sexta-feira, 26 de agosto de 2016

3 500 - As 3 500 postagens do bloge dos Cavaleiros do Norte!!!

O PELREC no Quitexe e momentos antes da saída para mais uma operação militar. De pé, 1º. cabo Almeida 
(falecido a 28/02/2009, de doença e em Penamacor), Messejana (f. a 27/11/2009, de doença e em Lisboa), José 
Neves , 1º. cabo Soares, Florêncio, António, Marcos, Pinto, Caixarias e 1º. cabo Florindo (enfermeiro). 
Em baixo, 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997,  de doença e em Vila Moreira, Alcanena), furriel miliciano 
Viegas, Francisco, Leal (f. a 18/06/2007, de doença, no Pombal), 1ºs. cabos Oliveira 
(transmissões) e Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e furriel Neto


O primeiro post do blogue «Cavaleiros do Norte».
A 9 de Abril de 2009, 3500 posts depois!!! Em baixo,
os furriéis Viegas e Rocha na sua primeira foto de Angola
 e no Quitexe, em Junho de 1974!
O dia de hoje é o do 3 500º. post deste blogue que, desde Quinta-Feira Santa de 2009, aos 9 dias de Abril, se propôs fazer memória da jornada africana do BCAV. 8423 pelo Uíge Angolano - e dos tempos da formação (no RC4) e do mês do adeus (em Luanda e no Grafanil). Ao tempo, longe estávamos de imaginar que o blogue tivesse vida própria e de tal forma alargada no tempo que chegasse esta «idade», tantos dias e 3500 histórias depois, trazendo a este regaço de saudades um enorme mundo de personagens - muitas delas já varridas da memória!
Personagens que, há 41 para 42 anos, foram nossos irmãos na dura e dramática jornada que (n)os levou a Angola e a perceber e sentir na alma quanto a partilha de emoções, os seus momentos mais dramáticos, nos tornaram mais solidários e corajosos, homens maiores e melhores, por termos sido combatentes de uma causa, num tempo em que se fazia um país novo - e que foi tempo de glórias e também de tragédias.
Homens sem estigmas da guerra, sem preconceitos e antigos combatentes de alma lavada e orgulhosa pelo que fizeram na Angola que evoluía para a independência, regando muito do seu chão com o sangue dos seus naturais, lidando com a morte que enlutou milhares de famílias e a dor que fez sofrer muitas e muitas outras.
Há 41 anos, 26 de Agosto de 1975, os Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados no BIA, no Grafanil, e eram o já o mais antigo batalhão Português em Angola. 
Borges e Tarciso (com o gelado na mão), de Zalala.
Em baixo, o DL de 26 de Agosto de 1975
A situação, relativamente aos dias imediatamente anteriores - referia o Diário de Lisboa - «mantém-se estacionária», mas alguns observadores admitiam «a hipótese do colapso definitivo da FNLA, em curto espaço de tempo». Tinha capitulado em Sá da Bandeira (com a UNITA) e saído da cidade e do distrito da Huíla. Outras cidades controladas pelo MPLA era General Roçadas, Pereira d´Eça e Humbe, no extremo sul de Angola. O Estado Maior General das Forças Armadas português,
num comunicado das 18 horas da véspera, dava conta da «não alteração da situação militar no Caxito, embora se registe grande movimento de forças do MPLA e da FNLA», o que fazia prever «a possibilidade de confrontações nas próximas horas». E que no Lobito «começou a evacuação das forças da FNLA, para fora da cidade», devendo ser transportadas em navios de guerra para Santo António do Zaire. Tal qual já acontecera às da UNITA, mas neste caso para Moçâmedes, onde «o MPLA controla(va) a situação». Moçâmedes de onde, por isto mesmo, iriam ser evacuados os militares dos outros dois movimentos.
O Luso continuava a ser palco de confrontações entre o MPLA e a UNITA, nos arredores da cidade. Em Nova Lisboa, a coluna militar portuguesa que se deslocou a Catumbela «recolheu cerca de 1200 civis que se encontravam retidos junto à fábrica de celulose», regressando à cidade «sem novidade»
Por Luanda, a Polícia Judiciária autorizou um grupo de jornalistas a visitar o Forte de S. Pedro da Barra, de onde tinham saído 600 homens da FNLA - que ali estiveram semanas acantonados e tinha sido evacuados. A 3 kms., numa falésia de mar, foi «encontrada uma vala comum cheia de cadáveres em adiantado estado de decomposição e juncada de despojos humanos». Outros corpos «estavam empilhados em diversas outras valas, mas não puderam ainda ser exumados visto a FNLA ter minado o terreno».
Assim ia Angola, há precisamente 41 anos e a menos de 3 meses da data anunciada para a declaração da independência - 11 de Novembro de 1975!


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