terça-feira, 16 de agosto de 2016

3 490 - Ataque da FNLA a Luanda e aviões a voar para o Negage

Cavaleiros do Norte no Quitexe: Alberto (de garrafa na mão), Almeida, NN e NN (tapado), e NN (de 
bigode e à direita).  Depois, Florêncio (de bigode), Messejana, Soares (bigode), Vicente (bigode) e Leal 
(de boina no ombro). A seguir e para a direita, NN  e NN (de bigode). Ezequiel (de bigode), Cordeiro  
de boina no ombro), Gomes (?, a sorrir) e alferes Garcia. À esquerda: Francisco (de braços cruzados), 
Madaleno, NN (de bigode). Alguém ajuda a identificar os NN?

Cavaleiros do Norte do PELREC: Alberto dos Santos
Ferreira(atrás, à esquerda), 1º. cabo João Augusto Rei
Pinto (que ontem fez 64 anos), Francisco José Matos
Madaleno e João Manuel Lopes Marcos
A 16 de Agosto de 1975, «insistentes boatos na capital angolana» deixavam antever «um ataque a Luanda, lançado do norte pela FNLA»
O Diário de Lisboa desse dia, fazia constar que «diversas fontes assinalam, já há alguns dias, a presença de aeronaves estrangeiros, fazendo escala no Negage, cidade do distrito do Uíge, onde existia uma base aérea portuguesa».
Notícia do Diário de Lisboa de 16 de Agosto
de 1975, sobre o iminente ataque da FNLA a Luanda
A essa segunda-feira de há precisamente 41 anos,  voltávamos a ouvir falar do (nosso) Uíge e as razões não eram as melhores, pois tais notícias como que antecipavam o prolongamento da guerra civil. Entre os aviões que ali faziam escala (no aeroporto do Negage, até poucos dias antes uma base aérea portuguesa), transportando material de guerra para a FNLA, estariam os «Skymaster». Mas também se falava da presença de caças-bombardeiros «Mirage» no mesmo aeroporto. Isto é: o assalto a Luanda iria ter apoio aéreo. Se mais não fosse, para apoiar a investida das forças da FNLA estacionadas no Caxito - já ali há mais de um mês.
O Ministro das Finanças, Saidy Mingas, anunciou nesta data de há 41 anos o congelamento do envio de dinheiro para as delegações do Banco de Angola das capitais de distrito ocupadas pela FNLA (era o caso do Uíge e do Zaire) e pela UNITA. E nacionalizou o Banco para «obstar ao controlo das suas diferentes agências do Norte pela FNLA», que tinha decidido «proibir o envio para Luanda dos fundos daquelas agências».
A baía de Luanda em 1974, vista da fortaleza
A situação militar, pelas bandas de Luanda, aparentava «uma certa acalmia», mas continuavam os combates no Lobito (com «vantagem para o MPLA») e Benguela (já controlada pelas forças de Agostinho Neto). A nova posição militar dava-lhe, de resto, o controlo do segundo maior porto de Angola, o que era «essencial para a movimentação de mercadorias e para  o reabastecimento das FAPLA com material bélico».
O dia foi também tempo para, em Lisboa, o Presidente da República reunir com os Chefes de Estado Maiores do Exército e da Marinha para «analisar a situação e Angola». Na véspera e pela mesma razão, tinha reunido com os membros do Gabinete de Angola da Comissão Nacional de Descolonização, com o vice-primeiro ministro Arnão Metelo (tenente coronel), o ministro dos Negócios Estrangeiros (Mário Ruivo) e Vasco Vieira de Almeida, o ministro da Economia do Governo de Transição de Angola - que, como se sabe, se deslocara a Lisboa ara tratar de assuntos relacionados com «a gravíssima situação económica daquele território», como noticiava o Diário de Lisboa

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