terça-feira, 30 de setembro de 2014

2 891 - Chegada ao Quitexe, já lá vão 40 anos!!!

Cavaleiros do Norte do PELREC. Francisco e Madaleno (à esquerda). De bigode, à frente, o Silvestre, depois o Aurélio Barbeiro (abaixado), o Florêncio (de bigode), Messejana, Soares e Vicente (ambos de bigode). Atrás destes, de cerveja na mão, o Alberto Ferreira. Aqui à frente, o alferes Garcia e o Armindo Gomes (a rir). O António (com boina no ombro), o Dionísio, dois desconhecidos e o Leal (boina no ombro). Atrás dele, o Almeida. E os três da direita, lá atrás? Em baixo, Viegas na ilha de Luanda, há 40 anos e alguns dias



A 30 de Setembro de 1974, cheguei ao Quitexe, ido de Luanda (foto) e depois de ter andado a laurear o queijo por Angola, sentindo-lhe os cheiros e os sentidos e almofadando abraços ao mar de amigos e familiares que por lá, de Luanda ao Huambo, Silva Porto e Gabela, faziam pela vida. Foi há 40 anos, hoje se passam!!
Notícias, havia, e frescas. E menos boas: «O IN realizou uma acção ofensiva na área do Liberato, ao atacar madeireiros», leio agora, no Livro da Unidade. Não era a melhor recepção, até porque também tinha havido uma flagelação a uma viatura da JAEA, na Quinta das Arcas.
Há 39, já por esta aldeia das minhas primeiras fraldas e chegado da jornada angolana há menos de um mês, fazia vésperas para retomar o meu trabalho profissional, na Grésil (onde por 16 anos fui quadro) e procurava notícias de Angola. Não era as melhores: a FNLA mantinha-se no Caxito, não se conhecia avanço do MPLA  para o Uíge mas era seguro que não desfazia armas para manter a sua supremacia territorial.
Campala, neste dia de 1975, foi cada para a cimeira dos três partidos, a que falou o MPLA. A própria FNLA, a horas da abertura, não tinha confirmada presença; só  a UNITA de Savimbi já estava na cidade ugandesa. para além da delegação portuguesa: tenente-coronel Costa Braz,, capitão Rui Castro Guimarães e João Teixeira da Mota. País participantes eram Argélia, Burundi, Gana, Alto Volta, Quénia e Lesotho, Marrocos, Nigéria, Somália e Uganda.  Formavam a Comissão Conciliadora para Angola.
Ao Algarve, chegavam dez das 18 traineiras que, a 4 de Setembro, tinham saído de Luanda, rumo à Europa e a fugir dos dramas da guerra. Fundearam em Vilamoura e Olhão e as restantes navegavam entre Dakar (Senegal) e o Algarve. Em apoio, foram a fragata Pereira da Silva e a corveta Honório Barreto.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

2 890 - Acção psicológica e 22 anos de dois Cavaleiros

Messejana, Neves, Soares, Florêncio e António (de pé), Vicente, Viegas, Francisco e Leal. Em 
baixo, Teixeira, o estofador, no Encontro da Lomba (em Gondomar), em Junho de 2014, com a mãe

,
O mês de Setembro de 1974 fechava portas, depois de variada actividade operacional, sem incidentes especiais. O oficial capelão do Batalhão, o padre José Ferreira de Almeida (alferes), «visitou e estacionou em todas as unidades» e, também, na área da acção psicológica, se iniciaram «as actividades da equipa de foto-cine do Batalhão». A imagem de cima, deste post, foi trabalhada pelo grupo - que envolvia, se me lembro bem, os alferes José Leonel Hermida e António Manuel Garcia. E outros.
Dinamizou-se, também, a projecção de filmes em todas as unidades (no Quitexe, em Zalala, em Aldeia Viçosa e Santa Isabel) e destacamentos - no Liberato, Luísa Maria, Vista Alegre, Além Lucunga e outros, quiçá. Por lá (man)dava mão, o 1º. cabo Rodolfo Tomás.
A 29 de Setembro de 1974, o António e o Teixeira (estofador) fizeram 22 anos. Eram jovens e garbosos Cavaleiros do Norte - que hoje saudamos e nesse dia já distante não esqueceram uma boas cucas, bem frescas e apetitosas. E que hoje felicitamos - antecipando os 62 anos de amanhã.
- TEIXEIRA. Domingos Augusto Teixeira, 1º. cabo estofador. 
Funcionário público, mora no Bairro do Cerco, no Porto.
- ANTÓNIO. Francisco Fernando Maria António, soldado atirador 
de cavalaria, do PELREC. Motorista aposentado, mora nas Abrançalhas (Abrantes).

domingo, 28 de setembro de 2014

2 889 - O novo Portugal e os portugueses desalojados de Angola

Desalojados no aeroporto de Luanda, há 39 anos (foto da net), à espera de avião para Lisboa. 
Em baixo, furriel Barata (falecido a 11 de Outubro de 1997, vítima de doença), alferes 
Lains ds Santos e furriel Rodrigues, Cavaleiros do Norte de Zalala


A 28 de Setembro de 1975, manifestantes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas deixam as suas próteses e cadeiras de rodas à porta do Regimento de Comandos da Amadora, em protesto contra a repressão de que diziam ter sido alvo.
Realizaram-se manifestações da Frente de Unidade Revolucionária (FUR) em Lisboa, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Évora, Beja e Faro, «contra o fascismo e a social-democracia (...), a exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita».

Francisco de Sá Carneiro reassumiu as funções de secretário-geral do PPD -o agora PSD -, por decisão do Conselho Nacional, sendo reeleito com 111 votos a favor e 18 contra. Carlos Macedo, Artur Santos Silva (pai), Vasco Graça Moura, Miguel Veiga, Paulo Guedes de Campos, Jorge Sá Borges e Emídio Guerreiro, em graus variados, estavam contra o regresso de Sá Carneiro.
Reunidos em Cascais, altos dirigentes militares, sob presidência do vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, que acumulava a chefia do Governo e a Presidência da República, decidiram a ocupação militar das estações das rádios e da televisão e o controlo dos noticiários.

Assim ia o país, há precisamente 39 anos! O país que os Cavaleiros do Norte, cumprida a sua missão em Angola, aprendiam a conhecer!
Por lá, o aeroporto de Luanda continuava congestionado, cheio de (próximos) desalojados. Nós mesmos, semanas antes, por lá procurando familiares e amigos, tínhamos visto as condições desfavoráveis em que aguardavam a viagem para Lisboa, ou Porto. E a Luanda começavam a chegar deslocados de Nova Lisboa, Sá da Bandeira e Moçâmedes, Lobito, Benguela Pereira d´Eça, Novo Redondo  e outras localidades - alguns até lá viajando de barco. Curiosamente, na documentação que agora consultámos, raramente aparecem referência a desalojados do norte. Do «nosso» Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, de Vista Alegre, do Songo e do Negage. Por onde e como andaria aquela nossa boa gente?!

sábado, 27 de setembro de 2014

2 888 - Encontros e desencontros, guerra angolana a norte e a sul...


Atrás, o condutor Bigodes (de cigarro na mão; e o nome?), o Malheiro (1º. cabo, também de bigode e camisa de saída) e o Domingos Teixeira (entre o Morais e Cruz). Há ali três, meio tapados, que não identifico, parecendo ser o Cuba, o de óculos, a espreitar atrás do Teixeira (estofador). Atrás, à direita, os atiradores  Alberto Ferreira (de boina no ombro) e Almeida (já falecido). À frente, o condutor Silva, o Morais (furriel, o Cruz (alferes) e Aires (1º. sargento). Na foto de baixo, (furriel) Viegas, Manuel e Sérgio Viegas, a 27 /Set./14, ou 40 anos depois de se terem encontrado em Nova Lisboa




A 27 de Setembro de 1974, hoje se passam exactamente 40 anos, estava eu por Luanda e a fazer vésperas para regressar ao nosso Quitexe, depois das bem saborosas férias que me tinham levado ao Huambo (Nova Lisboa, Alto Hama, Caala, etc.), à Gabela e Novo Redondo, a Sá da Bandeira, Moçâmedes e Silva Porto (nestas duas, muito, muito brevemente...), Lobito e Benguela e, inevitavelmente, a Luanda - onde moravam e trabalhavam muitos e bons amigos e conterrâneos.
Hoje, na curvas da vida, reencontrei dois familiares próximos, que nos meados de Setembro de 1974, há já os tais 40 anos passados, achei em Nova Lisboa: o Sérgio e o Manuel, filhos de José Pires Viegas, primo direito de meu pai. Visitávamos nossas mães. Veio Nova Lisboa à conversa, fatalmente, e concluímos que eu e Manuel apenas nos encontrámos uma vez depois disso - em Julho de 2013, no funeral de seu (dele) pai. A vida levou-o a trabalhar na CUF, fixando-se na área metropolitana de Lisboa.
Há 40 anos, hoje se fazem, Almeida e Brito, o nosso comandante, reuniu no Comando de Sector do Uíge, em Carmona, tal como a 21, 23 e 25 - «sempre acompanhado de oficiais da CCS do BCAV. 8423». Na véspera, estivera na Fazenda Guerra «em convívio de amizade».
Um ano depois, a 27 de Setembro de 1975, já os Cavaleiros do Norte em Portugal, chegavam notícias da continuação de confrontos na zona do Caxito, no caminho de Luanda para Ambriz e (a nossa) Carmona.  Prosseguiam os confrontos, mas, segundo a imprensa da época, «não havendo notícias precisas sobre os combates». A zona estava ocupada pela FNLA e, no Caxito e Barra do Dande, «o MPLA fez um recuo estratégico, permitindo a ocupação dos Libombos, pela FNLA».
A sul, registavam-se incidentes entre o MPLA e a UNITA, a FNLA e o MPLA - que denunciava o apoio da de uma facção dissidente da sul-africana SWAPO aos dois exércitos rivais, sendo as forças de Holden Roberto «chefiadas pelo traidor Daniel Chipenda».
Desta data de 1975, uma última nota: os militares do Depósito Geral de Adidos recusaram-se a embarcar para Angola. Não foram os primeiros nem, julgo, os últimos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

2 887 - Cavaleiros do Norte levados ao altar...

Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: Belo, Rabiço, Querido, Guedes e Fernandes. Em baixo, 
o casamento do condutor Miguel Ferreira (CCS), com o padrinho (alferes) Cruz



O dia 26 de Setembro é um dia de graça, para os cavaleiros do Norte. Neste dia, em 1952, nasceram dois «santaisabéis»: o Graciano e o Canhoto. Da CCS, mas em 1976, o  Miguel Ferreira subiu ao altar, dando o nó com a sua «mais-que-tudo» da Lomba de Gondomar. Amores que já vinham (ou foram) de antes da tropa e que se tornaram mas sólidos no tempo da jornada africana. 
E sabem quem é que teve como padrinho no altar, onde jurou amores eternos, vestido de fato de ver-a-Deus? Pois, nada mais nada menos que outro Cavaleiro do Norte:  o então ex-alferes miliciano António Albano Cruz, «avec» a então jovem médica Margarida Cruz, sua senhora de uma vida e que todos nós bem conhecemos do Quitexe, de Carmona, de Luanda.
O Miguel regressou a sua Lomba e, este ano, «casou» com Cruz para, com o nível e paixão que lhes conhecemos, co-organizarem o memorável encontro de Gondomar, com vistas para o Douro e onde se «mataram» mais um avião cheio de saudades.
O Graciano - Graciano Letra Correia, soldado atirador de cavalaria, também da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - , regressou à sua Fanhões, perto de Odivelas, e por lá faz vida.
E do Canhoto? Atirador de cavalaria, soldado de Santa Isabel, sei que José Canhoto Pereira faz vida por Colmeal da Torre, em Belmonte. Foi ele quem, em 1974, me emprestou umas botas de futebol, para eu jogar no Quitexe. Tem um irmão, o Alípio, que foi soldado condutor da CCS e é gasolineiro em Belmonte. 
Abraços e parabéns para todos! Pelos anos de vida, assim seja!! Seja, pelos de casamento, ó Miguel! 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

2 886 - A 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, em Valongo

Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423) no encontro de 2013, no Fundão


Os Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa reúnem dentro de menos de 49 horas em Valongo, na zona do Porto, no seu encontro anual. É o 14º., este  em versão Beato (organizador) e para quem alguém interessado da última da hora, ainda pode telefonar: 22 4221948 e 963573376.
O Beato, aqui ao lado (na foto), não deixará de tomar nota e abrir os braços para receber os «aldeiaviçosas» mais atrasados, com o carinho e afecto de quem gosta.
Por falar em Aldeia Viçosa e na companhia do capitão José Manuel Cruz, tomem nota que, há precisamente 40 anos (a 24 de Setembro de 1974) foi visitada pelo comandante Almeida e Brito, com oficiais da CCS, para «contactos necessários ao bom andamento dos trabalhos militares». Já lá tinha estado nos dias 13 e 19, do mesmo setembrino mês.
Um ano depois, já todos por cá, pelo «puto» - o Portugal Europeu... - muitos de nós continuávamos a (re)conhecer o Portugal que deixáramos em Maio de 1974 e que vivia os primeiros dias do Governo de Pinheiro de Azevedo. Governo que, neste mesmo dia de há 40 anos, ainda procurava Secretários de Estado e na agenda do Conselho da Revolução se discutia  a 5ª. Divisão e os efeitos de um declaração de Emídio Guerreiro (do PPD, agora PSD) que, no Porto, afirmara, num comício, defender a extinção do MFA e do Conselho da Revolução. Mais: tinha capacidade para armar 50 0000 homens. Assim ia o país-Portugal d final do Verão de 1975.





quarta-feira, 24 de setembro de 2014

2 885 - Angola em Nova York e a cimeira de Kampala


Cavaleiros do Norte de Zalala, com o furriel Manuel Dinis Dias (mecânico) a direita,  sentado e de boina. Quem ajuda a identificar a malta? Em baixo, Henry Kissinger,  Secretário de Estado norte-americano


«Os acontecimentos de Angola tomaram uma feição alarmante, de extrema violência. Estamos extremamente preocupados com a ingerência de potencias estrangeiras em África, que não lhe querem bem, e cuja ingerência nos assuntos internos angolanos é incompatível com a esperança de uma verdadeira independência. Cremos que uma solução justa e pacífica deve ser negociada, garantindo a todos os agrupamentos, representando a população angolana, um papel equitativo no seu futuro». - Quem assim falava, em Nova York e a 23 de Setembro de 1975, era Henry Kissinger, secretário de estado norte-americano, referindo-se ao cada vez mais magno e trágico problema angolano.
Por lá, por Angola, a situação militar estava estacionária. Continuava a FNLA no Caxito, uns 200 quilómetros a sul de Carmona e 53 a norte de Luanda, e, aqui, o estado maior do MPLA evitava falar da situação, limitando-se a comentar, segundo o Diário de Lisboa, que «prosseguem os combates, há alguns dias».
Fonte militar portuguesa, citada pela imprensa de 24 de Setembro de 1975, dava conta que «nenhuma acção notável se tinha verificado», nomeadmante na zona centro-sul, lado para que o MPLA preparava um contra-ofensiva a Nova Lisboa, onde imperavam a a UNITA e a FNLA. E onde era tensa a relação desta com a UNITA (de Savimbi) e de ambos os exércitos partidários com o português. Este, previa-se, ia abandonar a capital do Humbo a 6 de Outubro. Para Campala, no Quénia, preparava-se uma cimeira da OUA (presidida por Idi Amin) com MPLA, FNLA e UNITA, para além de Portugal. A ideia era «analisar a situação em Angola e discutirem o futuro daquele território».

terça-feira, 23 de setembro de 2014

2 284 - Cavaleiros do Norte adaptam-se, exércitos preparam a guerra


Jesuíno Pinto, José Gomes, António Carlos Letras e Amorim Martins, furriéis e 
Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Em baixo, 
Santos e Castro e Holden Roberto (FNLA) no Ambriz, em 1975





Há 39 anos, terça-feira como hoje e 23 de Setembro (mas de 1975), confirmava-se a tomada do Caxito, pela FNLA e, segundo a imprensa da época, era expectável uma próxima confrontação com o MPLA, ou por aquelas bandas, ou na Barra do Dande, importante nó rodoviário no acesso a Luanda. Por alguma razão os dois movimentos ali terçavam armas e sangue. Por algum motivo por lá se continuavam a registar movimentações dos exércitos dos dois partidos. Dali fôra expulsa a FNLA, a 6 de Setembro, e ali voltara, a 20 - duas semanas depois.
A situação, vista de Portugal, era sentida com emoção, pelos Cavaleiros do Norte - quase todos em férias de adaptação física e mental, aos novos ares da república e aos novos patronos da política.  
"Mudaram as moscas...", dizia Horácio Marçal, governador Cvil de Aveiro nos dias de Abril de 1974, os que fizeram  revolução, que por esses dias de Setembro de 1975 reencontrei no antigo Café Moderno, na baixa de Águeda.
A reconquista do Caxito era crucial para o MPLA, que tinha sofrido pesado revés, aparentemente apanhado de surpresa pela ofensiva do ELNA, que se dizia ser comandado pelo coronel Santos e Castro, um oficial português fora das fileiras. O directório do movimento de Agostinho Neto, em Luanda e aparentemente, não manifestava grande preocupação - classificando a perda do Caxito como "um mero desaire". Mas a verdade é que, com a FNLA a 53 quilómetos da capital, tinha de se precaver e concentrar forças, para defender Luanda.
O MPLA, segundo a imprensa da época, estava forçado a alterar a sua estratégia militar, pois a perda de Caxito tinha "interrompido" o seu caminho para a conquista de Ambriz e Carmona. Rumores, em Luanda, davam conta que as FAPLA ´s, "poderiam ser pressionadas pelas forças comandadas por Santos e Castro", alegadamente através da via Malange, Salazar e Catete - esta localidade já bem perto de Luanda, depois do Grafanil e de Viana.
Lisboa tinha novidades: era o dia do primeiro Conselho de Ministros de Pinheiro de Azevedo e 250 000 metalúrgicos anunciavam uma greve de aviso (estranha designação, para o nosso conhecimento da época...) para entre as 10 e as 11 horas de 24 de Setembro. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP, questionava o Ministério (olhem que novidade!!!...) e o da Agricultura respondia a exigências do trabalhadores alentejanos. Pois!!!... Os deficientes da Forças Armadas, em luta, ocuparam as portagens da Ponte 25 de Abril, que primeiramente se chamou Salazar Foi isto, há 39 anos!!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

2 283 - FNLA reconquista o Caxito, na estrada para Carmona

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Cavaleiros do Norte de Zalala. Furriéis José Louro, Américo Rodrigues, 
José Nascimento, Jorge Barata e Jorge Barreto e alferes Mário Jorge Sousa e 
Lains dos Santos, todos da 1ª. CCAV. 8423 


Há 39 anos, dia 22 de Setembro de 1975, chegaram notícias do norte de Angola, por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte. Expectavam mais sangue, mais cheiro a pólvora, a dores de alma e de corpo: a FNLA, entrincheirada no Uíge e acossada do lado do Negage pelas forças do MPLA, deu um golpe de rins e reconquistou o Caxito, a escassos 53 quilómetros de Luanda, na estrada do café.
O despacho da France Press, conhecido na segunda-feira de há 39 anos (precisamente...), não era muito abundante em pormenores, citando o major Borges da Silva, porta-voz do Exército Português: «A FNLA reconquistou, no sábado de manhã, a cidade do Caxito, que se encontrava na possa das FAPLA´s».
A cidade,a pouco mais de 200 quilómetros a sul da «nossa» Carmona, era estratégica na ligação rodoviária de Luanda, para a Ambriz - porto de mar, onde a FNLA estava concentrada - e também para a Carmona. As duas cidades eram as principais posições do movimento de Holden Roberto, que a todo o custo queria tomar Luanda e expulsar o MPLA.
E por cá, pelo nosso tempo de PREC?
O Governo de Pinheiro de Azevedo ia reunir no dia seguinte e um avião da Força Aérea, se se saber para onde, levou «14 presos políticos», que, porém, se afirmavam «detidos sem culpa formada». O fim de semana teve sete atentados a sete centros de trabalho do PCP - em Cascais, Leiria, Batalha (2), Porto (2) e Marinha Grande. Otelo partiu para a Suécia, um furriel e um cabo do RI de Mafra foram presos na Trafaria (por distribuírem panfletos dos SUV - SUV que anunciaram uma manifestação em Lisboa, para 5ª.-feira seguinte). O Exército de Libertação Português (ELP) reivindicou o atentado de Cascais.
E de bola: jogo interrompido na Tapadinha, no Atlético-Sporting, quando o árbitro não marcou penálti, por falta de Damas sobre Mário Wilson, aos 79 minutos. Resultados: V. Guimarães-Braga, 1-2; Benfica-Leixões, 9-1; FC Porto-Belenenses, 3-1; U. Tomar-Académica, 2-1; V. Setúbal, Farense, 3-1; Estoril-CUF, 1-0; Beira Mar-Boavista, 1-1.

domingo, 21 de setembro de 2014

2 282 - Petardos em Portugal e Almeida e Brito em Santa Isabel

Quitexe, em imagem recente, da net: o jardim público e  a casa que foi dos 
Correios, ao fundo, do lado esquerdo. Em baixo, Almeida e Brito  em Santa Isabel



A 21 de Setembro de 1975, em Lisboa, um furriel e um cabo foram detidos na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, por andarem a distribuir propaganda dos SUV. Registaram-se atentados bombistas em Leiria e Porto, ambos anti-comunistas. 
O dia era de domingo e eu, como certamente muitos outros Cavaleiros do Norte, ainda andávamos a reencontrar amigos de quem o tempo de 15 meses da jornada Angolana nos fez separar.
O país-político (que aprendíamos a conhecer) continuava a ser um «caixinha de surpresas» e nem bombas faltavam, a estourar. Então vínhamos da guerra, para isto? Assim era e até na messe de oficiais da Armada, em Cascais, onde estava alojado o 1º. Ministro Pinheiro de Azevedo, até aí rebentou um petardo - sem consequências.
Um ano antes, há precisamente 40 anos e no Quitexe, o comandante Almeida e Brito reuniu-se no Comando do Sector do Uíge, em Carmona, «em contactos necessários ao bom andamento dos trabalhos militares» e, no mesmo dia, «sempre acompanhado por oficiais da CCS do BCAV» visitou a 3ª. CCAV. 8423, em Santa Isabel. Lá pernoitou, regressando no dia seguinte ao Quitexe.

sábado, 20 de setembro de 2014

2 281 - Avião «detido» e flagelamentos nos Libongos

Alferes milicianos Cavaleiro do Norte
 da CCS, frente à messe de oficiais do Quitexe, 
em 1974: Jaime Ribeiro, 
António Albano Cruz, António Manuel 
Garcia e José Leonel Hermida. 
Em baixo, o Governo de Pinheiro de Azevedo


O Governo de Pinheiro de Azevedo tomou posse a 19 de Setembro de 1975 e, no mesmo dia e no sul de Angola, a UNITA «deteve» um avião da Força Aérea Portuguesa, um Nort Atlas, que tinha ido à Jamba evacuar pessoal civil da Mineira do Lobito, a pedido da empresa.
A situação militar não teve grandes alterações, relativamente às vésperas e, no dia 20, sabia-se da «estabilização das linhas ocupadas», quer pelas forças do MPLA, quer pela UNITA (a sul) e a FNLA (a norte). A «terra de ninguém», nortenha, situava-se na área do Tabi, entre os Libongos e  Ambriz - a norte da capital, Luanda.  Sabia-se porém de «flagelamentos mútuos de artilharia, em disputa da posição nos Libongos». De Carmona e do Uíge, mais para nordeste, nada se sabia.
Outra notícia do dia era o convite de Idi Amin, presidente do Uganda (e da OUA), no sentido de reunir os três movimentos  em Kampala, para discutirem a «situação de guerra civil em Angola». A data da independência (11 de Novembro) aproximava-se e a solução do conflito tonava-se «extremamente importante, tendo em conta os problemas que adviriam com a transferência de poderes, se os movimentos não encontrarem um compromisso para a actual  crise».
Compromisso? Mas qual compromisso?! Assim iam os dias de Angola, os de há 39 anos, os da pré-independência.
- RIBEIRO. Jaime Rodrigues Picão Ribeiro, alferes miliciano sapador. Engenheiro aposentado, mora no Tramagal.
- CRUZ. António Albano Araújo de Sousa Cruz, alferes miliciano mecânico. Engenheiro aposentado, mora em Santo Tirso.
- GARCIA. António Manuel Garcia, alferes miliciano de operações especiais (Rangers). Inspector da Polícia Judiciária, faleceu, de acidente, a 2 de Novembro de 1979.
- HERMIDA. José Leonel Pinto de Aragão Hermida, alferes miliciano de transmissões. Engenheiro e professor aposentado, reside na Figueira da Foz.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

2 280 - Governo novo em Lisboa e novo «Biafra» em Angola


Cavaleiros do Norte da CCS (PELREC), ainda no Quitexe, em Setembro de 1974, há 40 anos. Hipólito, Monteiro, Almeida e Vicente (de pé), Garcia, Leal, Neto e Aurélio (Barbeiro). Almeida, Vicente, Garcia e Leal já faleceram. Em baixo, notícia do Diário de Lisboa, de 19 de Setembro de 1975, há 39 anos




A 19 de Setembro de 1975, uma sexta-feira como hoje, tomou posse o VI Governo Provisório, liderado por Pinheiro de Azevedo, o almirante que viria a ser sitiado na Assembleia da República, com ministros e deputados. Era o sexto, desde menos de ano e meio antes, e por lá se manteria até 23 de Julho de 1976. Substituiu o general «vermelho» Vasco Gonçalves - de muitas boas e muito más memórias.
A grande surpresa, para nós, que dez dias antes tínhamos chegado das africanas terras de Angola, era não se saber, poucas horas antes, de todos os nomes que iriam formar o ministério. Esta surpresa e a repetida rotação de governos - já íamos em 6!!! -, como quem muda fraldas, o que não  inspirava grande confiança. Mas que país novo é este? Que incerteza e confusões são estas? Era para isto que nos avisou o comandante Almeida e Brito, na despedida do avião dos TAM, quando voávamos na chegada à Lisboa? Sabemos hoje que era, para qualquer coisa parecida com o que desaguou no 25 de Novembro.
E por lá, por Angola?
O MPLA perseguia o objectivo de controlar todo o território nacional, escapando-lhe os últimos redutos da UNITA (Nova Lisboa) e da FNLA (Carmona e Ambriz).
A expectativa dos homens de Agostinho Neto era vertida no slogan «a vitória é certa». Mas tinham preocupações: «Embora possuídos de elevado moral,  os dirigentes do MPLA não deixam, contudo de manifestar precupações, especialmente no que se refere à situação do norte», relatava a imprensa da época, acrescentando que «com efeito, seja qual for a posição das forças militares rivais no terreno, à data da independência, ficará sempre à UNITA a possibilidade de declarar, independentes de Angola, as províncias do Uíge e Zaire, dando nascimento a um novo Biafra». Seria o pior que poderia acontecer! 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

2 279 - Família e amigos a chegar e MPLA a 30 kms. de Carmona


O antigo BC12 foi casa dos Cavaleiros no Norte, entre 2 de Março e 4 de Agosto de 1975. É agora o Quartel-General da Região Militar Norte de Angola. Foto de Carlos Ferreira, em Dezembro de 2012. Em baixo, furriel Viegas em Nova Lisboa, em Abril de 1975, com a madrinha Isolina e duas netas (Fátima e Idalina)


Os dias de Setembro de 1975, para os Cavaleiros do Norte e depois dos abraços e dos afectos que mataram saudades, foram de adaptação ao movimento revolucionário que se vivia em Portugal - estávamos em pleno PREC| - e à nova linguagem do dia-a-dia, a uma gramática verbal que nos surpreendia. Totalmente nova, aos nossos ouvidos.
Mas Angola continuava a morar-nos na alma! Como estaria aquela gente? E os nossos amigos e familiares, que por lá tinham, ficado? Uma das graças recebidas nos primeiros dias, da minha parte, foi a de saber que minha madrinha Isolina e netas já por cá estavam, fugidas de Nova Lisboa - onde tinham ficado a filha Cecília e o genro Rafael. Todos viriam, eles e todos os conterrâneos que por lá governavam a vida! Ainda ontem, casualmente, me achei com Manuel, um filho de Zé Viegas (o Zé Mau), primo de meu pai! E lá falámos dos dias amargos que por lá passaram, eles, entre o fogo da metralha violenta que opôs os movimentos e semi-destruiu a bonita cidade nova-lisboana. Fugiram a toque de fogo, por entre o cheiro da pólvora e do sangue e o medo de não poderem... fugir.
A 17 de Setembro de 1975, mais abaixo do Huambo, começaram as evacuações de Sá da Bandeira para Luanda. Estima-se que 13 500 pessoas nessa semana, mais 12 500 na seguinte. A norte, no nosso saudoso Uíge, cerravam-se fileiras para os próximos combates.
A leitura da imprensa vespertina da época, que eu religiosamente procurava em Águeda, actualizava-nos a situação: «O exército do MPLA encontra-se a apenas 30 kms. de Carmona, uma das principais fortalezas da FNLA», reportava o Diário de Lisboa.
O movimento de Holden Roberto controlava as províncias do Zaire e do Uíge! O nosso Uíge, que deixáramos a 3 de Agosto! Um mês e 15 dias antes! O MPLA queria conquistá-lo!!!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

2 278 - Retornados, os SUV e Cavaleiros do Norte à civil

Viegas e Cândido Pires, Cavaleiros do Norte da CCS, na sanzala 
Talambanza, a saída do Quitexe para Carmona, há 40 anos. 
Em baixo, Soldados Unidos Vencerão (SUV), em Lisboa, há 39 anos

A 16 de Setembro de 1975, chegou ao Porto o primeiro avião de retornados de Angola. Até aí,  aterravam apenas em Lisboa. Mas, em Luanda, registava-se uma desmobilização de desalojados. 
«O êxodo da população branca desde há uns dias que vem enfraquecendo. Um avião da UTA, fretado pelo governo francês, teve a surpresa der não encontra nenhum passageiro para o voo diário» - noticiou o Diário de Lisboa. Um Boeing 707 da Força Aérea Alemã e um Illyucin da Alemanha do Leste «tinham já desembarcado os «desalojados» inscritos nos seus voos».
Os Cavaleiros do Norte, por cá, readaptavam-se à sua (nova) vida civil, em período manifestamente revolucionário e que cada um de nós vivia consoante a sua formação política. Pouco evoluída,  convenhamos. 
Ao tempo, desenvolvia-se a para nós (muito) estranha experiência que eram os SUV (Soldados Unidos Vencerão), grupos de militares que, de forma aparentemente clandestina, actuavam no seio das Forças Armadas - incluindo alguns graduados. Tinham sido constituídos em Agosto de 1975,  pelo PRP. Actuavam no interior dos quartéis,  com vista a promover a auto-organização política dos militares. Aos  olhos e emoções dos Cavaleiros do Norte, tal era muito estranho. 
O que se passava era que (mal nós percebíamos...) estávamos em pleno PREC e, chegados da jornada africana de Angola, éramos perfeitamente ingénuos. Ai, ai, ai... Cavaleiros do Norte!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

2 277 - Luanda calma e MPLA a preparar ataque à FNLA

Holden Roberto a 32 quilómetros de Luanda, em Setembro de 1975


Aos 16 dias de Setembro de 1975, já se faziam oito desde a nossa chegada de Angola - a CCS dos Cavaleiros do Norte, do capitão Oliveira. Sucessivamente, chegaram a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, do capitão Castro Dias (a 9), a 2ª. CCAV., de Aldeia Viçosa, do capitão José Manuel Cruz (10) e a 3ª. CCAV., a de Santa Isabel, do capitão José Paulo Fernandes (a 11). 
Havia notícias de Angola: «Mantém-se calma a situação nas frentes de combate», noticiava o Diário de Lisboa. Erfam notícias que devorávamos, curiosos e ansiosos.
As agências internacionais davam conta de ser provável que o MPLA estivesse a «reagrupar as suas forças, para um grande ofensiva na frente norte, a Ambriz e Carmona, principais bastiões da FNLA».  Esta, ainda segundo as mesmas agências, «encontra(va)-se isolada e em grandes dificuldades de reabastecimento, dado que as principais vias utilizadas para o efeito se encontravam sob controlo do MPLA».
Luanda, noticiava o Diário de Lisboa, estava sem combates: «A calma é total».
Ambriz, era onde estava o estado-maior da FNLA, incluindo o presidente Holden Roberto. Preparavam o ataque a Luanda e seria nesta cidade portuária do Bengo que, a 11 de Novembro de 1975, às zero horas, também ele declarou a independência de Angola - logo depois, Agostinho Neto, do MPLA, em Luanda, a capital; e Jonas  Savimbi, da UNITA, em Nova Lisboa (Huambo).
Valeria a de Agostinho Neto. Por cá, acompanhávamos o evoluir dos acontecimentos com alguma ansiedade e intranquilidade. Aquelas terras e aquelas gentes estavam-nos na alma!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

2 276 - Ataque do MPLA às posições da FNLA no Uíge

Carmona, a estrada para o Quitexe, em Dezembro de 2012 (foto de 
Carlos Ferreira). 
Em baixo, notícia do Diário de Lisboa, de 15 de Setembro de 1975



O domingo de 14 de Setembro de 1975 foi tempo de ofensiva do MPLA em duas frentes, a sul e norte. Aqui, após duros combates com a  FNLA, próximo da cidade de Duque de Bragança. 
Um comunicado do movimento de Agostinho Neto, distribuído em Luanda, relatava que «as forças rivais bateram em retirada».
Duque de Bragança era (é) bem perto das famosas quedas de água e as forças do MPLA, a esta data de há 39 anos, aprestavam-se a conquistar a cidade, no caminho para Carmona, onde se concentrava a FNLA. Ainda havia o Negage (e a sua estratégica base aérea) pelo meio.
«Esta ofensiva do MPLA insere-se - noticiava o Diário de Lisboa de 15 de Setembro de 1975 - na progressão das suas forças rumo a Ambriz e Carmona, iniciada após a expulsão da FNLA da área da Barra do Dande».
Carmona, todavia, só viria a ser tomada a 4 de Janeiro de 1976, depois de o MPLA ocupar pontos essenciais de todo o noroeste angolano. quase sem combater, com a excepção do Negage - onde o ELNA ofereceu «uma desesperada resistência». A primeira coluna das FAPLA´s, alías, «foi massacrada e obrigada a recua». A artilharia, já na semana de Natal de 1975, faria a diferença e ocupara o aeroporto do Negage, abrindo caminho para Carmona. 
As tropas do ELNA que resistiram no Negage, recuaram e dispersaram-se, muitos refugiaram nas matas de Capuku, Quitexe (o «nosso» Quitexe!!!...), Songo, Kimbele, Nsoso e outras localidades, onde, como agora se sabe, continuariam a resistir por vários anos. Não sei quantos, nem como.

domingo, 14 de setembro de 2014

2 275 - A Companhia de Comandos que foi a Carmona

Militares portugueses com civis, na coluna de Carmona para Luanda: Novo (condutor), 1º. cabo 
Mendes, Manuel Deus (da 3ª. CCAv., soldado Santos e furriel Guedes, estes da 2ª. CCAV. 8423

 Hoje, casualmente, encontrei o advogado Nuno Neves, que foi furriel miliciano da 4042, Companhia de Comandos, meu vizinho aqui de Fermentelos (a terra da Estalagem da Pateira, onde costumam encontrar-se os Cavaleiros do Norte). Oportunidade para recordar, recordar melhor e com ele, a passagem da Companhia de Comandos (CC) que foi a Carmona, para a rotação dos Cavaleiros do Norte para Luanda - em Agosto de 1975.
Tinha a CC um alferes meu conhecido, da formação militar de Lamego, contemporâneo do 2º. curso de Operações Especiais - os Rangers. Era o (então, ano de 1973) furriel Manuel António Infante, de Alcains. Promovido por mérito!
Que CC esteve em Carmona?, perguntei eu a Nuno Neves.
Foi, então, um Companhia de voluntários, do quartel da Amadora e «convocados» pelo coronel Jaime Neves, aliciada para ir a Angola «vingar» os incidentes de Vila Alice - onde tinha sido atingido um sargento «comando», a tiro e pelas costas. E alguns PM´s! Luanda precisava de reforços e uma CC ficava mesmo a jeito.
«Cheguei a pensar que teria de voltar a Angola, mas foram tantos os voluntários que davam para duas companhias», disse o Nuno Neves.
Foi essa CC, cujo número desconheço (e nem o terá tido), que, a 31 de Julho de 1975, chegou a Carmona e se aquartelou no BC12. A 4 de Agosto, era a rectaguarda da coluna que disse adeus à capital do Uíge.
A coluna incorporou, à saída, mais de duas centenas de viaturas (de militares e civis) e foi engrossando. À passagem por Candombe, antes de Camabatela, já eram «cerca de 700». Todas e toda a gente - entre militares e civis, - chegaram ao Grafanil, ao meio dia de 6 de Agosto de 1975, depois de 570 quilómetros de viagem, feitos em 58,45 horas, «trazendo consigo cerca de 700 a 800 viaturas». As que avariassem eram abandonadas e incendiadas. E também de uma mão-cheia da dramáticos incidentes, que incluíram tentativas de alvejamento de aviões.
Uma companhia de paraquedistas (ida de Luanda para o Negage) abria a coluna.

sábado, 13 de setembro de 2014

2 274 - MPLA e Poder Popular, Cavaleiros a voar...


António Carlos Letras, José Manuel Costa, António Artur César Guedes e José 
Gomes, furriéis milicianos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423)

Os «ccs´s» do Batalhão de Cavalaria 8423 já estavam familiarizados com as suas gentes, enquanto as companhias operacionais só voltaram dias depois do 8 de Setembro de 1975. A de Zalala, logo no dia 9 - chegando a 10. A de Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423) a 10, desembarcando a 11. Para dias depois, devido a desarranjos operacionais aéreos, ficou a 3ª. CAV., a de Santa Isabel. Mais tarde chegou.
A 13, que era sábado (como hoje), fui à vila (a Águeda), laurear o queijo e achar amigos de quem tinha saudades, para fazer o «cadastro» dos 15 meses que estive por Angola. Mas, afinal, fui eu o interrogado, sobre o que por lá se passava. O que tinha actualizado era da leitura de jornais, já por cá. E o que diziam? Que Agostinho Neto, em Luanda, tinha anunciado a Semana do Poder Popular, iniciada precisamente no dia da nossa saída (8 de Setembro) e que o MPLA se preparava para «varrer definitivamente do país as forças ao serviço do imperialismo e do neocolonialismo» - forma de dizer FNLA e UNITA.
O MPLA consolidava as suas posições no território, apelava à «resistência popular generalizada» e, voávamos nós para os céus de Lisboa quando, em Luanda, o major Fernandes, informador do Exército Português,  declarava que «neste momento, a FNLA não parece estar à altura de ameaçar Luanda» e que o MPLA, de sua vez, «devido à disciplina que reunia nas suas fileiras, revelou uma maior maturidade no terreno». Também afirmou que, a sul, as tropas de Agostinho Neto estavam «quase a completar o cerco à UNITA, essencialmente concentradas em Nova Lisboa e Silva Porto».
A FNLA, essa resistia a norte. Ambriz e a «nossa» Carmona eram os palcos da sua concentração de forças. O dia da independência (11 de Novembro), já estava menos de dois meses e o novo Alto Comissário, Leonel Cardoso, nesse mesmo 8 de Setembro (o da nossa viagem) deu posse a 4 directores gerais que, na prática, substituíam os ministros da UNITA e da FNLA que «tinham abandonado o Governo de Transição».

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

2 273 - Nós por cá, a falar! Ele por lá, a combater!

Santos e Castro e Holden Roberto, no Ambriz (1975). 
Vista aérea do BC12, em Carmona. O quartel dos Cavaleiros do Norte

O tempo passa a correr! Há 39 anos, mal tínhamos chegado de Angola, com os constrangimentos que isso provocava e as alegrias e aleluias de vida que nos enchiam a alma, revendo familiares e amigos, cheiros e chãos dos nossos tempos anteriores à jornada angolana, e já lá iam 4 dias: já íamos 12 de Setembro de 1975! Hoje se fazem 39 anos!
O disco da história que contávamos a toda a gente, repetindo emoções e repetindo as memórias frescas, sucedia-se a cada esquina e encontro. «Como é que aquilo está, por lá? (...). É verdade isto e aquilo? Como e que foi e não foi?!!!...». 
As perguntas sucediam-se, porque cada um que m´achava por lá tinha um familiar, um amigo, um vizinho, alguns alguéns dos seus antigamentes mais próximos. Pois que estava assim, era assado, lá ia eu desfiando informação.
A 12 de Setembro de 1975, a imprensa nacional dava conta do intuito do MPLA: «Ofensiva em duas frentes!». No sul, contra a UNITA, para a desalojar de Nova Lisboa. A mesma Nova Lisboa (o agora Huambo) de onde não sabia paradeiro de Cecília, dos irmãos Viegas (Manuel, Zé e Aníbal), do Orlando Rino, do Óscar Miranda, familiares e amigos! Tinha-lhes perdido o rasto, nos meus últimos dias de Angola. A norte, para «correr» com a FNLA, a caminho do Ambriz e Carmona! A «nossa» Carmona!
A FNLA «dominava  sobretudo as províncias a norte», o Uíge (o nosso Uíge) e o Zaire. Que o MPLA projectava controlar. Eram «dois objectivos prioritários»: expulsar o seu adversário de Ambriz (a ocidente) e de Carmona (a leste). Desde segunda-feira, o dia da nossa partida de Luanda para Lisboa (8 de Setembro de 1975), «as suas tropas avançaram, estando a cerca de 90 quilómetros do Ambriz e a 100 de Carmona».
Uff, isto foi há 39 anos e ainda se me rasga uma emoção farta, a fervilhar na alma, ao lembrar estes tempos! Pfffff!!!...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

2 272 - O Pimenta de Zalala, com barbas de 39 anos!!!

 Mota Viana, Rodrigues, Agra (Famalicão), Carneiro, Pimenta e Queirós, 
reunidos em 9 de Setembro, a recordar os 39 anos da sua chegada de Angola


Os Zalalas são gente de decisões rápidas e, vai daí, alguns deles puseram em prática um desafio singular: irem à procura de um outro, que não viam há precisamente 39 anos! À procura do Pimenta que, por Zalala, Vista Alegre, Songo e Carmona foi atirador de cavalaria e agora, pelos lados da Póvoa do Varzim, governa a vida como mecânico!
E o que fizeram o Mota Viana, o Rodrigues, o Famalicão, o Carneiro e o Queirós??? Pois muito bem, armados em «garotolas», prepararam uma surpresa ao Pimenta e entraram-lhe pela oficina dentro, à «boleia» do Famalicão, e, sem continências ou passaportes, apresentaram-se a serviço. Como quem diz; «Olha lá, ó pá!!!! Não nos conheces?!!! E Zalala não te diz nada?!!!?... Hein???!!!».
O Rodrigues, em despacho noticioso da hora, deu-nos conta de que «de um dia para o outro, resolvemos fazer-lhe uma surpresa», até porque não o viam, vejam só!!!, há... os tais 39 anos!!! Precisamente desde quando chegaram a Lisboa, em voo de Luanda - a 9 de Setembro de 1975!
O Famalicão (Agra) costuma encontrá-lo, moram perto, e para lá partiram, em direcção à Póvoa de Varzim. Montaram a «operação» e esperaram pela hora certa, a do fim do dia de trabalho, e, zás...., sem qualquer aviso atravessaram-se-lhe na frente das vetustas barbas.
«Não as corta desde o tempo de Zalala e ficou espantado, até confuso com  este tipo de ”clientes” à porta da oficina», conta o Rodrigues.
Os Zalalas apresentaram-se e nem foi à primeira que se identificaram, mas, depois, foi o desfiar de saudades e gargalhadas, com horas seguidas de saudoso e emotivo memoriar da sua (deles) jornada africana de Angola.
«Após muita conversa e uns copos bem bebidos, o Pimenta ficou esclarecido e feliz. Por esta é que não contava ele...», comentou o Rodrigues, sublinhando que foi esta, a 9 de Setembro de 2014, a forma de fazerem a memória dos 39 anos da (sua) chegada de Angola.
Continência para eles!!
 - PIMENTA. Alberto Abel Alves Pimenta, soldado 
atirador de cavalaria, com ajuda à mecânica, da 1ª. CCAV. 8423. 
Empresário do sector, é gestor da Auto Reparadora, 
na Rua Alto das Póvoas, 99, no Terroso (Póvoa do Varzim).
- CARNEIRO. Horácio dos Santos Lopes Carneiro, soldado atirador 
de cavalaria da 1ª. CCAv. 8423. Natural da Póvoa do 
Lanhoso, foi emigrante na Suíça e está aposentado. Mora em Amares.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

2 270 - A reforma do Lopes e o MPLA a caminho do Uíge

 


Morais e Lopes, no Quitexe. Ao fundo, a messe e bar de sargentos


Telefonou o Lopes, enfermeiro, o nosso alentejano de Vendas Novas. Está reformado desde Julho, depois de uma carreira profissional que encerrou como tesoureiro da Repartição da Finanças da sua Vendas Novas natal. Ele, como eu e todos os Cavaleiros do Norte da CCS, também estava a festejar os 39 anos da chegada de Angola. 
«O tempo passa num instante!!!...», disse-me ele, sem sotaque, adivinhando-lhe eu um farto sorriso, para além do telemóvel que nos ligava. Acrescentou que «estamos velhos e a levar os netos à creche». E gargalhou!!! 
Há 39 anos, tínhamos nós saído de Luanda há dois dias, o MPLA controlava 12 das 16 províncias de Angola e anunciava «avançar para o norte», depois do «desmantelamento da frente da FNLA, na Barra do Dande, na zona do Caxito», avançando «em direcção ao norte». Queria isto dizer, na prática, que prosseguia a guerra civil angolana e o caminho da tropa de Agostinho Neto era agora para o «nosso» Uíge, estrada do café acima - pela Ponte do Dan ge, Vista Alegre, Aldeia Viçosa e Quitexe e Carmona, terras, entre outras, que foram chão dos Cavaleiros do Norte.
As FAPLA, no Caxito, tinham feito mais de duas dezenas de prisioneiros e apanhado muito material de guerra. As FALA, derrotadas no Caxito, tinham-se reentrincheirado no Ambriz, que, segundo o Diário de Lisboa de 8 de Setembro de 1975, era «o terminal da ponte aérea para Kinshasa (Zaire), utilizada para o transporte de grandes quantidades de material de guerra e de soldados». E, entre estes, dizia o MPLA, «diversos mercenários brancos, muitos deles de origem portuguesa, enquanto, entre o material bélico se denuncia o equipamento fornecido por potencias ocidentais, além do próprio Zaire».
Era a guerra, da qual nós tínhamos chegado.
- LOPES. António Maria Verdelho da Silva Lopes, 
furriel miliciano enfermeiro. Aposentado da função 
pública reformado, natural e residente em Vendas Novas.
- FAPLA. Forças Armadas Populares de Libertação de 
Angola, braço armado do MPLA.
- FALA. Forças Armadas de Libertação de Angola, 
braço armado da FNLA.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

2 269 - O primeiro dia do regresso e a chegada a casa



Eu mesmo, há 40 anos, 
furriel miliciano de Operações 
Especiais - os Rangers! - do 
Batalhão de Cavalaria 8423, os 
Cavaleiros do Norte!
Foto de Março/Abril de 1974


Cheguei a casa, vindo de Angola, já era 9 de Setembro - 9 de Setembro de há 39 anos! Fui direito à de minha irmã, para que fosse acordar a nossa  mãe - que tinha ficado viúva e só, entregue às suas orações pelo filho que tinha ido para a guerra. No espaço de 8 meses, de Agosto de 1972 para Abril de 1973, perdera o marido (meu pai, falecido nesse mês de verão), minhas irmãs tinham casado e ido à vida delas e eu assentei praça a 23 do mês que, um ano depois, seria o da revolução.
«É o teu irmão!!!...», disse meu cunhado para a minha irmã, acordados por volta da duas horas da manhã, quando lhes bati à janela do quarto.
O cuidado de os chamar tinha a ver com o pormenor de eu chegar de surpresa e desconhecer com reagiria minha mãe, que tinha ficado doente e viúva, no Maio de 1974 que foi o meu mês de partida para a guerra angolana.
Viemos até à casa materna, aqui ao lado da igreja - em noite que era de calor e galgando apressadamente a rua do Cabo, ao tempo sem iluminação (que fechava à meia-noite), depois o largo do Cruzeiro, a Carreira da Igreja, o largo, o adro... Um deles, não sei qual - varreu-se-me da memória... -, com a Susana ao colo. Filha deles, de gorro enfiado na cabeça e a minha primeira sobrinha, dos quatro que tenho! Também afilhada!!!, que tinha baptizado antes de partir e que ia em sono profundo!!!
«Mãe, acorde!!!....», chamou a minha irmã Dulce, batendo na janela do quarto, virada para a rua!!
«O que éééé?!!...», perguntou a mãe, de dentro, talvez estremunhada, ainda no primeiro sono.
"Está aqui o meu irmão!!!...».
Levantou-se minha mãe, abriu a porta e olhou para mim: «Já vieste, rapaz?!!!...».
Tinha vindo, pois! Entrámos, com o Benício, o motorista de FRAL, que nos tinha ido buscar a Lisboa - ao Neto, deixado na sua casa de Águeda, e a mim, que tinha mais uns quilómetros pela frente, até Ois. O Benício,  convidado para «beber um copo».
Vinha sem fome, mas comi um resto de escoado aquecido na sertã, ao lume, que tão bem me soube!!!, regado com uma água pé da produção caseira!, e fui deitar-me, em sono dos anjos.
Quando acordei, fui ao pátio ver a vaca, os porcos, as galinhas! Tinha saudades daqueles cheiros, da Amarela (o nome da nossa vaca arraiana), até do cantar do galo, na aurora dos dias! E das trindades da manhã, no velhíssíma torre da igreja que me baptizou e aqui existe! Voltei à cozinha, para o café (de cevada) da manhã, com migas de broa - ai a broa da minha mãe, que saudades eu tinha!!!... -, e dela fui sabendo como estavam todos, os familiares, os vizinhos, os amigos!!!
«Já conhece a sua neta mais nova?», perguntei-lhe eu, pela Marta - que a 10 de Agosto, há poucos dias deste ano de 2014, fez 39 anos!
Não conhecia, tinha nascido menos de um mês antes, os tempos não eram de fáceis comunicações e deslocações, como hoje. E teria de ir a Viana o Castelo, para pegar no colo o terceiro neto, uma... ela! Iria conhecer!
Só depois saí de casa, indo à rua achar gente da minha gente, que me perguntava tudo sobre tudo.
Foi há 39 anos! Como o tempo passa!

2 268 - Chegámos!!! Há 39 anos!!!


  Furriel Armindo Reino, tenente coronel Carlos Almeida e Brito, 
um soldado e  capitão José Paulo Falcão.na noite de Natal de 1974

Há 39 anos, 8 de Setembro de 1975, a CCS disse adeus a Angola. Ida do Grafanil, embarcou em Luanda, num avião dos TAM, até Lisboa. Aqui chegámos por volta das 18,30 horas, depois de 8 de voo, sobrevoando África.
Em Lisboa nos despedimos, nalguns casos para sempre.
A nossa memória vai hoje para todos aqueles que, nossos companheiros da jornada africana de Angola, já partiram para a viagem definitiva.
Outros terão falecido. Evocamos os que sabemos, neles simbolizando a nossa saudade:

- Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito.
Tenente-coronel e comandante do Batalhão. Atingiu a patente de general e faleceu a 20 de Junho de 2003, durante um passeio, em Espanha. Tinha 76 anos.

- José Luís Jordão Ornelas Monteiro.
Major, Era 2º. Comandante, mas não seguiu paraAngola. Foi para a Guiné, convocado pelo MFA. Morreu a 16 de Julho de 2011, em Lisboa, aos 80 anos.
 
- António Martins de Oliveira.
Capitão e comandante da CCS. Chegou a major, pelo menos, e faleceu em data e por razão desconhecidas.

- João Eloy Borges da Cunha Mora.
Tenente e Adjunto do Comandante da CCS. Faleceu a 21 de Abril de 1993, com 67 anos. Em Lisboa. Era do Pombal.

- António Manuel Garcia.
Alferes miliciano de Operações Especiais. Faleceu a 2 de Novembro de 1979, aos 27 anos - num acidente entre Viseu e Mangualde, quando, como agente da PJ, investigava o Caso Ferreira Torres. Era de Pombal de Ansiães (Carrazeda de Ansiães) e morava em Gaia.

- Luís Ferreira Leite Machado.
Sargento Ajudante. Faleceu a 12 de Julho de 2000, em Évora. Tinha 80 anos.

- Joaquim Augusto Loio Farinhas.
Furriel miliciano sapador. Faleceu a 14 de Julho de 2005, de doença do foro oncológico. Em Amarante, aos 53 anos.

- Luís João Ramalho Mosteias.
Furriel miliciano sapador. Faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, aos 61 anos. De doença oncológica. Vivia em Vila Nova de Santo André.

- Joaquim Figueiredo de Almeida.
1º. cabo atirador de Cavalaria. Faleceu a 28 de Fevereiro de 2009, aos 59 anos, de doença do foro oncológico. Era de Penamacor.

- António Carlos Fernandes de Medeiros.
1º. cabo operador cripto. Faleceu a 10 de Abril de 2003, de doença. No Porto, aos 51 anos.

- Jorge Luís Domingos Vicente.
1º. cabo atirador de Cavalaria. Faleceu a 21 de Janeiro de 1997, por doença, aos 44 anos. Era de Vila Moreira (Alcanena).

- Carlos Alberto de Jesus Mendes.
1º. cabo mecânico electricista. Faleceu a 21 de Abril de 2010, aos 58 anos. Morava em Lisboa, nos Prazeres.

- Jorge Manuel de Sousa Pinho.
1º. cabo escriturário. Faleceu de doença a 19 de Abril de 2003, no Porto. Aos 51 anos.

- José Adriano Nunes Louro.
1º. cabo sapador. Faleceu (por suicídio) a 3 de Julho de 2008, aos 56 anos. Era de Tomar.

- Manuel Augusto da Silva Marques.
1º. cabo carpinteiro. De Esmoriz (Ovar), faleceu a 1 de Novembro de 2012, de morte súbita, aos 60 anos.

- José Gomes Coelho.
Soldado sapador.  Faleceu em Maio de 2007, com 55 anos, de doença do foro oncológico. Morava em Oldrões da Calçada, em Penafiel.

- Armando Domingues Gomes.
Soldado atirador de Cavalaria. Morreu a 3 de Setembro de 1989, aos 47 anos, em Á-dos-Cunhados.

- Manuel Leal da Silva.
Soldado atirador de Cavalaria. Faleceu a 18 de Junho de 2006, de doença súbita, em Pombal, aos 54 anos.

- Carlos Alberto Morais da Silva.
Soldado cortador. Faleceu a 12 de Janeiro de 1990, com 48 anos, em Santo Tirso.

- Alcino Fernandes Pereira.
Soldado cozinheiro. Morreu a 25 de Junho de 1994, aos 52 anos, em Idanha (Sintra).

- Manuel Augusto Nunes, o Amarante.
Soldado sapador. Morreu a 25 de Maio de 2005. De Doença, em Telões – Amarante. Tinha 53 anos.

- João Manuel Pires Messejana.
Soldado atirador de cavalaria. Faleceu a 27 de Novembro de 2009, em Lisboa, de doença, aos 57 anos.

- Graciano do Purificação Queijo.
Soldado clarim. Morava em Samora Correia e faleceu a 30 de Outubro de 2013.