Cavaleiros do Norte do PELREC: Augusto Florêncio, Francisco António (que hoie festeja 69 anos em Abrantes), furriéis Neto e Viegas e 1º. cabo Albino Ferreira (falecido a 23/01/2017, em Sintra) |
Aos 30 dias de Setembro de 1974, há poucos dias regressado ao Quitexe e já depois do incidente da CCA. 209/RI 21 - a companhia do Liberato que se revoltou -, os Cavaleiros do Norte, ainda que sempre atentos, jornadeavam tranquilos pelas terras do Uíge.
Os dias do «bem-bom» que tivera nas férias setembrinas de há 47 anos e que me levaram a galgar quilómetros pela imensa Angola e por eles ter andado a laurear o queijo, tinham acabado! Por eles me «passeei», sentindo-lhe os seus cheiros e sentidos e almofadando abraços ao mar de amigos e familiares que por lá tinha e por lá faziam a sua vide - de Luanda e Viana ao Huambo (a Nova Lisboa e Roberto Willians, a Caala), a Silva Porto e Gabela, ao Lobito, a Benguela, Catumbela e Porto Amboim. A Cabinda e a Sanza Pombo.
Já lá vão 47 anos!
Como o tempo passou!!! Parece que foi ontem.
Notícias, havia. E frescas. E menos boas.
A ligação de Luanda a Carmona (Uíge) |
O (não) avanço do
MPLA para o Uíge
Há 46 anos e já por esta aldeia das minhas primeiras fraldas, da jornada angolana chegado há menos de um mês, fazia vésperas para retomar o meu trabalho profissional, na Grésil (onde por 16 anos fui quadro) e procurava notícias de Angola. Não era as melhores: a FNLA mantinha-se no Caxito, não se conhecia avanço do MPLA para o Uíge mas era seguro que não desfazia armas para manter a sua supremacia territorial.
Campala, neste dia de 1975, foi cada para a cimeira dos três partidos, a que falou o MPLA. A própria FNLA, a horas da abertura, não tinha confirmada presença; só a UNITA de Savimbi já estava na cidade ugandesa. Para além da delegação portuguesa: tenente-coronel Costa Braz, capitão Rui Castro Guimarães e João Teixeira da Mota. País participantes, foram Argélia, Burundi, Gana, Alto Volta, Quénia e Lesotho, Marrocos, Nigéria, Somália e Uganda. Formavam a Comissão Conciliadora para Angola.
Ao Algarve, chegavam dez das 18 traineiras que, a 4 de Setembro, tinham saído de Luanda, rumo à Europa e a fugir dos dramas da guerra. Fundearam em Vilamoura e Olhão e as restantes navegavam entre Dakar (Senegal) e o Algarve. Em apoio, foram a fragata Pereira da Silva e a corveta Honório Barreto.
O furriel miliciano Barreto, enfermeiro da 1ª. CCAV. 8423, faria 70 anos a 1 de Outubro de 2021. Faleceu a 2 de Novembro de 2020, de doença súbita.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!