domingo, 26 de junho de 2016

3 439 - Comandantes da ZMN e CSU nos Cavaleiros do Norte

Cavaleiros do Norte à porta do bar de Sargentos do Quitexe: Fernandes (de 
mão na mão do Ribeiro), Viegas, Belo (de óculos), Grenha Lopes (meio
encoberto), Bento, Costa (Morteiros) e Flora. À frente, Ribeiro (de mão 
na mão do Fernandes), Rabiço, Graciano e Abrantes (de cachimbo)

Brigadeiro Altino de Magalhães (em
cima) e coronel tirocinado Bastos
Carreiras (em baixo)
O dia 26 de Junho de há 42 anos (em 1974) foi de intensa actividade na ZA dos Cavaleiros do Norte, nomeadamente a resultante das visitas do brigadeiro Altino de Magalhães (foto de cima) e do coronel tirocinado Bastos Carreiras (foto de baixo) - respectivamente  comandantes da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona - à 2ª. CCAV. 8423 (em Aldeia Viçosa), à 3ª. CCAV. 8433 (na Fazenda Santa Isabel) e à CCAÇ. 4145 (em Vista Alegre).
As visitas foram acompanhados pelo comandante Almeida e Brito (do BCAV. 8423) e nelas e «na procura do estreitamento de relações entre a autoridade militar e administrativa (...) todas as reuniões de mentalização realizadas no decorrer do mês, o administrador do Concelho do Dange acompanhou esta visita», até porque, como refere o Livro da Unidade, «o brigadeiro Altino de Magalhães também realizou a sua visita nas funções de Governador do Distrito do Uíge».
O concelho do Dange foi criado em 1961, logo depois do 15 de Março, envolvendo os Postos Administrativos do Quitexe (até aí pertencente ao de Ambaca, com sede em Camabatela), de Cambamba, Vista Alegre e Aldeia Viçosa. O administrador chamava-se Galina (na foto, ao lado).
Altino de Magalhães, nesta data e ainda segundo o Livro da Unidade, também visitou o Destacamento de Luísa Maria onde, ao tempo e desde há bem poucos dias, estava o pelotão comandado pelo alferes miliciano João Machado, da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa) - de Lisboa chegado a 4 de Junho anterior, com toda a guarnição comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
Os Cavaleiros do Norte continuavam empenhados na «Operação Castiço DIG» e, em Luanda, na véspera (dia 25), «os sinos repicaram durante 15 minutos» para assinalar a independência de Moçambique e à meia noite registou-se «um minuto de silêncio em memória daqueles que tombaram durante as guerras de libertação em Angola e em Moçambique».
Em Libreville, a capital do Gabão, o presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) apelou aos dirigentes da Organização de Unidade Africana (OUA) para «intervirem antes que seja demasiado tarde, para encontra uma saída para a situação muito preocupante que reina em Cabinda».
A FLEC acabava de ser «reconhecida pelo governo gabonês como representante do povo de Cabinda» e o (seu) presidente Ranque Franque denunciou «o conluio luso-angolano» para, segundo o Diário de Lisboa (citando a Agência France Press), «apropriação das riquezas de Cabinda, em detrimento do seu único proprietário legítimo, o povo do território».
O problema era que os três movimentos angolanos - o MPLA, a FNNLA e a UNITA - tinham, na Cimeira de Nakuru, mantido o princípio de que Cabinda era parte integrante do território angolano. Um problema que ainda hoje se mantém, como sabemos.

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