Pinto e Eusébio, à esquerda e de pé, ambos aniversariantes de 15 de
Agosto, nascidos em 1952, Eusébio Manuel Martins faleceu de doença, a
16 de Abril de 2014, em Belmonte. Depois, Mota Viana e Rodrigues.
Sentados, João ias, Plácido Queirós e Jorge Barreto. Imagem de 2012
Américo Rodrigues, Plácido Queirós e Eusébio Manuel Martins, há 42 anos, em Zalala. Em baixo, Manuel Moreira Pinto |
Luanda, 15 de Agosto de 1975. É feriado nacional e dia de algum relaxe para os praças Cavaleiros do Norte, autorizados a «viajar» até Luanda e aos seus prazeres, embora com hora marcada para o regresso. E algumas obrigações: andarem sempre em grupos de cinco/seis e frequentarem os sítios que indicavam no «passaporte». Compreende-se a razão: se tivessem de ser procurados (fosse porque razão fosse), havia pontos seguros para os achar.
A cidade, com falta de abastecimentos, não ficava muito convidativa, mas o prazer de a galgar, de a conhecer, de a esventrar e saborear os prazeres que lhe sobravam, levou dezenas de Cavaleiros do Norte a encherem berliets e carrinhas no Grafanil, «despejadas» na Portugália a meio da manhã. Voltariam, ao fim da tarde, para os levar ao Grafanil, mas a partir do largo Serpa Pinto, perto do Katekero.
Ao tempo, a UNITA já não tinha qualquer elemento (dirigente ou militar) em Luanda e da FNLA «sobravam» Samuel Abrigada e Graça Tavares. O MPLA, corridos os seus rivais, era o «senhor da guerra» na capital angolana e, por não existirem combates, respirava-se uma estranha paz e todos circulávamos sem preocupações de maior, enchendo as esplanadas da baixa - a famosa Portugália, o Amazonas, a Biker, a Mutamba..., o Polo Norte, os churrascos dos dois Florestas e as marisqueiras da ilha (na Restinga).
O condutor Nogueira, do Liberato, que hoje faz 64 anos, aqui com o Viegas em Abril de 2016, na cidade de Lisboa |
Cabinda era um dos outros «pontos quentes» do conflito angolano e era notícia: Luís Ranque Franque, presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), tinha declarado a independência a 1 de Agosto e nomeou um governo de 17 elementos, sendo 12 deles ministros.
Notícia do Diário de Lisboa sobre um novo Governo de Cabinda no exílio |
De todo o modo, lembramos os nomes dos principais ministros do auto-proclamado Estado de Cabinda, apresentados em Kinshasa, no Zaire: Francisco Xavier Lubota (1º. ministro), coronel Jean da Costa (ministro da Defesa), Albert Ngoma (Interior) e Charles Sambu Pena (Negócios Estrangeiros).
Um mês antes, um intitulado Governo Revolucionário Provisório de Cabinda (GRPC) tinha sido constituído e anunciado em Paris, por Nzita Henriques Tiago, que era vice-presidente da FLEC. Mas a sua legitimidade não foi reconhecida por Luís Ranque Franque. Nzita Henrique Tiago «respondeu» da mesma moeda e, sobre o governo anunciado por Luís Ranque Franque, considerou-o «minoritário, fantoche e impopular».
Cabinda era considerada parte integrante de Angola e «um enclave rico em petróleo e outros minerais» - sem esquecer a riqueza florestal. Situa-se entre o rio Congo e o Zaire (agora República Democrática do Congo). É uma das províncias da República Popular de Angola.
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