terça-feira, 13 de abril de 2021

5 399 - Os tempos de férias huambanas, confrontos em Carmona e louvor ao alferes Meneses !

 

O Hotel Bimbe de 1975 está agora transformado em padaria e pastelaria, a Zeina, em plena
 Avenida da República, em Nova Lisboa - actual cidade do Huambo -, que o furriel miliciano
Viegas revisitou em Setembro de 2019

O furriel Viegas e o
condutor Nogueira, do
Liberato., em Nova
Lisboa, Setembro
de 2019

O casal Rafael Polido e Cecília Neves e o furriel
Viegas na Barragem do Cuando, a 20 kms. de
de Nova Lisboa, em Abril de 1975  


O dia 13 de Abril de 1975, por Nova Lisboa e depois do serviço de almoços do Hotel Bimbe, fomos de passeio até à Barragem do Cuando, a uns 20 quilómetros da cidade e no rio do mesmo nome, afluente do Cunene. Já ao tempo era atração turística e chamava a atenção para a sede da Missão da Congregação do Espírito Santo, cuja construção ainda decorria.
Era domingo, dia de muitos passeios e de muita gente em lazer, e de lá laureámos por outras bandas turísticas da região, passando rápida a tarde e ganha a pressa em voltar à cidade e ao hotel, para o serviço de jantares.
A noite desse domingo foi, quero crer (e se a memória acerta), o tempo em que eu e o Cruz nos achámos em farta ceia de marisco, no bar do Orlando Rino - meu conterrâneo do bairro de Santo António e muito perto da Escola de Aplicação Militar (EAM) de Nova Lisboa. Marisco regado a bom vinho branco fresco, muito fresco..., nada de cervejas... - o que nos surpreendeu o paladar. E agradou.
Estando lá os sogros de Orlando Rino (o casal Figueiredo, também conterrâneo), fui alvo de uma bateria de perguntas sobre as gentes e a realidade da nossa terra comum - que eu tinha deixado há menos de um ano e eles há já largos tempos.

O ex-alferes Meneses
Alves faleceu a 15/5/13
em Leiria


Confrontos em Carmona e
louvor ao alferes Meneses !

Andávamos nós a turistar pela capital do Huambo e Carmona, nesse mesmo domingo, foi palco de incidentes de alguma gravidade, que implicaram a pronta intervenção de uma força das NT, comandada pelo alferes Meneses, da 2ª. CCAV. 8423.
Aconteceu, o quê? Uma «manifestação não autorizada» que resultou, segundo o livro «História da Unidade», em «confrontos entre elementos de dois movimentos emancipalistas, com uso de armas de fogo, na via pública».
Os movimentos eram a FNLA e o MPLA (da UNITA, por lá, mal se ouvia falar...) e o grupo de combate comandado pelo alferes Meneses Alves «actuou de forma rápida, decidida e enérgica, não deixando dúvidas quando à determinação do pequeno núcleo de tropas que comandava».
A acção foi concluída com «a detenção de dois dos elementos em confronto», tendo, por outro lado e como consequência material, «ainda e de imediato ter feito abortar a referida manifestação», como reporta o livro HdU.
O incidente era do tipo dos que por lá (por Carmona) frequentemente se repetiam e punham em perigo a segurança e a vida das pessoas. Muitas vezes (quase sempre) eram evitados, ou abortados, pela pronta e sempre destemida intervenção dos Cavaleiros do Norte que, 24 sobre 24 horas, patrulhavam a cidade - muitas vezes, mesmo muitas vezes sob o olhar desdenhoso e acusador dos que, os quem protegiam.

Manuel Meneses Alves, o alferes miliciano atirador de Cavalaria, de Leiria e ao tempo colocado na 2ª. CCAV. 8423, viria a ser louvado pela acção, com publicação de tal louvor na Ordem de Serviço nº. 90 do Batalhão de Cavalaria 8423. De regresso a Portugal, foi empresário de sucesso em Leiria, no sector da alimentação, e faleceu, vítima de doença, a 15 de Maio de 2013.
- A morte do (ex-alferes
miliciano) Meneses.
Ver AQUI

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