CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 22 de julho de 2017

3 830 - Cavaleiros para Luanda e Holden anunciado em Angola

Cavaleiros do Norte da CCS. O Cabrita é o primeiro, da direita para a esquer-
da (de pé). Sentados, reconhecem-se os 1ºs. cabos Grácio (o primeiro, à es-
querda) e Vieira (Sacristão), o soldados Calçada e Amaral (sapadores) e o

 1º. cabo Luciano Borges Gomes (o primeiro, da direita), que hoje faz 
65 anos em Leiria. Alguém se lembra dos outros nomes?


Os furriéis milicianos Monteiro e Viegas, ambos de Ope-
 rações Especiais (Rangers), no jardim das traseiras da
 messe do Bairro Montanha Pinto. Carmona e há 42 anos



Os finais de Julho de 1975 foram tempo de se saber a rotação, cada vez mais próxima, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: de Carmona para Luanda. Muito desejada.
O Livro da Unidade, relativamente a este mês de há precisamente 42 anos, refere que era necessário «encontrar uma opção para os dias futuros». 
Os 1ºs. cabos Miguel Teixeira (escriturário) e José Maria
Almeida (cozinheiro), ambos da CCS e no Quitexe
Que necessariamente seria uma, de duas: «Ficar em Carmona, com o total descrédito das NT e perigosamente alvo das queixas a ataques da FNLA (...), ou antecipar o regresso a Luanda».
«Jogados os dados da equação, enten-
dendo-se que o que melhor servia era a a segunda opção, expôs-se o assunto ao QG/RMA, obtendo-se a certeza da rotação do BCAV. para Luanda a partir de 3 de Agosto, esquematizando-se e
Daniel Chipenda, secretário geral adjun-
to, e Holden Roberto, presidente da
 FNLA. Há 42 anos!
montando-se uma operação para essa saída, que não se adivinhava fácil», escreveu o comandante Almeida e Brito. Assim foi.

Chipenda anunciou, em
Carmona, Holden em Angola


O dia 22 de Julho de 1975 foi tempo, em Carmona de Daniel Chipenda falar ao país (Angola), através da Emissora Oficial e anunciando que Holden Roberto, o presidente da FNLA, se «encontra em território nacio-
nal para conduzir as operações militares do ELNA».
Chipenda há vários dias que estava em Carmona (na campanha do café) e, ao tempo secretário geral adjunto da FNLA, afirmou também que «nós, ELNA, somos obrigados a pegar em armas para mais uma vez dizermos não aos que desejam oprimir o povo». 
«Voltamos às armas pelas mesmas razões de 1961. Queremos liberdade. Queremos liberdade e terra para os angolanos», sublinhou Daniel Chipenda, numa altura em que muito se especulava sobre a presença de Holden Roberto em Carmona. Houve, ao tempo, quem garantisse tê-lo visto no Escape.
O Caxito, a 50 quilómetros da capital, foi território onde «blindados da FNLA que se dirigiam para Luanda foram impedidos de avançar». Não se sabia se as forças portuguesas tinham intervido, mas o MPLA anunciou a destruição de um blindado. Luanda tinha gasolina para 4 dias, porque a Petrangol estava paralisada, devido ao cerco do MPLA à FNLA, acantonado no forte de S. Pedro da Barra, onde estavam 600 militares do seu ELNA - Exército de Libertação Nacional de Angola - acossados pelas FAPLA do MPLA. 
Um informador militar português declarou que forças da FNLA estavam «a  infiltrar-se ao longo da costa, em direcção da Luanda». Mas que «as forças portuguesas interviriam para as interceptar e impedi-las de entrar na cidade».
A FAMPLAC, fábrica de moldes fundada e administrada
por Luciano Borges Gomes, na Marinha Grande

Savimbi: independência a 11 de Novembro, ou talvez não!...

A linha de Malanje estava interrompida a 40 quilómetros de Salazar (N´Dalatando), cidade «praticamente abandonada» e onde 1000 pessoas foram acolhidas pela tropa portuguesa.
O 1º. cabo Luciano
Borges Gomes
em 1975 (Angola)
A Luanda chegavam refugiados de Salazar e outros fugiram para Sá da Bandeira e Nova Lisboa. Os Caminhos de Ferro de Ben-
guela deslocaram familiares do pessoal para Luanda e alugaram um avião da Swissair para os transportar para a Europa.
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, disse em Lusaka que «os interesses do povo estão a ser completamente esquecidos nos actuais confrontos em Angola» e que os combates entre
o MPLA e a FNLA se traduziam numa «violação  do acordo de cessar-fogo assinado no mês passado no Quénia». 
Luciano Borges
Gomes, actual
 empresário (2017)
Savimbi admitiu mesmo não saber se «os 3 movimentos de libertação manterão o seu pedido de independência para 11 de Novembro».

Luciano da CCS, 65 
anos em Leiria!

Luciano Borges Gomes foi 1º. cabo mecânico de armamento ligeiro do BCAV. 8423. Faz 65 anos a 22 de Julho de 2017.
Cavaleiro do Norte da CCS, no Quitexe e em Carmona, é natural do Arnal, da freguesia da Maceira Liz, em Leiria. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá faz vida, como prestigiado e bem sucedido empresário do sector dos moldes, fundador e administrador da FAMPLAC, na Maecira.
Para lá vai o nosso abraço de felicitações, embrulhado no desejo de que repita a data por muitos e bons anos. Parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário