domingo, 23 de julho de 2017

3 831 - As ameaças em Carmona, o cessar-fogo entre MPLA e FNLA!

Cavaleiros do Norte na messe do Quitexe, quase todos furriéis: Capitão,
Cardoso, 1º. cabo Almeida, soldado Lajes e Flora. No meio, Cruz (de
óculos e tapados pelas mãos), Costa, Reino e Carvalho. À frente,
Bento (de bigode), G. Lopes, Fonseca (de bigode) e Rocha

Cavaleiros do Norte da CCS no Topete: João Monteiro
(Gasolinas), NN, José Coelho e Calçada (sapadores) e
NN. Quem são os NN? Alguém se lembra dos nomes?


A 23 de Julho de 1975, o Comando Militar de Carmona teve una difícil e delicada reunião com os dirigentes políticos e militares da FNLA, que persistiam com ameaças e imposições - particular-
larmente  pedindo (ou 
Furriéis milicianos Querido, Guedes e Fernandes,
da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel
exigindo) a «entrega de armas retidas» no BC12 e provavelmente na ZMN.
Armas que, recordemos, tinham sido da PIDE/DGS (e dos Flechas), dos GE´s e da OPVDCA - a Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola.
O dia foi também tempo para mais «uma reunião de trabalho» do Comando do BCAV. 8423 com «elementos do Quartel General da Região Militar de Angola», para preparar a operação de retirada dos Cavaleiros do Norte - de Carmona para Luanda -, que estava prevista para começar a 3 de Agosto seguinte. 
O objectivo era «obter os meios necessários à execução de tal operação» que, segundo o Livro da Unidade, «começou a materializar-se em 31 de Julho, com a chegada de viaturas e tropas de reforço».
Agostinho Neto, Holden Roberto, presi-
dentes do MPLA, FNLA e UNITA


Cessar-fogo assinado
entre MPLA e FNLA

O dia foi assinalado pela assinatura do (mais um) acordo de cessar-fogo entre o MPLA e a FNLA, depois de uma reunião com a Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo general Silva Cardoso, o Alto-Comissário.

Ambos os movimentos aceitaram manter as suas tropas nas suas posições, até pelo menos a reunião entre os três Chefes dos Estados Maiores.
A noite de véspera registou um ataque à bomba ao Jornal de Angola (o anterior A Província de Angola), conhecido por os seus trabalhadores terem «posições próximas da FNLA».
Os prejuízos foram  «muito elevados», tendo as portas e janelas ficado «destruídas pela explosão», assim como as duas rotativas. Estava pouco pessoal nas instalações, mas, ainda assim, «ficaram feridos um polícia militar e um tipógrafo».
José A. Nunes Louro,
 1º. cabo sapador

A morte do Louro,

1º. cabo sapador

O 1º. cabo sapador José Adriano Nunes Louro, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 9 anos, a 23 de Julho de 2008, vítima de suicídio.

O Louro era natural de Casal do Pinheiro, freguesia de Casais, no concelho de Tomar - aonde voltou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano. Há 9 anos, ficou viúvo, pela morte da esposa (de doença cancerosa). Enlutado e de alma a sofrer, foi-lhe despistada doença do mesmo foro - muito pouco tempo depois. Foi isso que o levou ao suicídio, para, como corajosamente deixou escrito, «não fazer sofrer a família». - como tinha sofrido com a dolorosa doença da esposa. Assim nos contou o filho, que é 1º. sargento do Exército.

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