Os furriéis Cruz e Viegas na placa ajardinada da avenida do Quitexe,
em 1974. Atrás, o Bar dos Soldados e a cobertura onde funcionavam
as Aulas Regimentais dos Cavaleiros do Norte
António Cabrita, há um ano em Cascais, ladeado por dois antigos «professores» do Quitexe: os furriéis Viegas (à esquerda) e Cruz |
O dia 11 de Julho de 1974 foi marcado pelos (primeiros?) incidentes de Luanda, provocados pelo aparecimento do cadáver de um taxista, no musseque Rangel. Um taxista branco e degolado! O corpo apresentava sinais de estrangulamento, dentro do táxi, junto da cápsula de uma bala, a carteira e documentos.
A situação provocou uma onda de revolta e grande tensão e raivas, tiros e roubos e a expulsão dos comerciantes brancos.O livro de leitura da 4ª. classe das Aulas Regimentais do Quitexe, há 42 anos: «Caminhos Portugueses» |
O taxista assassinado era de Bragança e chamava-se António Salgado.
Os incidentes provocaram três mortos (de africanos) e 27 feridos, 12 deles em estado grave. Ao Governo Geral, pediram protecção. Mas o dia foi sublinhado de outros incidentes, manifestações junto de estações de rádio, comunicados do Governador Geral e do comando das Forças Armadas Portuguesas. Ver AQUI.
António Santana Cabrita e Manuel Augusto da Silva Marques, o Carpinteiro (falecido, de doença súbita, a 1 de Novembro de 2011, em Esmoriz, Ovar) |
Um dos alunos foi o inesquecível António Santana Cabrita, algarvio do Alvor que, por ambição maior (que viria a conseguir), tinha a obtenção da carta de pescador e patrão de pesca. Ainda hoje, já aposentado, se dedica à pesca profissional de mar -mesmo depois de, por opção, ter vendido o seu barco próprio (o Dulce Marina), no qual passou anos de mar.
Valeu-lhe - ao Cabrita e a todos os formandos das aulas regimentais - o «canudo» tirado, que tanto os ajudou pela vida fora.
Valeu a pena!
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