quarta-feira, 31 de julho de 2019

4 767 - Saída do BCAV. 8423 de Carmona, viaturas e Companhias de apoio!


Cavaleiros do Norte da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423), de várias especialidades mili-
 tares e mobilizados no RC4, em Santa Margarida. Aqui, em Setembro de 1974 e em pose para o futuro e
 a história, então na parada do Quitexe, no uíjano norte de Angola
Sexteto de Cavaleiros do Norte do PELREC, na caserna do
Quitexe: João Marcos, furriel José Monteiro (à civil), alfe-
 res António Garcia, 1º. cabo Joaquim Almeida (mais
atrás), Aurélio Barbeiro e Dionísio Baptista


A operação de retirada do BCAV. 8423 para Luanda «começou a materializar-se a 31 de Julho de 1975», depois de várias reuniões dos comandos dos Cavaleiros do Norte com o QG da RMA.
O livro «História da Unidade» dá conta que nesse dia, uma 5ª.-feira de há rigo-
rosamente 44 anos, começou «a chega-
da de viaturas e tropas de reforço», já obtidos estavam, necessariamente, «os meios necessários à execução de tal operação»
Os Cavaleiros do Norte, ainda assim, continuavam os seus patrulhamentos na cidade e acessos principais, procurando manter a ordem pública - por um lado, enfrentando a hostilidade crescente da FNLA e dos homens do seu Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA), por outro procurando aliviar as tensões e angústias que medravam no espírito de comunidade civil europeia, que tardou a perceber que o rumo, o futuro de Angola era outro, que não o que expectavam.
Os furriéis milicianos Manuel
Pinto, da 1ª. CCAV. 8423, e Grenha
 Lopes, da 3ª. CCAV. 8423, aqui
ainda em Santa Margarida

Angola com conflitos
em todo o território

Ao tempo, e segundo o Diário de Lisboa desse dia, «os conflitos armados que até agora se circunscreviam a Luanda, Quanza Norte e Malanje, alastram-se agora a outros pontos do território».
Um comunicado do Alto Comissário deu conta que «eclodiram violentas confrontações entre o MPLA e a FNLA na cidade de Porto Amboim, importante porto piscatório do Quanza Sul», com emprego de armas pesadas, o que «deixou a população em pânico» e, por isso, sendo evacuada de barco para o Lobito. Mais a sul, em Novo Redondo, os combates tinham «cessado na terça-feira à tarde» (dia 29), mas a população local, alarmada, preparava-se para abandonar a cidade.
Em Malanje, mais a leste do imenso território angolano, as 6000 pessoas que se tinham  refugiado nos quartéis portugueses, «começaram a ser evacuadas para o sul de Angola, em comboios de 50 viaturas, com escolta de militares portugueses durante 10 quilómetros» - até à saída da cidade.
A situação em Luanda, a capital, e no Caxito «mantinha-se estacionária, não havendo notícias de incidentes nem de movimentos assinaláveis das tropas, quer da FNLA, quer do MPLA».
A Estrada do Café, entre Luanda
e Carmona, aqui em Aldeia Viçosa

Salcedas de Aldeia Viçosa,
faleceu na Covilhã !

O 1º. cabo Salcedas, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viço-
sa, faleceu há 13 anos. A 31 de Julho de 2006, na Covilhã.
João Duarte Salcedas foi 1º. cabo atirador de  Cavalaria de especialidade militar e combatente dos Cavaleiro do Norte comandados pelo capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz. Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão de serviço por terras uíjanas de Angola. Também em Carmona.
Fixou-se, então, na sua natal aldeia e freguesia de Carvalho, município da Co-
vilhã, e sabemos que faleceu, por razão que desconhecemos, quando residia no Loureiro da Moita, mesmo ao lado. Hoje o recordamos com saudade! 

terça-feira, 30 de julho de 2019

4 766 - Reunião dos Cavaleiros do Norte com o Estado Maior Unificado de Carmona

Cavaleiros do Norte da CCS no encontro de 2017, no RC4, em Santa Margarida, a unidade mobilizadora:
1º. cabo Domingos Teixeira, mecânico António Clara Pereira (entretanto falecido), condutor Delfim Serra e
mecânico António da Conceição Simões - que amanha festeja 67 anos em Figueiró dos Vinhos  
Grupo de Cavaleiros do Norte na messe de Sargentos do Quitexe.
Atrás, furriel Flora, Lage (barista) 1º. cabo Almeida (cozinheiro)
 e furriéis Cardoso e Capitão (já falecido). Ao meio, furriéis Carva-
 lho, Reino, Costa, NN  (tapado) e Cruz  (de óculos. À frente, fur-
riéis Rocha, Fonseca (de bigode), Grenha Lopes e Bento

O dia 30 de Julho de 1975, pelas bandas da uíjana cidade de Carmona, foi tempo de uma reunião dos Comando das NT e do Estado Maior Unificado, durante a qual foi oficialmente informada a FNLA da rotação do BCAV. 8423 para Luanda.
Estado Maior Unificado, bem entendido como o Estado Maior do futuro (não concretizado) Exército de Angola, que envolveria forças dos três movimentos de libertação - a FNLA de Holden Álvaro Roberto, o MPLA de António Agostinho Neto e a UNITA de Jonas Malheiro Savimbi. Se bem que, no caso da Carmona e do Uíge, apenas estivem localmente activos o Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA), a força militar da FNLA, e as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), o da UNITA. O MPLA .
As Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA, tinham sido expulsas da zona, após o conflito armado dos primeiros 6 dias de Junho desse ano de 1975. Expulsos, refere o livro «História da Unidade», «nos melhores dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos».
Santos e Castro e Holden Roberto

Outras posições
na imensa Angola!

A 30 de Julho de há 44 anos, a situação em Luanda tendia a normalizar-se e, segundo o Diário de Lisboa, «não se tem registado incidentes»
Os militares da FNLA continuavam acantonados no Forte de S. Pedro da Barra, à volta do qual colocara minas - para «evitar o avanço das FAPLA».
Sobre outros locais angolanos, o jornal dava conta de dois sargentos e 15 soldados da FNLA que, em Novo Redondo, se entregaram ao MPLA, após os incidentes que se registaram nesta cidade do Quanza Sul.
O Caxito continuava igual, estacionária: a FNLA a ocupar a cidade e a tentar avançar sobre Luanda. «O assalto contra a capital deve verificar-se nos próximos dias», proclamou Holden Roberto, presidente da FNLA e que estava pessoalmente no terreno. O Caxito, a 53 quilómetros de Luanda, estava ocupado por 8000 homens do ELNA há já alguns dias e onde Holden Roberto estaria a ser assessorado pro Santos e Castro, oficial português na reserva.
Em Malanje, o quartel das NT recebeu cerca de 6000 refugiados. Em Carmona preparava-se a rotação dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 para Luanda.
António Simões

Simões da CCS, 67 anos
em Figueiró dos Vinhos!

O soldado mecânico Simões, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 31 de Julho de 2019.
António da Conceição Simões integrou o pelotão do Parque-Auto do alferes miliciano António Albano Cruz, e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal terra de Vale dos Rios, freguesia e município de Figueiró dos Vinhos. Fez carreira militar na GNR e, já aposentado, mora em Fonte da Giza, no mesmo concelho, para onde vai o nosso abraço de parabéns pela bonita idade que amanhã festeja!

domingo, 28 de julho de 2019

4 764 - A rotação de Carmona para Luanda; o adeus da 1ª. CCART/ BART 6322!

O PELREC era o único pelotão operacional da CCS do BCAV. 8423 e, por isso mesmo, um dos mais sacri-
ficados dos últimos dias de Carmona. De pé, Caixaria, 1º. cabo Pinto, Marcos, Florêncio, Botelho (?),
1º. cabo Soares, Neves (?), Messejana e 1º. cabo Almeida. Em baixo, Aurélio (Barbeiro). 1º.s cabos Hi-
pólito e Oliveira (TRMS), Leal, Francisco, furriel miliciano Viegas e 1º. cabo Vicente.
Soares, Messejana, Almeida, Leal e Vicente já faleceram! RIP!!! 
Helicóptero militar a pousar na parada do BC 12,
em Carmona., para apoiar a comunidade civil ali refugiada
e que, na imagem, se nota ao fundo 


A rotação do BCAV. 8423 de Carmona para Luanda foi motivo de «reuniões de trabalho» com elementos do Quartel General (QG) da Região Militar de Angola (RMA). Uma delas, a 28 de Julho de 1975, há 44 anos!
O objectivo, de acordo com o livro «História da Unidade», era «obter os meios necessários à execução de tal operação», que envolvia muitos meios logísticos e humanos, até tendo em conta, entre outros motivos, os «embaraços» que a FNLA desde há semanas criava aos Cavaleiros do Norte, pelas uíjanas terras do norte de Angola.
O dia da partida já se conhecia: «Jogados os dados da equação (...), obteve-se a certeza da rotação do BCAV. para Luanda a partir de 3 de Agosto», refere o «HdU», que aqui citamos.
Uma primeira reunião como QG da RMA já tinha decorrido a 23 de Julho e repetiu-se a 29. Enquanto isso, garbosos e corajosos, os Cavaleiros do Norte do BVAV. 8423 continuavam a garantir a segurança de cidadãos e bens, apesar das dificuldades criadas no dia-a-dia pelos combatentes da FNLA e da crescente hostilidade da comunidade civil europeia  - que, entre outros mimos e insultos, nos chamava de cobardes e traidores, muitos deles cuspindo no chão à nossa passagem pelas ruas de Carmona, mesmo quando, em serviço operacional, nelas transitávamos a toda a hora, da noite e/ou do dia. 
Capitão Raul Corte-Real
comandante da CCAÇ. 4145

Comandante A. Brito 
na 4145 de Vista Alegre!

O comandante Carlos Almeida e Brito, tenente-coronel de Cavalaria, deslocou-se a Vista Alegre no dia 28 de Julho de 1974, há 45 anos, para «contactos operacionais» com a CCAÇ. 4145.
A Companhia de Caçadores ali aquartelada era adida do BCAV. 8423 e comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte-Real, oficial de In-fantaria. Desde o dia 17 desse mês de Julho de há 45 anos tinha «retornado à responsabilidade operacional do BCAV. 8423», precisamente na data em que tinha terminado «Operação Turbilhão», na qual activamente participara. Daí, a deslocação do comandante do BCAV. 8423.
Os furriéis milicianos Mano Vidal (atirador, de
Águeda) e Licínio Gonçalves (mecânico, de Cha-
ves), no encontro de 2019 da 1ª. CCART. 6322

1ª. CCART/ BART 6322
abandonou o Subsector !

A 1ª. CCART. do BART 6322 abandonou o Subsector do Uíge a 28 de Julho de 1985, regressando a Luanda.
Os artilheiros tinham passado à dependência operacional do BCAV. 8423 a 17 de Julho de 1974, no final da Operação Turbilhão» e conti-
nuado «a trabalhar a área dos «quartéis» de Camabatela e Quiculungo», o que, na altura, «completou o esforço operacional do Subsector em procurar actuar sobre todos os refúgios da Zona de Acção».
A 1ª. CCART 6322 foi inicialmente comandada pelo capitão Carlos Manuel de Sousa Duarte, substituído pouco depois do 25 de Abril. Ao nosso informador, Carlos Salvador (obrigado!-...), escapa o nome dele, de momento. 
A Companhia integrava o BART. 6322, comandado pelo tenente-coronel Ar-
mando António Nunes de Carvalho Pires e que fazia parte do Comando Ope-
racional de Tropas de Intervenção 2 (COTI 2), que estava aquartelado em Luanda, no Grafanil. Um dos seus furriéis milicianos era o atirador Mano Vidal, que é natural de Águeda e companheiro de escola dos Cavaleiros do Norte Neto e Viegas, também furriéis milicianos mas da CCS do BCAV. 8423.

sábado, 27 de julho de 2019

4 763 - Os incidentes de Vila Alice, Cavaleiros do Norte a uma semana de Luanda !

Condutores da CCS do BCAV. 8423, na vila do Quitexe. De pé, Brites da
 Costa, José António Gomes, António Picote, António Gonçalves e Vicente
 Alves. Em baixo, Miguel Ferreira, Alípio Canhoto Pereira e Delfim Serra 
Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS, no Quitexe.
 À frente, Aurélio (Barbeiro, de garrafa na mão), Leal,
 Marcos (a espreitar sobre o Leal), furriéis Neto e Mon-
teiro (à civil), 1º. cabo Cordeiro e NN (rosto cortado).
Atrás, Ferreira, 1º. cabo Vicente e Francisco (de gar-
rafa na boca. Leal e 1º. cabo Vicente já faleceram


O domingo de há 44 anos, dia 27 de Julho de 1975, foi marcado pela notícia, chegada a Carmona, dos incidentes em Luanda (para onde os Cavaleiros do Norte iam rodar dentro de uma semana) por «graves incidentes na Vila Alice», durante os quais «forças das FAPLA abriram fogo sobre as tropas portuguesas».
As FAPLA eram o exército do MPLA e as NT «ripostaram, generalizando-se o incidente e registando-se mortes e feridos civis». O Diário de Lisboa, de que nos socorremos, indicava «15 mortos e muitos feridos», entre as forças do movimento de Agostinho Neto. Da parte portuguesa, registaram-se 5 feridos: dois alferes, dois furriéis e um soldado.
 O MPLA, sobre o incidente, emitiu um comunicado de 14 pontos, nomeada-
mente a anunciar ir pedir explicações ao Governo Português e aos dirigentes do MFA, em particular pelo que consi-
derou «as estranhas proporções» do aparato militar português em Vila Alice.
O registo do incidente é narrado pelo general Gonçalves Ribeiro no livro «A vertigem da descolonização», 316 e 317. - Ver AQUI
Notícia do Diário de Lisboa

Fogo pelas costas
contra as NT !

O incidente foi provocado por uma acção das FAPLA do MPLA que, na Estrada de Catete, «desarmaram militares portugueses que seguiam numa viatura do Exército». Posteriormente, lê-se no Diário de Lisboa, que reportava um comunicado do Alto-Comissário, «manda-
ram seguir a viatura, abrindo fogo pelas costas contra os seus ocupantes, ferindo dois, um dos quais gravemente».
O Comando Operacional de Luanda (COPLAD) exigiu a entrega dos agressores até às 8 horas, mas passado o prazo, nem entrega nem explicações. Aguarda-
ram até às 10 horas e, como tal não aconteceu, «montaram um dispositivo para a detenção dos elementos das FAPLA». 
O comandante português ainda negociou com os responsáveis das FAPLA, no exterior do espaço do MPLA em Vila Alice, e foi quando se registou o fogo contra as NT.
Tempos relativamente calmos em Carmona,
44 anos Aqui, o  1º. cabo Rodolfo Tomaz a «re- 
gar» os porcos da xitaca do BC12

Calma em Carmona,
combates em Malanje !

Enquanto isso, «recomeçou em Malanje a luta militar entre MPLA e FNLA, após a ligeira trégua conseguida pelas autoridades portuguesas», que, reportava o Diário de Lisboa, queriam «a evacuação dos feridos e  abastecimento em víveres da população».
A FNLA continuava instalada no Caxito, mas o DL dava conta que as suas tropas estavam «cercadas  e se  possibilidades de avanço», segundo dizia o MPLA. Ao contrá-
rio, a FNLA fazia saber que as suas tropas aguardavam «o reagrupamento de colunas vindas do norte para então avançarem sobre Luanda».
Carmona e o Uíge, com as escaramuças a que os Cavaleiros do Norte já esta-
vam «habituados» continuavam relativamente calmas, expectado-se cada vez mais sobre a partida para Luanda - onde, afinal, problemas não faltavam!

Albino de Santa Isabel, 67
anos em Ermidas do Sado !

O 1º. cabo Albino, da 3ª. CAV. 8423, a da fazenda Santa Isabel, festeja 67 anos a 28 de Julho de 2019.
Atirador de Cavalaria de especialidade, este Cavaleiro do Norte jornadeou também pelo Quitexe e cidade de Carmona e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, a Casa Joel, na Abóboda, freguesia de S. Julião de Barra, em Oeiras. Julgamos saber que, actualmente residirá no Bairro da Carrusca, em Ermidas do Sado, concelho de Santiago do Cacém. Parabéns!

sexta-feira, 26 de julho de 2019

4 762 - Coluna do BCAV. 8423 voltou de Salazar; reuniões com povos de Aldeia Viçosa!

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, há 44 anos e em Carmona, no Bairro Montanha Pinto. De
frente, reconhecem-se o sapador António Calçada (de barbas), NN e, de bigode, o furriel miliciano An-
tónio Cruz, no bairro Montanha Pinto, em Carmona. Alguém pode identificar os restantes elementos?
A saída de Carmona para o Negage, logo depois da
Rotunda
de Ricardo Martins Gaspar (Rimaga), tam-
bém na saida para o Quitexe

A coluna que a 25 de Julho de 1975 saiu de Carmona em direcção de Salazar (a actual cidade de N´Dalatando) regressou no dia seguinte - a 26, portanto, hoje se passam 44 anos... - e sem registo de quaisquer incidentes, apesar das ameaças das forças da FNLA.
«Desanuviado ligeiramente o ambiente, conseguiu-se realizar a desejada coluna a Salazar, em terceira tentativa, fazendo-se o seu regresso e o do pessoal que tínhamos em Luanda, no dia 26», reporta o livro «História da Unidade.
O pessoal em Luanda era da 1ª. CCAV. 8423, que por lá tinha missão de recuperar o seu depauperado parque automóvel do BCAV. 8423: com muita falta de peças de manutenção. Sabe-se lá como andava, neste «milagre» estando envolvidos, entre outros, os vários furriéis milicianos mecânicos do BCAV. 8423: o Norberto Morais (da CCS, a do Quitexe), o Manuel Dias (da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala), o Amorim Martins (da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa)  o José Lino (da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Santa Isabel - ao tempo já todos em Carmona.
E, obviamente, o alferes miliciano António Albano Cruz, mecânico-auto e o oficial responsável por todo o parque-auto do BCAV. 8423.
Adjunto Galina

Cavaleiros do Norte
na Fazenda Minervina

O dia 26 de Julho de 1974, um ano antes, foi tempo de visita do comandante Carlos Almeida e Brito à Fazenda Minervina, no âmbito do seu programa de aproximação à comunidade civil e também de divulgação do programa do MFA.
O tenente-coronel de Cavalaria que comandava o BCAV. 8423 fez-ser acompanhar de oficiais da Unidade e também das autoridades religiosas e administrativas do Quitexe. O padre Albino Capela, de certeza, e o administrador  do município do Dange, sediado no Quitexe - não estamos certos se, a esse tempo, seria Octávio Pimentel Teixeira, filho do farmacêutico Pimentel Teixeira, de Moçâmedes, ou se já o substituto Galina, nesse caso, se foi, em funções de interinato.
O comandante Almeida e Brito e o capitão
miliciano José Manuel Cruz, comandante
da 2ª. CCAV. 8423

Reunião do BCAV. com povo
 e autoridades de Aldeia Viçosa

O dia 26 de Julho de 1974 foi também e por ter-
ras do Uíge africano do norte de Angola, tempo de mais uma reunião do comandante do BCAV. 8423 com «as autoridades tradicionais e elevado número de fazendeiros» da região de Aldeia Viçosa.
O objectivo era o mesmo: a mentalização das populações para o processo de descolonização decorrente da revolução do dia 25 de Abril. O tenente-coronel de Cavalaria Carlos Almeida e Brito, como era habitual nestas circunstâncias, fez-se acompanhar por oficiais do BCAV. 8423 e lá foram recebidos pelo capi-
tão miliciano José Manuel Romeira Pinto Cruz, o comandante dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa - a 2ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423. 

quinta-feira, 25 de julho de 2019

4 761 - Coluna saiu de Carmona para Salazar e comandante em 4 Fazendas!

Cavaleiros do Norte da 12ª. CCAV. 8423 numa visita turística às Quedas do Duque de Bragança. De pé,
Almiro Brasil, furriel João Dias, alferes Lains dos Santos, furriel Évora Soares (já falecido), 1º. cabo Carlos
Carvalho e António Famalicão (Agra). À frente, Carlos Costa (TRMS) e Fernando Alves da Silva, o Ma-
 marracho e/ou Montalegre (que faleceu há 24 anos). RIP!!!
Zeca Silva da Chandragoa
Padre Albino
M. Capela

A coluna militar que por duas vezes tinha sido «barrada» pela FNLA saiu finalmente de Carmona, na madru-
gada de 25 de Julho de 1975.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, houvesse o que acontecesse, agora não iriam «ceder», em nome de uma paz fictícia - como era a que se vivia em Carmina e pelo Uíge fora, às cavaleiras da sua determinação e..., por que não dizê-lo? ... a coragem com que, dia a noite, sem quebrar ritmos e quantas vezes sem descanso, enfrentavam todos
Daniel Chipenda
os problemas de uma situação de guerra civil iminente. Há 44 anos, e à terceira vez..., nada iria impedir o avanço e trânsito a coluna. E assim foi! A coluna chegou tranquilamente a Salazar!

As conquistas da FNLA 

O dia, uma sexta-feira, foi tempo de saber-que que a FNLA reconquistara o Caxito pela força das armas e que «peque-
nos grupo do ELNA estão a fazer esforços para alcançar Luanda, pelo mar».
Daniel Chipenda continuava em Carmona e, através da rádio, fez saber que as forças armadas do seu movimento - o ELNA - tinham recomeçado a viagem para Luanda «com o intuito não de negociar mas de tomar o poder».
«As nossas forças marcham sobre Luanda e esperamos que a sua entrada na capital se faça nos próximos dias», disse Daniel Chipenda, precisando, ainda, que «vamos para Luanda não para negociar mas para dirigir» e recusando a a ideia de «criar um Estado a Norte» - precisamente no Uíge onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte e seu principal reduto.
«Não queremos balcanizar o nosso país. A nossa capital não é nem Carmona nem S. Salvador, mas sim Luanda», disse Daniel Chipenda.
Chandragoa, uma das fazendas há 45 anos
visitadas pelo comandante Almeida e Brito

Dia da Cavalaria e
visitas a fazendas !

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, um ano antes e com o Comando instalado na CCS, no Quitexe assinalaram o Dia do Exército «com cerimónias simples».
O dia foi também assinalado por visitas do comandante Carlos Almeida e Brito a várias fazendas da ZA quitexana: a Guerra, a Chandragoa, a Buzinaria e a Isabel Maria. Fez-se acompanhar por autoridades administrativas e eclesiásticas, não custando adivinhar, por isso mesmo, que a delegação incluiria o administrador de Concelho do Dange (Octávio Pimentel Teixeira, e/ou o seu adjunto Galina) e o padre Albino Capela, titular da Missão do Quitexe.

Fernando Silva
Silva, o Mamarracho,
faleceu há 24 anos !

O soldado Fernando Alves da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, faleceu há precisamente 24 anos: a 27 de Julho de 1995.
Condutor auto-rodas e pela guarnição zalaliana mais conhecido como Mamarracho, ou Montalegre, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 - depois de também ter passado pelas guarnições de Vista Alegre / Ponte do Dange, Songo e Carmona. Fixou-se em Vilar de Perdizes, a sua terra natal do município de Montalegre, e dele pouco mais sabemos. Apenas que terá falecido aos 43 anos, nascido a 13 de Outubro de 1952. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

quarta-feira, 24 de julho de 2019

4 760 - Carmona à espera da evacuação, os tempos uíjanos de há 44 anos!


Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na Carmona de há 44 anos, no ajardinado das piscinas da cidade, 
uíjana e todos milicianos: alferes Pedrosa de Oliveira (da 2ª. CCAV.) e furriéis Manuel Machado (CCS), 
José Lino (3ª. CCAV.) e Nelson Rocha e António Cruz (da CCS)
Comício da FNLA em Aldeia Viçosa, numa altura em que 
os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 controlavam as 
situações deste delicado tempo do processo de descoloni-
 dzação. Não muito bem entendidos e compreendidas,
 mas sempre activos e capazes

A situação militar real de Carmona, a 24 de Julho de 1975, quando já se sabia que o dia 3 de Agosto seria o da de partida  para Luanda de algumas das suas subunidades (fossem quais fos-
sem,...), era, mesmo assim, de grande expectativa. O que é que vai acontecer?
«Era absolutamente necessário evacuar, também e em simultâneo, a tropa e a população de Carmona e Negage, pela força, se necessário fosse», lemos no livro «Segredos da  descolonização de
Parada do BC12 na primeira semana de
Junho de 1975:  apoio da Força Aérea aos
 refugiados civis do Uíge angolano
Angola», de Alexandra Marques.
Ao tempo, recordemos, o comandante Almeida e Brito tinha negociado com o QG da RMA a (eventual  e desejada) saída de Carmona. O Alto Comissário Silva Cardoso estava em si-
tuação cada vez mais fragilizada e admitia renunciar ao mandato do Governo Português - como efectivamente  renunciou.
Melo Antunes estava em Luanda e a questão punha-se difícil: a FNLA queria entrar em Luan-
da e a isso se opunha  o MPLA. Era o mais óbvio. Se as Forças Armadas Por-
tuguesas entrassem nessa disputa, o que, obviamente feria o Acordo do Alvor, o que iria acontecer? E isso não queriam fazer as NT - as Nossas Tropas!
Ao tempo, e continuado a citar o livro de Alexandra Marques, «era absoluta-
mente necessário evacuar, também e em simultâneo, a tropa e a população de Carmona e do Negage». Em questão, ainda segundo o mesmo livro de Alexandre Marques, estavam na ordem das 7000 pessoas. Os Cavaleiros do Norte do BCAV-8423 - a última força do Exército Português por terras de Carmona e do Uíge, por essa altura, queremos crer, não tinham ideia da dimensão humana que estava em causa.
Manuel Lopes
atirador de Cavalaria

Lopes de Aldeia Viçosa
faz 67 anos em Alcanede !

O soldado Manuel Fernando de Jesus Lopes, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 67 anos a 25 de Julho de 2019.
Atirador de Cavalaria e Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, e depois de Carmona e no BC12, era esta a sua especialidade militar. Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, finda a sua (e nossa) comissão militar no norte de  Angola, fixando-se na Al-
deia do Além, da freguesia e concelho de Alcanede - onde continua a viver, agora na Praceta Moinho de Vento. Por lá continuam as suas saudades de Angola e para ele, neste dia feliz, vai o nosso abraço de parabéns!

terça-feira, 23 de julho de 2019

4 759 - Cavaleiros preparam saída de Carmona, cessar-fogo em Luanda!

Militares da FNLA nas ruas a cidade de Carmona, actual Uíge, em Julho de 1975. As escaramuças que
provocavam eram  frequentes, sempre hostis e perturbadoras da segurança de pessoas e bens,
 embora sempre controladas pelos Cavaleiros do Norte
Parada do BC12: os Cavaleiros do Norte asseguram refúgio
e evacuação de muitos uígenses que quiseram fugir à inse-
gurança e os medos de há 44 anos. Em primeiro plano e de
 camisola branca, o alferes miliciano António Garcia

O comandante Carlos Almeida e Brito reuniu-se a 23 de Julho de 1975, há 44 anos, com responsáveis do Quartel Ge-
neral (QG) da Região Militar de Angola (RMA) para preparar a rotação do BCAV. 8423 de Carmona para Luanda.
A opção já estava tomada: os Cavaleiros do Norte iam para Luanda e era neces-
sário preparar a respectiva operação. Que nada fácil se antevia. Como não foi. Tinha-se, a esse tempo, «a certeza de que a rotação será a partir de 3 de Agosto» e o livro «História da Unidade» confirma que «essa saída não se adivinhava nada fácil». E não foi, como todos hoje sabemos.
O dia foi também de reunião das chefias militares de Carmona com respon-
sáveis da FNLA, para «colmatar desinteligências existentes», numa altura em que os Cavaleiros do Norte, sem descanso, mantinham operacionalidade cons-
tante e diariamente se confrontavam com escaramuças hostis dos guerrilhei-
ros do movimento de Holden Roberto e de parte da comunidade civil europeia. 
«Mais do que nunca as NT estão a viver no reino da FNLA, isoladas, preocupadas, e quase sem encontrar motivações justificativas da sua estada, salvo que entendem de dever e necessária a sua presença», lê-se no HdU, assegurando total disponibilidade para «cumprir a missão que lhe está sendo imposta no processo de descolonização».
Notícia do Diário de Lisboa de 23 de Julho de 1975


Cessar-fogo em Luanda,
entre MPLA e FNLA

O dia de há 44 anos foi tempo de MPLA e FNLA assinarem um acordo de cessar-fogo em Luanda, patrocinado pela Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo Alto-Comissário de Portugal em Angola, o general Silva Cardoso.
A FNLA, através da Emissora Oficial de Angola, apelou aos seus guerrilheiros para que «cumprirem o cessar-fogo». O MPLA, por sua vez, já tinha instruído os seus para «respeitarem as tréguas»
O acordo, segundo o Diário de Lisboa desse dia 23 de Junho de 1975, previa também que «serão evacuados de Luanda todos os efectivos excedentes de
Cavaleiros do Norte de Zalala:
Neves  (o Bolinhas) e furriel mi-
liciano João Dias
cada movimento, conforme compromissos anteriores». Não só da FNLA e do MPLA como também da UNITA.

Silva de Zalala, 67
anos em Vila Verde!

O soldado atirador de Cavalaria João Pereira da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 67 anos a 24 de Julho de 2019.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala e também de Vista Alegre/Destacamento de Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar no norte de An-
gola, fixando-se no minhoto  lugar de Assento, da fregu-
esia de Laje, município de Vila Verde - de onde é natural e ao tempo residia. 
A última informação que dele temos, dada pelo furriel miliciano João Dias, dá conta que estará emigrado, não se sabe exactamente em que país. Para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!

segunda-feira, 22 de julho de 2019

4 758 - Chipenda e Holden em Carmona, combates em Luanda!

Daniel Chipenda (secretário geral, que há 44 anos estava na cidade de Carmona),
Holden Roberto (presidente) e Vaal-Neto, altos dirigentes da FNLA



O secretário geral da FNLA, Daniel Chipenda, estava há 44 anos na cida-
de de Carmona e de lá, e através da Emissora Oficial de Angola, falou ao país, anunciando que o presidente Holden Roberto «se encontrava já em território nacional».
E para quê? Para, disse Daniel Chi-
penda, «conduzir as operações mili-
tares do ELNA»,
O restaurante «Escape», em Carmona, onde
alegadamente esteve Holden Roberto,  pre-
sidente da FNLA, há 44 anos!
numa altura em que, precisou, «nós, FNLA, so-
mos obrigados a pegar em armas para uma vez mais dizer não os que desejam oprimir o povo».«Voltamos às armas pela mesma razão de 1961. Queremos a liberdade, queremos liberdade e terra para os angolanos», procla-
mou Daniel Chipenda, ao tempo dissidente do MPLA e recém-líder da Revolta do Leste.
Ao tempo, na verdade, murmurava-se na cidade que Holden Roberto lá estaria, certamente com pretoriana guarda a sua volta. E algumas juras ouvimos, «garantindo» que teria sido visto no «Escape», restaurante na moda da capital uí-
jana, na Rua do Comércio. 
Daniel Chipenda estava há alguns dias no Uíge, onde, em data que não pode-
mos precisar e no campo de futebol do Recreativo do Uíge, presidiu a um co-
mício da FNLA, que teve segurança garantida pelas NT e na qual se integrava o PELREC. Alguns anos mais tarde (por volta de 1985/90), em Águeda e num jantar de leitão à Bairrada, tivemos oportunidade de recordar esse momento - de que Daniel Chipenda, de resto, bem, se lembrava.
Notícia do Diário de Lisboa de
22/97/1975 sobre a presença de
Daniel Chipenda em Carmona

Luanda com combates
e sem combustíveis !

A capital Luanda continuava tensa, com «combates entre o MPLA e a FNLA» e os militares desta acanto-
nados no Forte de S. Pedro da Barra, num «cerco que dura(va) há 6 dias».
As reservas de gasolina dariam para 4 dias, justamente por causa do cerco - que limitava a produção da Petran-
gol. E afectava a ponte aérea de Luanda para Lisboa.
O MPLA, em comunicado, admitia «uma última escalada contra este último reduto da FNLA em Luanda», cidade onde, de acordo com o Diário de Lisboa de 22 de Julho de 1975, que o repor-
tava, «continuam a ser divulgados em cartazes e jornais de parede alguns aspectos das atrocidades cometidas contra patriotas angolanos nas sedes da FNLA, agora destruídas pelo MPLA».
«O ambiente é de guerra latente, apesar de terem diminuído os combates entre os dois movimentos», acrescentava o jornal vespertino de Lisboa.
José Adriano N. Louro,
1º. cabo sapador da CCS
A esposa e filho de
José Louro (1974)

Louro, 1º. cabo da CCS,
faleceu há 11 anos !

O 1º. cabo Louro, sapador da CCS do BCAV. 8423, faleceu, de suicídio, a 23 de Julho de 2008. Há 11 anos!
José Adriano Nunes Louro era natural de Casal do Pinheiro, da freguesia de Casais, em Tomar. E lá regressou a 8 de Setembro de 1975, por lá fez a sua vida profissional e familiar, já casado e pai de um filho, o Sérgio - já nascido aquando da sua jornada africana de Angola e agora sargento-ajudante do Exército.
A morte da esposa, vítima de doença cancerosa, precipitou a sua decisão de suicídio, quando, meses depois, lhe foi diagnosticado igual doença. Deixou explicação escrita, que nos foi narrada pelo filho: «Não quero sofrer e fazer sofrer»Hoje recordamos, com saudade, um com companheiro do tempo da comissão militar nas terras uíjanas do norte de Angola !

domingo, 21 de julho de 2019

4 762 - Impedimento de saída de MVL, ataques à Marinha e Força Aérea!

A última coluna dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, de Carmona para Luanda, a 4 de Agosto de 1975.
Antes e por duas vezes, a 15 e 21 de Julho - hoje se passam 44 anos... -, tinha sido impedida a saída
de MVL´s, pelo ELNA, o exército da FNLA
Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, todos 1ºs.
cabos: Luciano Borges Gomes (que amanhã festeja 67
anos, em Leiria), Ezequiel Silvestre e Victor Vieira

O dia 21 de Julho de 1975, em Carmona ficou marcado por mais «um impedi-
mento de saída de viaturas de MVL» para Luanda, o que levou a reunião urgente com os responsáveis da FNLA. 
A situação era insustentável para os Cavaleiros do Norte do BCAV. 842, a última guarnição do Uíge, e repetia o que já acontecera no dia 15 desse mês. Era segunda-feira e coincidiu com um ataque do ELNA - o Exército de Libertação Nacional de Angola, o ELNA - a uma aeronave portuguesa (um DO 27), na Barra do Dande e quando fazia reconheci-
mento na área do Caxito. Do ataque, resultou ferimentos num 1º. cabo mecâ-
nico, que fazia parte da tripulação. Dia, também, para o alvejamento, na mesma zona, de uma corveta da Marinha, que «ripostou às acções de fogo».
A situação de Carmona foi razão, nesta segunda-feira, para o contacto de um grupo quadros milicianos do BCAV. 8423 com o comandante Carlos Almeida e Brito, querendo saber das razões porque não podiam os Cavaleiros do Norte reagir a estes posicionamentos do ELNA/FNLA e que, na prática, resultavam «em descrédito das NT».
O que foi explicado, sem recordar o pormenor, descansou os jovens milicia-
nos, que confiaram no comando do BCAV. 8423, que negociava com no Quartel General das Forças Armadas Portuguesas, em Luanda, o futuro próximo da guarnição e a segurança da comunidade de todos quantos, de qualquer raça e/ou cor, solicitasse apoio e protecção.
Notícia do Diário de Lisboa de 21 de Julho
de 1975 sobre os acontecimentos de Angola


Dia da Cavalaria e 
apresentação de IN 


Um ano antes, 21 de Julho de 1974, foi dia de o BCAV. 8423 comemorar o Dia da Cavalaria, com «cerimónias simples», destacando-se a mensagem do comandante para as subunidades, nela apelando aos valores da Arma e ao «conceito de disciplina, sentido de responsabilidade, lealda de e firmeza de atitudes».
Almeida e Brito lembrou, na mensagem, «o desejo de cumprir, a agressividade do combatente», de modo a que «possam os militares do BCAV. 8423 ser um desses muitos bravos que foram já imortalizados na afirmação do patrono» - Mouzinho de Albuquerque - que que, e citamos o livro «História da Unidade», «essas poucas páginas brilhantes e consoladoras que existem na História de Portugal contemporâneo, escrevemo-las nos, os Soldados de África».
O dia ficou assinalado, também, pela apresentação, no Destacamento de Vista Alegre, de «um elemento fugido do IN, antigo GE raptado na área de Balon-
gongo, que fez a entrega de uma arma Simonov, a primeira arma do BCAV., e que conseguiu furtar-se a um grupo inimigo em trânsito».

Luciano B. Gomes

Luciano, 1º. cabo da CCS,
67 anos em Leiria! 

O 1º. cabo Luciano Borges Gomes, da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 22 de Julho de 2019.
Cavaleiro do Norte com a especialidade de mecânico de arma-
mento ligeiro, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana do norte de Angola, e fixando-se no lugar do Arnal, freguesia de Maceira, em Leiria. Ainda lá vive, sendo próspero industrial do sector dos moldes, com empresa (a FAMPLAC) dotada de equipamentos produtores de última geração e localizada na estrada para a Marinha Grande. Parabéns!

sábado, 20 de julho de 2019

4 761 - BCAV. 8423: Continuar em Carmona ou antecipar o regresso a Luanda?!

A actividade operacional do CCAV. 8423, há 44 anos e em Carmona. alargou-se a especialidades como
a de escriturário, caso do 1º. cabo João Pires, que vemos pronto para sair do BC12 - em cuja parada,
como se vê, se protegiam refugiados. Alguém reconhece o Cavaleiro do Norte da direita da imagem?
Imagem dos trágicos incidentes de Carmona,
na primeira semana de Junho de 1975

Os dias de Julho de 1975 iam sendo riscados do calendário e mantinha-se a expectativa quanto ao futuro imediato dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 pelas terras uíjanas do norte de Angola.
A retracção do dispositivo militar do Uíge estava feita e, na cidade de Carmo-
na, mantinha-se intensa e permanente a actividade de todos os lá aquartelados, em patrulhamentos constantes, horas atrás de horas, noite e dia, continuada-
mente, e mobilizando, até, especialidades que pouco, ou nada mesmo, tinham a ver com os operacionais da unidade. Até escriturários! Quem diria?!
Tal actividade, todavia, foi (era) pouco considerada, nomeadamente pela comu-
nidade civil europeia. Foi até, como por aqui já recordámos, «permanente alvo da crítica das populações brancas»«Havia, assim, que encontrar uma opção para os dias futuros», lê-se no livro  «História da Unidade», no qual o coman-
dante Carlos Almeida e Brito fez a memória escrita da jornada africana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A dúvida era simples: continuar em Carmona ou antecipar o regresso a Luan-
da? Luanda onde, de resto, o BCAV. 8423 há muito era esperado e desejado.
«Jogados o dados da equação, entendeu-se que o melhor seria a segunda opção, pelo que se expôs o assunto ao Quartel General da Região Militar de Angola», escreveu o então tenente-coronel Caros Almeida e Brito.
Estevão Neto

Neto de Aldeia Viçosa,
67 anos em Abrantes !

O soldado Estevão Fernandes Neto, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 67 anos a 21 de Julho de 2019 e em Abrantes.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e atirador de Cavalaria de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal terra da Chaminda,  freguesia da Bemposta, no município de Abrantes. E por lá tem feito a sua vida familiar e profissional, sendo participante regular dos encontros anuais da unidade do BCAV. 8423 que por Angola, em 1974 e 1975, foi comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e também jornadeou por Carmona. Parabéns!
Fernando Vieira

Vieira, civil de Carmona,
65 anos na Amadora !

 O uíjano Fernando Antunes Vieira, contemporâneo dos Cava-leiros do Norte do BCAV. 8423 na cidade de Carmona, em 1975, festeja 65 anos a 21 de Julho de 2019.
Funcionário público em Carmona e por cá quadro administra-
tivo da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, já por várias vezes colaborou com o blogue «Cavaleiros do Norte | Quitexe», que regularmente acompanha. Por exemplo, aqui narrou a sua vivência pes-
soal dos trágicos dias da primeira semana de Junho de 1975, na cidade de Carmona - agora Uíge. Actualmente, já aposentado, mora na Amadora, para onde, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!