quinta-feira, 17 de novembro de 2022

6 988 - A mobilização dos furriéis Monteiro, Viegas e Neto ! Sabotagem económica e o caos económico em Angola !

Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro, da CCS do BCAV. 8423, foram mobilizados
para Angola a 17 de Novembro de 1973, quando eram formadores do curso de Operações
Especiais (Rangers) do CIOE, em Lamego. Aqui, no Quitexe e há 47 anos! Olhem só para estas 
imberbes carinhas de jovens de 22 anos de vida! 


A mobilização  dos furriéis milicianos Monteiro, Viegas e
Neto em ordem de serviço do CIOE, em Lamego e em 1973

Os então três (futuros) furriéis milicianos de Operações Especiais (os Rangers) da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCABV-. 8423 foram mobilizados há exactamente 49 anos.
Dia 17 de Novembro de 1973!
Pffff..., como o tempo voa!
O Monteiro, o Viegas e o Neto, deles falamos, estavam ao tempo colocados no quartel-sede do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), na cidade de Lamego - já como monitores de instrução e depois do curso «Ranger» que tinham concluído a 29 de Setembro.
E, já agora, iniciado no Destacamento de Penude e no dia 16 de Julho anterior.
A nota mobilizadora tinha o número 47 000 - Processo 33 007, da RSP/DSP/ME e foi, depois, reproduzida na Ordem de Serviço nº. 286, do CIOE, a 7 de Dezembro do mesmo ano. Foi quando dela soubemos, precisamente em Lamego, mas já na sede do CIOE, na cidade.
Viriam a ser Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 e jornadearam pelos chaos de Angola do norte, Uíge fora!

Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, Queirós e Costa
(de pé), Rodrigues, Louro, Barata e Dinis Dias-
Eusébio, Barata e Dias já faleceram 


Cavaleiros do Norte de Zalala
para Vista Alegre e Ponte do Dange!

Os dias uíjanos de há 48 anos foram os de vésperas da saída dos Cavaleiros do Norte da mítica Fazenda de Zalala - os da 1ª. CCAV. 8423 -, para Vista Alegre e Ponte do Dange.
A rotação dos comandados do capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias decorreu no âmbito do plano de rotação do batalhão, que apontava para o abandono das posições não urbanas. Era o caso de Zalala, como viriam a ser as Fazendas Santa Isabel, Luísa Maria e Liberato.
Ao mesmo tempo, o ambiente luandino foi agravado com a prisão, precisamente a 17 de Novembro de 1974, de duas figuras conhecidas da sociedade angolana: os empresários Corte Real (gerente da Sorel) e Fernandes Vieira, ambos relevantes da economia angolana e «despachados» para Lisboa, às ordens de Rosa Coutinho, o Alto Comissário.
Eram acusados de «sabotagem económica, visando instalar o caos económico em Angola», como reportou o Diário de Lisboa
.
Avenida do Quitexe, saída para Camabatela

Um golpe de força e
agravamento da situação


A conferência de imprensa foi convocada de urgência, para o princípio da noite de faz hoje 48 anos, e Rosa Coutinho comentou que «isto tinha de ser feito e foi feito para evitar o agravamento da situação».
Os suspeitos iam ser interrogados em Lisboa e por Luanda especulava-se sobre uma tentativa de «um golpe de força ou simplesmente tactear a situação», da parte de forças que se identificavam com a FUA e o PCDA - que, e citamos o «Diário de Lisboa», «teria como objectivo preparar emocionalmente a opinião pública para um golpe de força».
Ao tempo, havia vários partidos angolanos. De memória e para além do PCDA e da FUA, recordo a FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, que operava militarmente pela independência daquele território), o MOPUA (Movimento Popular de Unidade Angolana), a UNA (Unidade Nacional de Angola) e a FRA (Frente de Resistência Angolana). Talvez outros!
- FUA: Frente Unida de Angola. - PCDA: Partido Cristão-Democrata de Angola.

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