quarta-feira, 9 de março de 2016

3 330 - Dias da uíjana Carmona e notícias do furriel Abrantes

Furriéis milicianos dos Cavaleiros do Norte: Ribeiro, Fernandes, Viegas, 
Belo (de óculos), Grenha Lopes (tapado), Bento, Costa e 
Flora. À frente, Rabiço, Graciano e Abrantes (de cachimbo)

José Pires, de camisa branca (e com filho
e esposa Dulcínia à sua direita) e Francisco Neto,
de gravata (com a esposa Eunice). Furriéis dos
Cavaleiros do Norte no encontro de Águeda, a
9 de Setembro de 1995

Aos fins de 1974, chegou ao Quitexe o furriel miliciano Abrantes, atirador de Cavalaria do Batalhão de Cavalaria 8324, que estava aquartelado em Sanza Pombo. Pois bem: seguiu carreira como professor, foi director de escola secundária do Agrupamento Afonso de Paiva, de Castelo Branco, e está aposentado há cerca de três anos.
O Abrantes distinguia-se dos companheiros da messe de sargentos, por fumar... cachimbo e ser bom conversador. Tinha integrado a 2ª. CCAV. do BCAV. 8323, aquartelada em Quicua. Chegou ao Quitexe ido do Destacamento de Macocola, de uma companhia independente de «maçaricos», na altura deslocada na fazenda Santa Cruz. O BCAV. 8324 tinha sido formado no Regimento de Cavalaria 3, em Estremoz. No Quitexe, ficou instalado no meu quarto e do Neto.
«Foram bons tempos, tempos de muito boa camaradagem», comentou o Abrantes, há algum tempo, a recordar a (sua e nossa) jornada africana do Uíge angolano e a viver a aposentação na sua terra natal de Castelo Branco.
Cine Moreno, em Carmona, espaço de muitas
e boas sessões de cinema. Em frete, ficava
a Rádio Clube do Uíge
Há 41 anos, dia 9 de Março de 1975, um domingo e já ele estava connosco em Carmona, a malta dos Cavaleiros do Norte «soltou-se» pela cidade, descobrindo os seus lugares de prazer e ócio. O Cine Moreno foi um dos espaços escolhidos, pudera!!!..., para sessões cinematográficas (à tarde e à noite), o que (ver um filme...) para a generalizada maioria de nós acontecia pela primeira vez. Os tempos desse tempo eram mesmo outros.
Era dia de correio, através do SPM, distribuído na hora imediatamente antes do jantar. Um momento sagrado, sempre esperado com ansiedade e ilusão, quantas vezes não correspondida. Por volta da meia noite, as Berliets e Unimogs recolheram a malta que fez da cidade o seu dia de domingo - o nosso primeiro domingo urbano! Dia de ouvirmos as primeiras «bocas» da comunidade civil, a questionar a nossa missão, a duvidar das razões da nossa presença. A insultar, nalguns casos!

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