Os furriéis milicianos Monteiro e Viegas, ambos de Ope- rações Especiais (Rangers), no jardim das traseiras da messe do Bairro Montanha Pinto. Carmona e há 42 anos |
Os finais de Julho de 1975 foram tempo de se saber a rotação, cada vez mais próxima, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: de Carmona para Luanda. Muito desejada.
O Livro da Unidade, relativamente a este mês de há precisamente 42 anos, refere que era necessário «encontrar uma opção para os dias futuros».
Os 1ºs. cabos Miguel Teixeira (escriturário) e José Maria Almeida (cozinheiro), ambos da CCS e no Quitexe |
«Jogados os dados da equação, enten-
dendo-se que o que melhor servia era a a segunda opção, expôs-se o assunto ao QG/RMA, obtendo-se a certeza da rotação do BCAV. para Luanda a partir de 3 de Agosto, esquematizando-se e
Daniel Chipenda, secretário geral adjun- to, e Holden Roberto, presidente da FNLA. Há 42 anos! |
Chipenda anunciou, em
Carmona, Holden em Angola
O dia 22 de Julho de 1975 foi tempo, em Carmona de Daniel Chipenda falar ao país (Angola), através da Emissora Oficial e anunciando que Holden Roberto, o presidente da FNLA, se «encontra em território nacio-
nal para conduzir as operações militares do ELNA».
Chipenda há vários dias que estava em Carmona (na campanha do café) e, ao tempo secretário geral adjunto da FNLA, afirmou também que «nós, ELNA, somos obrigados a pegar em armas para mais uma vez dizermos não aos que desejam oprimir o povo».
«Voltamos às armas pelas mesmas razões de 1961. Queremos liberdade. Queremos liberdade e terra para os angolanos», sublinhou Daniel Chipenda, numa altura em que muito se especulava sobre a presença de Holden Roberto em Carmona. Houve, ao tempo, quem garantisse tê-lo visto no Escape.
O Caxito, a 50 quilómetros da capital, foi território onde «blindados da FNLA que se dirigiam para Luanda foram impedidos de avançar». Não se sabia se as forças portuguesas tinham intervido, mas o MPLA anunciou a destruição de um blindado. Luanda tinha gasolina para 4 dias, porque a Petrangol estava paralisada, devido ao cerco do MPLA à FNLA, acantonado no forte de S. Pedro da Barra, onde estavam 600 militares do seu ELNA - Exército de Libertação Nacional de Angola - acossados pelas FAPLA do MPLA.
Um informador militar português declarou que forças da FNLA estavam «a infiltrar-se ao longo da costa, em direcção da Luanda». Mas que «as forças portuguesas interviriam para as interceptar e impedi-las de entrar na cidade».
A FAMPLAC, fábrica de moldes fundada e administrada por Luciano Borges Gomes, na Marinha Grande |
Savimbi: independência a 11 de Novembro, ou talvez não!...
A linha de Malanje estava interrompida a 40 quilómetros de Salazar (N´Dalatando), cidade «praticamente abandonada» e onde 1000 pessoas foram acolhidas pela tropa portuguesa.
O 1º. cabo Luciano Borges Gomes em 1975 (Angola) |
guela deslocaram familiares do pessoal para Luanda e alugaram um avião da Swissair para os transportar para a Europa.
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, disse em Lusaka que «os interesses do povo estão a ser completamente esquecidos nos actuais confrontos em Angola» e que os combates entre
o MPLA e a FNLA se traduziam numa «violação do acordo de cessar-fogo assinado no mês passado no Quénia».
Luciano Borges Gomes, actual empresário (2017) |
Luciano da CCS, 65
anos em Leiria!
Luciano Borges Gomes foi 1º. cabo mecânico de armamento ligeiro do BCAV. 8423. Faz 65 anos a 22 de Julho de 2017.
Cavaleiro do Norte da CCS, no Quitexe e em Carmona, é natural do Arnal, da freguesia da Maceira Liz, em Leiria. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá faz vida, como prestigiado e bem sucedido empresário do sector dos moldes, fundador e administrador da FAMPLAC, na Maecira.
Para lá vai o nosso abraço de felicitações, embrulhado no desejo de que repita a data por muitos e bons anos. Parabéns!
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