Associação de Jornalistas de Angola protestou, assim como os jornais «O Comércio» e «A Província de Angola». Mas 83 trabalhadores da Neográfica (a proprietária da revista) concordaram com a decisão. Para eles, «a punição deve servir de exemplo aos que ingenuamente tentam pôr em risco o processo de descolonização». A favor da detenção e expulsão estavam também 47 jornalistas, os trabalhadores da revista «ABC» e a Emissora Oficial de Angola apoiaram a decisão da Comissão Nacional de Defesa.
Assim ia o processo de descolonização de Angola, há 41 anos!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário