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A Estrada do Café, de Luanda a Carmona (Uíge), com a cidade do Caxito à saída da capital |
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há 48 anos, já há dias que se «desfaziam» em ternuras, nos seus lares, no colo e nos mimos das suas famílias e depois da chegada a Portugal, após 15 meses de missão em Angola.
A 22 de Setembro de 1975, de lá chegaram notícias, notícias do norte por onde tinham jornadeado e por cá lidas com evidente avidez.
Expectavam mais sangue, mais cheiro a pólvora, a dores de alma e de corpo: a FNLA, entrincheirada no Uíge e acossada do lado do Negage pelas forças do MPLA, deu um golpe de rins e reconquistou o Caxito, a escassos 53 quilómetros de Luanda, na estrada do café.
O despacho da «France Press», agência noticiosa francesa e conhecido na segunda-feira de há 48 anos (precisamente...), não era muito abundante em pormenores, citando o major Borges da Silva, porta-voz do Exército Português: «A FNLA reconquistou, no sábado de manhã, a cidade do Caxito, que se encontrava na possa das FAPLA´s».
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O furriel Viegas e o condutor Nogueira, do Liberato, a 24 de Setembro de 2019 e no Caxito, a caminho do Uíge angolano |
Presos políticos e
A cidade do Caxito fica a pouco mais de 200 quilómetros a sul da «nossa» Carmona e era estratégica na ligação rodoviária de Luanda, para a Ambriz - porto de mar, onde a FNLA estava concentrada - e também para a Carmona.
E por cá, pelo nosso tempo de PREC?
O Governo de Pinheiro de Azevedo ia reunir no dia seguinte e um avião da Força Aérea, se se saber para onde, levou «14 presos políticos», que, porém, se afirmavam «detidos sem culpa formada».
Cavaleiro do Norte da CCS e engenheiro de formação académica, foi mecânico-auto de especialidade militar e um excelente e inesquecível companheiro da nossa jornada africana do norte de Angola, por terras do Uíge.
Notabilizou-se de tal modo, sendo oficial competente e sempre solidário, que o pelotão que proficientemente por lá comandou foi louvado pelo Comando do Batalhão, atestando-o como «equipa de trabalho, com espírito de entreajuda e sacrifício, procurando tirar o maior rendimento do seu labor», conforme se lê na Ordem de Serviço nº. 181 do BCAV. 8423.