quinta-feira, 17 de março de 2016

3 338 - Duas Companhias de Caçadores nos Cavaleiros do Norte

Cavaleiros do Norte das Transmissões: Mendes (1º. cabo), Soares, José 
Pires (furriel miliciano), Oliveira (1º. cabo) e Costa (de pé). Em baixo: José 
Orlando (?), Zambujo e Salgueiro (1º. cabo)


Os furriéis milicianos Francisco Neto e João
Peixoto, no mar da messe de sargentos (que tinha
sido de oficiais) do Bairro Montanha Pinto, em Carmona 

As alterações do dispositivo militar em toda a Região Militar (RMA) implicaram, no caso do Uíge, que a CCAÇ. 4741/74 (estacionada no Negage, depois de ter estado em Santa Cruz) e a 1ª. CCAÇ. 4911 (aquartelada em Sanza Pombo) «passassem a depender operacionalmente do BCAV. 8423».
A retracção do dispositivo militar português, na verdade, levou a que as forças se concentrassem cada vez mais nos centros urbanos, especialmente em Carmona - no caso da província do Uíge. 
Os Cavaleiros do Norte, com a CCS e a 2ª. CCAV. aquarteladas no BC12, apenas tinham a 1ª. CCAV. em Vista Alegre e Ponte do Dange (de lá sairia a 24 de Março desse ano de 1975) e parte da 3ª. CCAV. ainda no mítico Quitexe. A 2ª. CCAV. mantinha um pequeno grupo em Aldeia Viçosa, a guardar equipamentos (segundo há dias nos recordou o capitão José Manuel Cruz), de lá saindo de vez a 26 de Abril.
Mapa com localidades por onde passaram o
s Cavaleiros do Norte e companhias que do
BCAV. 8423 passaram a depender operacionalmente.

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Carmona, nesse tempo de 17 de Março de 1975 (uma segunda-feira), continuava militarmente calma, embora com pequenos incidentes entre militantes e ex-combatentes dos movimentos de libertação - que as NT resolviam sem grandes dificuldades. E continuava a animosidade da comunidade branca, relativamente às NT - já em rotina, quase indiferente!
Luanda acordava com acusações, em Lisboa, às Forças Armadas Portuguesas: «Certas esferas (...) têm sistematicamente tomado atitudes discriminatórias relativamente ao MPLA, o que, a continuar, poderá comprometer a cooperação que nos desejamos manter com as forças progressistas portuguesas», considerou Paulo Jorge, alto dirigente do movimento/partido liderado por Agostinho Neto.
O também membro da Comissão de Relações Exteriores do MPLA e representante permanente em Argel falava em Lisboa, onde passava a caminho de Havana, para participar numa reunião do Bureau de Coordenação dos Países Não-Alinhados. «Impõe-se que todas as forças que participam no processo de descolonização de Angola, e em particular as Forças Armadas Portuguesas, respeitem rigorosamente o Acordo do Alvor», acrescentou Paulo Jorge. Acordo que, como hoje sabemos, pouco além foi de declaração de intenções.
Lá por Carmona, no Uíge angolano, os Cavaleiros do Norte pouca atenção davam a estas novidades - que, de resto, tarde lá chegavam. Nunca, algumas!

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