sexta-feira, 18 de março de 2016

3 339 - Cavaleiros do Norte a gozar a Licença de Normas

Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS. NN, Domingos Teixeira (1º. cabo, de 
tronco nu, atrás), João Monteiro (1º. c abo, o Gasolinas), Américo 
Gaiteiro e Porfírio Malheiro (1º. cabo, sentados), Alípio Canhoto (com 
arma) e António Clara Pereira (à direita e de pé)


Atirador Alberto Ferreira e rádio-montador
Rodolfo Tomás (1º. cabo), dois Cavaleiros do
Norte no Quitexe, já 42 anos
A 18 de Março de 1974, hoje se fazem 42 anos, os (futuros) Cavaleiros do Norte entraram «a gozar a chamada Licença de Normas», até ao dia 28. O período de 10 dias correspondia, na linguagem do tempo, às férias que antecediam o embarque para o ultramar, para a guerra colonial, mas, no caso concreto, ainda não era conhecida a data de partida para Angola. E muito menos o local onde iríamos jornadear.
A dita Licença de Normas, de resto e conforme anotamos do Livro de Unidade, «acabou por ser aumentada, de tal modo que só a 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do batalhão, para dar efectivação à instrução operacional».
O dia, uma segunda feira, foi tempo para anúncio do investimento, pelo Grupo Quina, de 700 000 contos no sector de pescas de Angola, numa parceria com o Banco de Crédito Comercial e Industrial de Angola, Companhia Portuguesa de Pesca e Sociedade de Armadores de Pesca de Moçambique. O objectivo segundo o Diário de Lisboa desse dia, era «a captura, processamento e comercialização de crustáceos e outras espécies que abunda na costa de Angola».
Tempo também para se saber que os Bispos de Angola preparavam as comemorações do Ano Santo, indicando o dia 8 de Junho como data para uma cerimónia colectiva, em Luanda. E 30 de Junho para a peregrinação a Massangamo, a mais antiga paróquia do território.
O furriel Freitas Ferreira, da 2ª. CCAV. 
8423, a de Aldeia Viçosa, num 
momento de divertimento musical
Um ano depois, a 18 de Março de 1975, e com os Cavaleiros do Norte no seu 10º. mês de comissão, a jornada prosseguia no Uíge, com a guarnição cada vez mais expectante quanto ao futuro. De Luanda, via Emissora Oficial de Angola, chegavam notícias de protestos de populares de Ambrizete, contra o que consideravam, e citamos a ANI (Agência Nacional de Informação, a actual Lusa), «as graves arbitrariedade que tem sido cometidas por um comissário político de um dos movimentos de libertação, que incluem atentados à dignidade feminina e espancamento de familiares que tentam sair em defesa das suas mulheres e filhas». Queixavam-se, igualmente, da «imposição de pertencerem a um determinado movimento de libertação», exigindo que o Governo de Transição tomasse «medidas, de fora a permitir aos angolanos a escolha democrática do seu partido».
Não temos memória de, em Carmona, ou no Quitexe e Vista Alegre, algo parecido ter acontecido. Pelo menos, que tivesse chegado ao conhecimento dos comandos e homens do Batalhão de Cavalaria 8423. O futuro, os dramáticos primeiros dias de Junho desse ano, seria tempo para outros tempos - quando MPLA e FNLA terçaram razões através das armas.

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