sexta-feira, 11 de março de 2016

3 332 - O adeus da 2ª: CCAV. dos Cavaleiros do Norte a Aldeia Viçosa

Os capitães José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes (ao centro), comandantes 
da 2ª. CCAV. 8423 e 3ª. CCAV. 8423, respectivamente, com o comandante Bundula (da 
FNLA) e o alferes João Machado, da 2ª. CCAV. 8423, a 26 de Janeiro de 1975

O inimitável António Santana Cabrita e a
esposa Palmira (sua namorada dos tempos do
Quitexe e Carmona) no encontro de Águeda, a 9
de Setembro de 1995 - 20 anos depois da chegada dos
Cavaleiros do Norte de Angola


O Livro da Unidade dá conta que, a 11 de Março de 1975, a 2ª, CCAV. 8423 deslocou-se de Aldeia Viçosa para Carmona e o BC12, onde já estava, desde o dia 2 desse mês, um dos seus grupos de combate (para lá rodado na mesma data da CCS).
Curiosamente, o mesmo Livro da Unidade dá conta que, já a 26 de Abril seguinte, «fez-se a desactivação de Aldeia Viçosa, podendo afirmar-se que só a partir dessa data se completou a remodelação do dispositivo, que se julga ser a última até ao terminar da comissão». A 1ª. CCAV. 8423, que de Zalala passara para Vista Alegre/Ponte do Dange, daqui saíra na antevéspera (dia 24) para o Songo.
A aparente contradição - a saída a 11 de Março e a desactivação a 26 de Abril de 1975 -   foi hoje minimamente explicada pela capitão José Manuel Cruz, com quem acabámos de falar: «O mais certo é que, após a saída, lá tenha ficado um grupo, a guardar material, até que fosse transportado para Carmona», disse o então comandante de Aldeia Viçosa.
Notícia do Diário de Lisboa de 11 de Março de
1975, sobre a PIDE/DGD, que Agostinho Neto,
presidente do MPLA, a essa data, dizia
continuar a actuar em Angola
Em Luanda, sabia-se da adesão ao MPLA de vários Movimentos Democráticos: o de Angola, o da Huíla, o do Lobito e o do Huambo (Nova Lisboa). A cerimónia de integração foi presidida por Agostinho Neto, o presidente do MPLA,  que afirmou acreditar ser «desnecessário aqui frisar as razões porque todas as forças progressistas de Angola, de todas as etnias, se estão reunindo cada vez mais dentro do MPLA».
«Quer dizer que todos nós temos o mesmo objectivo, o de fazer com que Angola, que está a sair do colonialismo, possa sair de maneira que possa permitir que todas as camadas do nosso povo participem de facto neste processo importantíssimo que é uma viragem na história. Uma viragem não fácil, em que nós somos actores e não espectadores», disse Agostinho Neto, depois questionando o facto de «estarem em Luanda todas as estruturas e quase todos os elementos da PIDE/DGS», que, frisou, «ainda agem, estão estruturados, estão a agir, não no sentido de uma natural descolonização de Angola mas no sentido de uma neocolonização de Angola».
Assim ia o processo de descolonização, há precisamente 41 anos!

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